Capítulo quatro.

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                               Pietro

Me acomodo confortavelmente na cadeira da cozinha, apreciando a maestria de Dona Fernanda na preparação da comida. O aroma preenche o espaço. Coroa é aulas no que faz. Anna, minha irmã adotiva, aparece e decide se acomodar na beirada do meu colo, me fazendo recuar.

Pt: Sai porra, vai lavar esse cabelo sujo. Tá fedendo e ainda fica levantando esse braço na minha cara. Sou obrigado não. - Empurro seu ombro, e ela perde o equilíbrio, quase indo de encontro ao chão pelo impulso que coloquei no braço.

Anna: Seu cu que tá podre. Limpei ele ontem no salão, cheirosinho. - Ela olha para o chinelo que voou do seu pé após o empurrão, e, me fuzilando com os olhos, se abaixa para recuperá-lo. Ajeitando o cabelo que escapou, a mesma se agacha para calçar o chinelo novamente.

Pt: Adiantou nada. Melhor pedir o dinheiro de volta. Te meteram um golpe. - Balanço a cabeça em negação, só para provocar um pouco.

Anna é a minha mais nova, adotada pelos meus pais quando completei dez anos, e eles decidiram homenagear minha avó dando o nome a ela. Às vezes, meu avô ainda se confunde e chora quando chamamos a mesma pelo nome completo.

Nanda: Para de atazanar tua irmã, cara. Porra, o tempo todo vocês dois assim. - Dou de ombros. Eu e ela só conseguimos conviver na base do apavoro.

Anna: Eu cheguei na moral, o Pietro que como sempre tá um poço de simpatia. - Estira careta, e eu balanço meu pau na sua direção. Minha mãe me repreende, ficava puta quando eu metia essa.

Pt: Se tu sabe, pra que vem? Fica me acompanhando no bagulho. - Gesticulo com os braços suspensos no ar. - Tá catingosa mermo. Sorte que ainda tô avisando, pra não passar vergonha na rua.

Anna: Seus amigos não falaram isso ontem quando puxaram ele lá na cama. - Ergo a sobrancelha direita, e ela estremece com a chegada da voz do meu pai.

Jp: Que amigo, Anna Luiza? - Ao vê-lo ali, ela rapidamente retoma a postura. O velho já não intimidava mais ninguém. Aposto que a curupira tem mais medo da minha mãe do que dele.

Nanda: Pelo amor de Deus, vou arrumar minhas malas, enfiar minhas roupas nelas e sumir no mundo. Vocês vão ver só. - Essa ameaça era recorrente. Mas tu cumpria? Nem ela . Continuava com nós.

Anna: Vou matar ele, pai. Está me irritando demais. - Ameaça apontando na minha direção. Tava sabendo nem tomar banho direito e queria tirar o sujeito pra buceta.

Jp: Teu tio ligou mandando subir pra treinar. Desgruda a bunda de chuchu dessa cadeira e rala o peito. Melhor do que ficar pesando na cabeça da sua irmã. - Me dá uma estalada na orelha, e eu me levanto. - E você também, presta atenção, porque eu ouvi claramente o que tu falou. Não tô de óculos no bagulho. - Direciona suas palavras à Anna, que como eu disse, nem dá muita bola.

Pt: Vou com os caras. Igor tá quase chegando também. - Ajeito meu iPhone no suporte dourado preso no meu shorts preto da Nike e me aproximo do pequeno espelho no armário da cozinha.

Jp: Parece que não sabe fazer nada sozinho. Nasceram grudado, pô? . - Se aproxima da minha mãe, afasta o cabelo dela do pescoço e deposita um beijo molhado na região.

Pt: Ué, mas foi mais ou menos isso mermo. - Passo as mãos pelo meu nevou e dou uma ajeitada.

Jp: Dormiu com o patati e patatá enfiados em algum canto do teu cu? - Arqueia os braços, e eu me ando até a porta. Antes de sair, me viro e questiono.

Pt: Coroa tá vivendo na amargura, cê é louco. Dormiu de calça jeans, mãe? - Ela ameaça começar a reclamar, mas eu me adianto e deixo a tarefa de ouvir as reclamações para a Anna.

No Alemão 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora