13- Dias gelados

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Keyo acordou no seu dia de folga com uma surpresa inusitada: estava nevando. Isso explica o frio que fez nos dias anteriores.

- Nós já estamos no inverno?- Ele perguntou a Lucien enquanto descia a escada.

- Dês de semana passada. Lilian vai trazer um casaco pra você.

O outro que Lucien emprestou estava sujo de lama e sangue.

A lareira da loja estava queimando lenha.

Keyo lavou o rosto nos fundos, depois sentou- se numa cadeira e pegou uma baguete no balcão.

Uma mulher passou pela janela e entrou na loja.

- Bom dia. Aí que incrível! Aqui é uma loja que vende de tudo??-

- Sim senhora. Aqui temos um pouco de tudo- Lucien respondeu.

- Ah ótimo! eu queria... Meu deus que quadros lindos!- a mulher passou por Keyo e Lucien e foi em direção ao fundo da loja

- Eu tenho mais alguns lá dentro, se você quiser dar uma olhada - Lucien a seguiu.

Keyo estava sentado numa cadeira que estava no pé da escada e perto da porta de entrada. Algum tempo passou até que Lilian entrou na loja, trazendo com ela neve em seus pés.

Ela estava diferente: Não usava mais o vestido longo nem o pano prendendo o cabelo. Agora ela usava uma calça com uma bota grande, um casaco preto e uma touca cinza, que deixava o cabelo loiro à vontade. Ela estava mais bonita.

- Bom dia, keyo- ela fechou a porta atrás de si- Trouxe um casaco pra você- ela entregou a ele um casaco escuro feito de lã. Combinou com Keyo.

- Veleu.

- Então tá ótimo! Embrulhe pra mim,vou pegar o saco de moedas na minha carroça, eu já volto!- a mulher passou pelos dois e saiu.

- Finalmente alguém comprou este quadro! Ele tá aqui a meses- Lucien parou no meio de Lilian e Keyo com um quadro grande na mão.

Ele pegou um papel marrom e começou a embrulhar o quadro.

A mulher entrou de novo na loja:

- Aqui está. Quinze moedas de ouro. Você pode levar na minha carroça?- ela entregou o saco de moedas a Lucien.

- Claro senhora.

Os dois saíram da loja.

- Será que seu tio vai ter o dinheiro pra pagar o tal seguro do império?

- Eu não sei. Temos só treze dias...

Keyo deu uma mordida na baguete. Um tempo depois, Lucien voltou.

- Mas que ótima venda! Começamos o dia bem.

- É - concordou Lilian - espero que continue assim.

O resto do dia dos três foi atendendo clientes que entraram na Toca. Alguns apenas enrolavam por causa da lareira. A lenha dela acabou um pouco depois do almoço, e a loja logo começou a ficar fria. Foi aí que decidiram fechar.

No dia seguinte, Keyo foi acordado por Lucien, fez o que tinha que fazer e seguiu rumo ao Bar do Feno.

- Bom dia meninas- Keyo disse, entrando no Bar.

Ele fez tudo que tinha de fazer e começou a trabalhar. Ainda estava nevando lá fora quando Sarcomane e seu grupo entrou.

Todos no bar acompanharam com os olhos o caminho de Sarcomane da porta até o balcão.

- E aí, Vitor!- Sarcomane se apoiou no balcão olhando nos olhos de keyo- Quero três copos de chopp.

Keyo pegou três copos e começou a encher.

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