Em suas mãos

capítulo 25

A nossa linhagem da família é um pouco peculiar.

Todos os Jeon são exclusivamente alfas.

Todos.

Eu não sei bem quando minha família entrou para a máfia, mas me lembro de meu avô passar sua liderança adiante para o meu pai.

Estamos no ramo da máfia a muitos anos.

Meu pai cresceu sendo criado para ser um soldado, e ele nos criou também para ser um soldado.

Não tínhamos escolhas.

Dês do momento que aprendemos a falar, devemos reconhecer o chefe como nosso único líder e honrá-lo.

Não importa se é seu pai ou seu filho, ele não é nada além de seu líder.

E é assim que funciona na nossa família.

Minseok abandonou qualquer amor paterno que tinha por nós e nos criou friamente para que pudéssemos crescer como alfas fortes.

Minseok não queria filhos, ele queria máquinas. Máquinas que não sentissem dor ou chorassem, que fossem perfeitas e não expressassem emoções, como um verdadeiro robô.

E minha mãe nunca esteve ali de verdade. Ela sempre foi distante.

Ela engravidou de Taemin quando tinha só dezesseis anos. E desde estão ela nunca mais foi a mesma.

A governanta diz que ela passou a viver pelos cantos entristecida.

E cada filho que ela dava a luz, ela era incapaz de ao menos olhar para os rostos durante meses.

Ela hoje não mudou muito. Ela continua depressiva e vivendo pelos cantos, não se importando com o que acontece ao seu redor.

Nunca consegui me aproximar da minha mãe. E tudo foi por água a baixo quando a vi chorar enquanto conversava com a minha vó, falando que nunca conseguiria amar os monstros vindo "dele".

Eles nos via como monstros, e não como filhos.

Para uma criança de seis anos ouvir isso de sua própria mãe é perturbador.

Ainda mais quando você tentava se aproximar.

Ela passou a maior parte de sua vida ignorando nossa existência. Pouco se importando com as coisas que meu pai fazia com a gente.

Devido a tudo isso eu e Hoseok crescemos próximos, cuidando um do outro. Taemin por outro lado cresceu distante da gente, revoltado e enfurecido.

E eu não o culpo.

Ele era o filho mais velho. E meu pai cobrava muito dele.

Ele nos tinha como responsabilidade. Qualquer coisa que acontecia com a gente meu pai o culpava e o punia.

Taemin cresceu nos odiando por isso.

Ele era responsável por tudo. Nada podia dar errado. Se qualquer coisa não saísse do jeito que meu pai queria, ele batia em Taemin e o deixava o resto do dia sem comer, e o trancava em um quarto escuro e sujo. Sem lugar ao menos para deitar.

E durante muitos anos Taemin ignorava eu e Hoseok. Ele tentava fingir que não estávamos ali e ao menos direcionava seu olhar para gente.

Não guardo rancor dele.

Já eu e Hoseok fomos invisíveis para o nosso pai durante muito tempo.

Até eu completar doze anos e ele nos obrigar a cumprir o ritual, que consistia em consumir carne crua.

Nós três na época choramos muito, mas nosso pai por incrível que pareça olhava para nós com paciência. Dizendo calmamente que aquilo era para fortalecer nosso lobo, despertar nosso instinto sanguinário.