Capítulo nove.

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"E hoje não tem final feliz porque mais um se foi..."

                                 Igor 🥷🏼

Cada estrondo das balas se cruzando causava arrepios intensos, como se a explosão ressoasse dentro de mim. Cada som alto era um sobressalto, uma experiência que reverberava profundamente no meu corpo.

V2: Tá botando fuzil nas costas por quê? Eu disse que na boca vocês não metem mais a cara. - Represso uma careta após ouvir uma sequência de barulhada e encolho meus ombros, passando minha arma por cima do colete.

Holandês: Tu que vai atirar? - Ironiza devido à idade. - Nós sempre se virou na rua, pô. Brabão ficar de fora agora. - Ajeita a touca ninja sobre os olhos, falando ofegante.

V2: Tô pouco me fodendo pra porra da opinião de vocês. - Meu avô se coloca ao lado dele, pronto para dar razão.

Enquanto um despejava xingamentos, o outro era tega, oferecendo conselhos na tentativa de resolver as rebordosas através do diálogo. Meus velhotes!

Guerrilheiro: Deixa os moleques irem, V2. Vou tá monitorando do lado deles, quanto mais gente melhor. - Toca em ombro. Mano guerra tava trepado até os dentes de armamento.

Pt: Coé, eu ia tomar banho pra hibernar, mané. Do nada a jambrolhada comendo solta. - Irrompe em uma corrida descalço, empunhando uma pistola. Seu olhar varre nossos rostos tensos.

V2: Era só o que faltava mermo pra completar. - Bufa irritado ao ver o Pietro.

Holandês: Cadê a Sophie? Ela meteu o pé? - Indaga tirando o chinelo e jogando na rua, aqui nós só trocávamos assim, de pé no chão.

IG: Depois de ter te dado estouro, subiu com a Safira e a Sarah. Já estão ligadas que não é pra sair. - Heitor confirma com a cabeça.

Pt: Porra, a Anna tá na rua. - O V2 arregala os olhos e fita o Gabriel, que manda ele dar uma segurada. Meu avô depois de velho parece que ficou mais irritado do que o normal.

IG: A Maitê tava indo pra casa, eu não sei se ela chegou porque até agora não respondeu. Se liga, vou tirar a limpo. - Tento me afastar deles pra já espalhar o bolo, porém o Guerrilheiro me repreende.

Guerrilheiro: Tá malucão de K9? Nosso destino é um só, Igor. - Ergue os braços, gesticulando.

IG: Cuida da sua vida, Gb. - Tava quase balançando o saco pra ver se ele dava uma sugada. Sufocação da porra.

NG: Pelo menos o espírito veio igual ao meu. - Me viro ao ouvir sua voz, e quando me deparo, ele tava de glock e radinho. O mesmo dá uma risadinha de canto, e ali eu vi que não era em um ar amigável, e sim pronto pra guerra.

Ao encarar sua figura, encontro uma reflexão de mim mesmo, me enxergando através de cada gesto sóbrio que ele executa.

V2: Tu vai dispiar pra trocação também? - Meu pai assente.

Pt: Rum, e isso aguenta levar chumbo? - Cruza os braços, mas logo estica as mãos quando meu coroa bola grandão.

Holandês: Né por nada não, mas os fuzil tão pocando e a gente de enrola nesse caralho. Eu vou descer e deixar vocês tudinho aí. - Me disperso, a atenção concentrada na minha cintura onde o radinho repousa. Deslizo os dedos, retirando o dispositivo. Meus olhos refletem intriga enquanto ajusta os controles, recebendo uma frequência desconhecida do éter.

— Tô chegando pra buscar vocês em casa, hein. Manda avisar pro chefe que tem mais três carros fortes pra subir essa favelinha aí. - Nego ao ver que a polícia conseguiu acesso ao meu rádio.

No Alemão 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora