Problemas

1K 93 30
                                    

Pressiono o celular no ouvido enquanto ouvia a voz firme e brava do outro lado da linha, sinceramente eu não tinha saco para isso.

- Amity não é apenas sua filha Charlotte, ela é a nossa neta. O senhor Maison falou do outro lado da linha e eu quase encerrei aquela ligação. - Temos nossos direitos, você saiu daqui sem nem nos comunicar e já faz quase um mês que nem conseguimos falar com ela. Sua voz estava irritada, e eu estava irritada com ele.

- Eu já falei que vou dar um jeito de visitar vocês em breve, Amity sente a falta dos dois e eu não sou nenhum monstro. Falo firme, eu não podia vacilar um segundo com meu ex sogro.

- Não foi só você que perdeu o marido, nós perdemos um filho também... você está sendo muito egoísta e insensível. Eu podia encerrar a ligação, era só um botão e pararia de ouvir tantas besteiras de uma só vez. - Te quero nesse próximo final de semana aqui, ou vamos ter que dar um jeito de ver a Amity. A ameaça saiu naturalmente, só existia uma pessoa decente naquela família e agora ele estava morto.

Deixo minha respiração sair de um jeito cansado e olho do outro lado da porta que dava para o quintal Amity se divertindo com Engfa, elas estavam se vendo todo dia e agora não se restringia apenas a escola. Ela já estava quase aprendendo a nadar, tudo pela paciência que Engfa tinha com a pequena.

Era o suficiente para fazer meu coração derreter completamente, a raiva que tanto sinto de Engfa está se dissipando completamente e isso era bem estranho na verdade, mas ao mesmo tempo parecia tão certo.

- Okay senhor Smith, estamos conversados. Digo por fim, eu não tinha muito o que dizer para o avô da minha filha, ele era um ser desprezível e eu queria manter distância, mas tinha minhas responsabilidades e uma delas era ter que aturar esse ser na minha vida, ele nunca gostou de mim e a recíproca é verdadeira.

- Ótimo. Ele diz por fim. - Nos vemos no fim de semana. E a ligação se encerra, tenho que olhar passagens e onde eu vou ficar, porque com toda certeza não é na mansão dos meus ex sogros.

Deixo meu celular em cima da bancada e pego a bandeja indo até a piscina onde estavam os dois seres que eu mais amo/amei na minha vida inteira.

- Tem alguém aqui com fome?. Pergunto anunciando minha chegada e os dois rostos se viram na minha direção com sorrisos enormes, as duas se entreolham.

- Nós estamos!. Dizem juntas e Engfa ajuda Amity a sair da piscina saindo dela logo em seguida, desvio o olhar do seu corpo, não quero constranger ela.

- Amity já tá praticamente nadando sozinha, eu acho que só mais duas aulas talvez e ela vai de uma ponta da piscina a outra sem precisar da minha ajuda. Engfa fiz animada enxugando seus cabelos e sem que eu consiga controlar meus olhos vão até a lateral do seu corpo onde parecia ter uma tatuagem pequena, discreta, mas que estava chamando a minha atenção. - Você acha que podemos, Charlotte?. Ouço a pergunta sem entender o contexto e parece que Engfa percebe isso. - Amy quer que eu ensine ela a andar de bicicleta também, tem um pequeno parque lá perto de casa e eu posso levar ela lá. Ela dá de ombros e coloca a toalha em cima da mesa se sentando ao lado da minha filha, os olhos de Amy estavam em mim e eu não me oporia a isso.

- Claro que podemos, eu levo ela lá na próxima semana. Puxo a outra cadeira ao lado de Amy que comemorou batendo na mão de Engfa com tudo. - Só que Amy não tem uma bicicleta. Falo rapidamente vendo seu sorriso desmanchar instantaneamente.

- Eu posso sair com ela na sexta e nós compramos uma juntas. Engfa fala rapidamente e o sorriso de minha filha volta, o brilho que os olhos dela tinham eram todos por um motivo e esse motivo se chama Engfa Waraha. - Podemos comprar uma da sua cor favorita e do seu tamanho, temos que comprar protetores também para não se machucar quando cair, apesar que eu não vou deixar isso acontecer. Sua voz saiu firme, e por incrível que pareça eu confiava totalmente nela com Amy.

Love from the pastOnde histórias criam vida. Descubra agora