"Coisas tão especiais, que me lembram ela..."
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V2: Tu fica toda bonitinha assim, cara. - Observo discretamente enquanto ela ajusta sua roupa. Um leve sorriso se forma em meus lábios, satisfeito por saber que essa mulher é só minha.
Ana: Fico nada, ainda tô me achando feiosa. - Dramatiza, mas de forma brincalhona. Ela tem plena consciência de sua perfeição, capaz de brilhar mesmo envolta em um simples saco de lixo.
V2: Tá loucona, Nalu? Você ficar feia é uma missão que não tem como ser realizada. Pira não pô. - Caminho cautelosamente para trás dela, meus lábios encontram seu ombro delicado. O beijo, lento e explorador, traça um caminho suave pelo pescoço, provocando arrepios que se espalham na sua pele.
Ana: Eu sinto cócegas, seu porrinha. Isso dá gastura. - Ela se encolhe em meus braços, enquanto minhas mãos firmes seguram sua cintura e a viram delicadamente para mim.
V2: Deixa eu te dizer um bagulho... - Meus olhos se fixam no colo do seu peito imponente, enquanto meu olhar encontra o seu rosto curioso.
Ana: Que tu quer se casar comigo? É, eu sei disso. - Joga uma mecha de cabelo para o lado. Dá dinheiro mas não dá moral.
V2: Só pelo abuso vou meter marcha em você. - Ela franze a testa e, em resposta, solto uma risada descontraída. - Tô brincando, minha gatinha. - Lhe envolvo em um abraço e passeio as mãos pela sua bunda. Grandona, tá? Acho que encontrei o nono planeta do sistema solar, papo.
Ana: Hum... - Murmura, mordendo o lábio com apreensão, ela pergunta. - E o que tu queria dizer?
V2: Era só uma desculpa pra te ter pertinho e sentir seu perfume doce. - Solto-a e sorrio, parecendo um viadinho nessa porra.
Ana: Você acredita na ideia de que nada dura para sempre? - Fruncia e toca minha corrente no pescoço.
V2: Já me broxou com esses lero. - Recuo e acomodo-me na borda da cama. - Tá perguntando isso por quê? Tá achando que vou morrer, é? Se eu for, te levo junto, filha. Pensa tu que vai ficar aqui de gracinha aqui.
Ana: Credo, só perguntei por curiosidade mesmo. - Faz uma careta e eu nego, percebendo o tamanho da armadilha em que caí. Mesmo com minha vida cheia de erros, acertei em tê-la ao meu lado. - A gente se encaixou direitinho, né? Mesmo sendo dois opostos.
V2: Tu me aceitou pelo que sou, todo tirado a maluco, neurótico pra caralho, arrumo problema com tudo. Você não quis me botar de certinho, tu se afundou no barco comigo. Por isso, é minha primeira dama; igual a tu, só se eu te olhar no reflexo do espelho. Não tem nem como se complicar, minha explicação é simples.
"E agora ela vendo que eu sou incapaz de viver sem ela."
Ana: Só quero a tua felicidade. E, veja bem, você também não me moldou; tu me ensinou. - Bato levemente em meu colo, convidando ela a se sentar. Com um sorriso, estendo a mão para ajudá-la. - A gente precisava de um pouco do jeito um do outro. Eu com meu coração bom e tu com esse poço de ignorância que não faz questão de nada.
V2: De você eu faço. Te gosto pra caramba. - Deito minha cabeça em seu peito e agarro sua cintura com um abraço.
Ana: Você também é suportável. - Ouço seu coração descompassado pela risada que ela solta ao perceber que bolei a cara.
V2: Ih ala, então bora fazer assim. Os dois morrem juntos, porque aí ninguém sofre, jae? - Subo os olhos e te dou um beijo na bochecha; ela retribui com um selinho.
Ana: Jae. - Imita minha marra no tom de voz e eu sorrio todo orgulhoso. Essa garota é minha versão em miniatura.
Conheci ela foi na maior pura implicância, e de repente já me vi apaixonadão pelos seus olhos inocentes, que choravam dor quando a encontrei. Mas quando a dor sumiu e ela sorriu, aquele sorriso sincero, porra, foi aí que meu peito se encheu tanto que chegou a transbordar.
Essa mulher significa tanto pra mim que às vezes ficava puto por não saber lidar com isso. Cada dia que passa tenho mais certeza, já era filhote, achei o amor da minha vida e zerei todo o jogo!
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— Eles eram incríveis juntos, o jeito deles era como se completassem um ao outro. Mas não foram feitos pra durar para sempre. E essa é a parte que dói...
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No Alemão 3 (DEGUSTAÇÃO)
Non-FictionDuas décadas se passaram, e agora eles ressurgem. Situados na Zona Norte do Rio de Janeiro, um policial se infiltra em meio a eles, com o objetivo de urdir um plano para pacificar a região, onde visa criar condições para que os militares possam circ...