17| Eu odeio você.

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Havia ido em duas boates e nada daquela desgraçada, não achar Samantha só fazia eu ficar com mais raiva.

Estava na terceira boate - Spring- decidi parar de procurá-la e curtir minha noite.

Ligação on.

- Fala chefe - disse Jeremias, meu segurança de muito tempo.

- A Samantha já chegou?

- Ainda não

- Quero que vá nas melhores boates de Atlanta e ache-a, é bem provável que ela esteja com a Emily

- Também acho senhor, Emily veio aqui hoje mais cedo

- Por que tu não me disse, fela? - perguntei exaltado

- Achei que sabia

- Foda-se, ache a garota. - Apenas disse e desliguei o celular.

Ligação off.

Desci do carro e dei a chave para um dos manobrista.

"Fala Drew" cumprimentou o segurança.

"Eae parceiro" batemos as mãos. "Novidades?"

"Nada demais, só estamos ainda na mesmice, esperando você ser nosso sócio"

Apenas sorri e sai. A boate estava lotada, havia muitas vadias gostosas. Subi as escadas e fui para a parte de cima, muitas pessoas me cumprimentavam enquanto eu subia, algumas mulheres se jogavam para cima de mim. Fui para a parte de cima, onde eu tinha um escritório.

Emilio, o dono da boate, sempre quis que eu fosse seu sócio, nunca pensei a respeito, até porque não gosto muito de me envolver em tráfico de mulheres, minha parada é outra, não essa. Sempre ajudei ele em relação ao dinheiro quando ele me pedia ajuda.

Fiquei no escritório, tinha uma parte inteira de blindex, onde a pessoa que estava dentro podia ver, mais a que estava fora não.

"Futuro sócio, você por aqui, a que devo a honra?" Perguntou Emilio entrando na sala.

Virei a cadeira para olhá-lo.

"Queria apenas me divertir, Spring é o lugar perfeito para isso" sorri.

"É uma honra te-lo aqui na boate"

Sorri e virei a cadeira olhando para baixo, onde todas as pessoas se divertiam, bebiam, dançavam, algumas até faziam sexo no escurinho.

Enquanto olhava atentamente tudo, meu olhar parou em uma mulher de costas, ela dançava perfeitamente de acordo com a batida da música, ela estava em cima de uma mesa, os homens estavam extasiados ao vê-la dançar. Seu cabelo era preto, seu corpo era escultural, sua roupa destaca as curvas perfeitas que a garota tinha, aparentava ser familiar.

Emilio percebeu que eu estava com o olhar fixado naquela garota, ele foi para o mesmo lugar onde eu estava, sentando na mesa.

"Linda, não é mesmo?" Perguntou

"Extremamente gostosa. Quem é ela?"

"Qual é, Drew, não vem me dizer que não está reconhecendo a primeira dama?" Perguntou sarcástico.

"Primeira dama?" Perguntei confuso

"Você não reconhece mais sua própria mulher?"

"O que?" Perguntei levantando-me da cadeira, exaltado.

"Até onde eu sei ela é a sua mulher, ou não é mais? Parceiro, se não for, divide aí comigo."

"Eu mato essa filha da puta."

Não pensei em nada, apenas sai da porra daquele escritório e desci as escadas rapidamente.

Homens assobiavam e chegavam a colocar dólar em seus pés.

Segurei o seu braço com força obrigando-a descer desconfortavelmente da mesa. Pude ver seu olhar de desespero.

"Ei parceiro, solta ela aí" Disse um cara tocando em mim. Segurei o braço que ele tocou em mim e virei, empurrei-o no chão e soquei o seu rosto.

"Qual será o próximo?" Perguntei debochado.

A multidão abriu espaço para passarmos. Samantha estava prestes a correr, quando segurei o seu braço com mais força.

"Você pensa que vai pra onde?" Sorri. "Já disse que ninguém foge de mim cadelinha."

"Eu não vou com você, Jason. Vou com a Emily." Gaguejou

"Não quer vir por bem?" Sorri estressado. "Então vai vir por mal."

Segurei seu quadril, virando sobre meu ombro. Samantha batia as pernas sobre meu corpo.

Fui em direção a saída, meu carro já estava lá fora, peguei a chave e dei umas gorjetas para o manobrista. Joguei Samantha no banco da frente e não entendia muito bem o que ela resmungava.

"Precisa de ajuda senhor?" O segurança perguntou.

"Não, aqui é por minha conta mesmo" Apenas disse e sai de lá, a 200/km.

"Você não tem o direito de me tirar de lá assim" Gritou ela. "Lá se vai eu pedir desculpas mesmo não estando errada e você está lá com aquelas duas vadias"

Samantha bateu com força em meu braço, respirei fundo. Ela falava um monte de baboseiras e eu tentava controlar-me.

"Fala alguma coisa caralho" gritou mais uma vez.

Os portões da minha casa se abriram. Estacionei na frente do jardim e tirei-a do carro com força, segurava seu braço enquanto andávamos.

O percurso todo Samantha passou falando merdas e me batendo, gritando no pé do meu ouvido, minha cabeça estava fervendo.

Subi as escadas rapidamente segurando seu braço direito com força, ela tentava se soltar. Empurrei a porta do meu quarto com força e joguei-a no canto.

"Idiota. Imbecil. Corno. Viado. Idiota. Imbecil" gritava ela.

Tentei controlar-me, porém foi em vão. Samantha já tinha me provocado o suficiente. Dei uma tapa no seu rosto e gritei ao mesmo tempo, assustando-a.

"Cala a boca porra" gritei e ela se encolheu na parede colocando a mão onde eu havia batido. "Hoje foi o cúmulo, sério. Você me desobedeceu caralho" passei as mãos pelo meu cabelo "Saiu pra desgraça daquela boate, eu não dei permissão.."

"Não preciso da sua permissão pra nada" enfrentou-me e interrompeu-me. Ela tentou se levantar e eu empurrei-a com força na parede dando um soco no seu braço.

"Não me interrompa. E sim Samantha, você precisa da minha permissão pra tudo. Não sei se você se lembra mas eu te comprei, isso, eu comprei você, lembra também que você era uma prostituta?" Sorri debochado. "Antes você dava para todos, por dinheiro, mas agora, você vai dar só pra mim e nunca mais ouse me enfrentar ou sair sem minha permissão, ouviu bem?"

Ela não respondeu, pude ver lágrimas caindo de seus olhos. Cheguei mais perto e levantei-a pelo braço, segurando o seu cabelo.

"Perguntei se você ouviu?" Puxei seu cabelo para baixo.

Ela não respondeu-me. Apenas fechou os olhos com força.

Dei outro tapa em seu rosto, dessa vez fraco, porém seu rosto ficou vermelho.

"Sim...senhor" gaguejou. Soltei seu cabelo e dei passagem para ela sair. Pude ouvir a ultima coisa que ela disse e aquilo por incrível que pareça, magoou-me.

"Eu odeio você!"

Aquelas três palavras doeram mais que uma puxando de gatilho, mirar no alvo e atirar.

Isso, doeu mais que um tiro. Sentei-me na cama e coloquei as duas mãos sobre a minha cabeça, e perguntei para mim mesmo.

"O que eu fiz?"

TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora