Praça do Forró, Viaporã, 90:47 PM
Apesar de não estar havendo nenhuma festa, a Praça do Forró continha algumas pessoas que costumavam ir até ali nos finais de semana para confraternizar, espairecer, divertir-se, consumir bebidas alcoólicas e etc.. num dos quiosques que vendiam bebidas, um dos atendentes era ninguém mais ninguém menos que Tiago de Juraci. O rosto de Tiago apresentava hematomas de espancamento, a área ao redor do olho esquerdo estava com uma cor arroxeada, acima da sobrancelha direita havia um corte que levara 6 pontos para ser fechado, parte da bochecha esquerda e também da orelha estavam com uma coloração escura.
Lélé estava prestes a pedir uma dose de pinga com limão, mas quando notou a presença de Tiago, ele simplesmente foi comprar a bebida no quiosque vizinho.
— Me dá uma branquinha com limão pediu Lélé colocando o dinheiro sobre o balcão. — Pediu Lélé —
O atendente contou as moedas e as colocou na caixa registradora, na sequencia pegou uma garrafa de cachaça fabricada na região e despejou a quantidade certa num copo americano, pegou metade de um limão que já estava cortada na geladeira e entregou tudo a Lélé. Lélé espremeu a banda de limão dentro do copo e fez um cuidadoso movimento de balanço e giro com o copo para misturar bem o suco do limão à cachaça, feito isso, ele virou todo o conteúdo do copo goela abaixo como se aquilo fosse água e não fez nenhuma careta. Após tomar sua bebida, Lélé foi embora. No quiosque ao lado, Tiago atendia uma moça, ela queria uma lata de Guaraná, durante o atendimento Tiago notou que a moça estava reparando nos machucados em seu rosto, mas ele não se importou, na verdade ele até gostava daquilo. Após receber a bebida, a moça pagou e se foi.
— E aí Tiagão! — Cumprimentou Elias, um parceiro de crimes de Tiago —
Os criminosos apertaram as mãos.
— Os gambé fila da puta judiaro de você, hein!? — Comentou Elias olhando para o rosto de Tiago —
— Isso aqui não é nada! Coisa pió eu já aguentei! — Disse Tiago —
— Me dá uma dose de conhaque com gelo aí. — Pediu Elias —
Tiago serviu o que foi pedido ao parceiro e olhou para o lado para ver se o outro atendente estava prestando atenção, ele não estava, pois estava atendendo um freguês, como o outro atendente não viu nada, e o patrão não estava presente, aquela dose de conhaque com gelo não seria cobrada.
— Tem um esquema bom pra nós fazê na semana que vem, cê interessa? — Perguntou Elias —
— É o quê? — Quis saber Tiago —
Elias tomou um gole de sua bebida e respondeu.
—Buscá umas parada ni Beija Flor e levá pra Riacho. —
Tiago pensou por alguns instantes e perguntou.
— É pra Cachorrão? — Quis saber —
— É. — Respondeu Elias —
Cachorrão era um dos grandes chefes do tráfico de drogas local.
— Beleza! Nóis vai! É só me falá o dia e a hora! — Aceitou Tiago —
— Certo, depois eu passo ni sua casa pra combiná tudo. — Disse Elias colocando o copo vazio sobre o balcão e se virando para ir embora —
"Tomara que essa porra dá um dinhero mais o mên."
Pensou Tiago.

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Gurunga 6
Fiction généraleAcesse esse link para consultar o dicionário da Gurunga https://rangeloblivion.blogspot.com/2020/06/dicioario-da-gurunga.html Baseado em eventos reais NOTA DO AUTOR Este é o sexto livro da série Histórias da Gurunga. Nos livros anteriores os "causos...