15-Problemas na praça

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No caminho para o trabalho, Keyo notou uma agitação anormal nas ruas. Devia ser por causa da inscrição para trabalhar no palácio. Ainda estava muito frio e nublado, porém sem sinal de neve.

Quando keyo parou Valente na frente do Bar do Feno e estava amarrando sua corda, Aurora chegou.

- Chagamos juntos- ela riu.

- É.

- No nosso horário de almoço nós vamos lá, tá bem?

- Tá bem.

E os dois entraram.

No horário de almoço, eles dois e Clarisse avisaram Ernesto e saíram do bar, rumo a praça do pomar.

- Se eu for aprovada, eu vou ter uma síncope - Clarisse disse animada.

Aurora riu.

- Eu espero que eu seja contratada. Meu irmão disse que ano passado contrataram trinta jovens.

- Então o prazo para trabalhar no palácio é um ano?- Keyo perguntou.

- Isso aí- Clarisse respondeu- cara eu tô muito animada!

As ruas estavam mais cheias que o normal. As carroças tinha que andar bem devagar pra não atropelar ninguém .Estava realmente muito cheia.

Se Keyo já estava achando mais cheio que o normal nas ruas, quando eles chegaram na praça do Pomar as ruas estavam vazias em comparação. A praça estava lotada de pessoas de todas as idades, cavalos, e muitos, mas muitos soldados.

Keyo não gostou nada disso. Será que foi realmente uma boa ideia?

- Fila para inscrição a direita! Fila para a inscrição a direita!- um homem passou gritando no meio da multidão.

Tinha uma fila enorme, que passava pela fonte do meio da praça e ia até o outro lado dela. Centenas de pessoas estavam na enfileiradas ali.

- Caramba- Aurora disse, ficando na ponta dos pés e observando a fila- acho que vamos nos atrasar hoje.

- Ernesto não deve nem ligar- Clarisse cruzou os braços preguiçosamente.

- A mas ele deve. Ele não gostou nada quando dissemos que íamos nos inscrever nisso. Se nós três formos convocados ele vai ficar sem empregados- observou Aurora.

É verdade. Keyo não tinha parado pra pensar nisso.

No meio da multidão, Keyo notou a presença de Sarcomane ao longe.Por sorte, ele e seu grupo não perceberam Keyo na fila. Por sorte.

Depois de muito tempo, a fila tinha andado bem pouco. Eles ainda estavam na fonte.

- Aí que demora- Clarisse olhou pra cima - já deve ter acabado nossos horário de almoço a muito tempo. Ernesto não vai gostar nada disso.

- Relaxa. É só hoje- Aurora respondeu.

Nessa hora, ouve um tumulto pouco a frente deles. De uma hora pra outra, abriu-se um vão no meio de pessoas e Keyo e as meninas puderam ver o que estava acontecendo:

- Me larguem! Me soltem agora!- Um garoto de roupas rasgadas e marrons gritava, enquanto ia sendo levado por dois soldados.

- Meu deus, o que será que ele fez?- Aurora perguntou.

- Esses ilegais- uma mulher na frente deles disse à pessoa que estava ao seu lado- coitado desse aí. Tão jovem e já vai pra forca.

O estômago de Keyo embrulhou. Derrepente ele sentiu vontade de sair correndo, de se esconder. Ele começou olhar ao redor e parecia que todos estavam observando-o.

Aurora percebeu o desconforto de Keyo.

- Tá tudo bem com você?

- Eu.... sim, tá tudo bem...

Aurora e Clarisse se olharam.

- Olha, se você não quiser tá tudo b....

- Não. Eu quero sim. Vamos continuar.

Um tempo depois eles chegaram ao início da fila. Tinham dois soldados, um de cada lado, e um homem sentado numa mesa que foi posta lá.

- Nome do soldado?- o homem perguntou sem nem olhar pro três.

- Heitor Menezes- Aurora respondeu- e esses dois vão se inscrever também.

- Identificações.

- Clarisse tirou a sua do bolso e Aurora também. Keyo nem sentia suas pernas. Ele pegou sua identificação falsa e entregou ao homem.

O homem analisou minuciosamente cada uma. A de Keyo foi a última. Ele olhou bem para a foto e depois encarou Keyo. Era notável o nervosismo, mesmo ele tentando manter a calma.

- Vitor, certo?- o homem perguntou olhando para Keyo.

- Sim. Vitor.

Agora os dois soldados estavam olhando a situação também. Keyo só conseguia pensar em seu pescoço sendo envolvido por uma corda ou cortado pela guilhotina.

O homem colocou a identificação na mesa.

-Qual o endereço que podemos te achar?-Ele perguntou a Aurora.

- Rua dos carpinteiros, casa 8.

- Perfeito. Se vocês forem selecionados, um representante do imperador vai aparecer na sua casa. Próximo!

Os três saíram da fila.

- Eu com certeza vou ser selecionada. Eu tô sentindo!- Clarisse dava pulinhos de alegria.

- Calma amiga, olha o tanto de gente.

- Ah Aurora, não seja pessimista!

- Olá, gracinhas!- Sarcomane apareceu do nada na frente dos três - foram se escrever?

- É. Agora dá pra sair da frente? a gente tá com pressa- Aurora respondeu.

- Calma, irritadinha. E você?- ele.
olhou para Keyo com desdém - não sabia que ilegais podiam se inscrever nisso.

- Eu não sou ilegal - Keyo respondeu rispidamente. Toda vez que ele via a cara de Sarcomane ele tinha vontade de dar outro soco.

- Reponde direito, moleque. Se não esse seu pescocinho vai ficar lindo amarrado numa corda.

Aurora segurou a mão de Keyo discretamente. E então, ele se acalmou.

- Sarcomane, a gente precisa mesmo ir! Ernesto vai encher nosso saco!- Clarisse disse.

Sarcomane olhou pros três.

- Vão em frente.

E os três seguiram para o Bar do Feno.

- Estão mais de uma hora atrasados!- Ernesto andava de um lado pro outro- Eu tive que limpar as mesas e atender os clientes sozinho!

- Desculpa, Ernesto. Não sabíamos que ia demorar tanto.

- Tá tá, agora ao trabalho!- ele foi em direção a escada- da próxima vez vai ser descontado do salário de vocês. Onde já se viu?

- Não vai ter próxima vez por que eu vou estar trabalhando no palácio - Clarisse disse aos dois bem baixo, com um sorriso maroto no rosto.

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⏰ Última atualização: Dec 13, 2023 ⏰

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