André apertava os lençóis imerso no intenso prazer mesclado a dor que sentia no momento. No espaço fechado somente se ouviam os gemidos satisfatórios do casal que estava se amando naquela manhã de domingo.
André gemeu alto quando o homem em cima de si estocou com força se enterrando em si.
—— Filipe! —— Gritou quando a sensação familiar foi tomando conta de si e sabia que estava perto. Encontrou os olhos da cor do céu nublados de paixão olhando fixamente para si.
Filipe, maliciosamente mordeu o lábio inferior apertando as coxas cheias do seu namorado, a sua barriga balançando em sincronia com as suas estocadas o faziam se sentir ainda mais excitado.
A pele escura brilhava molhada pelo suor, viu o seu orgulho masculino entrando e saindo do orifício encharcado pelo óleo de amêndoas.
Subiu as mãos para a cintura de André e o homem negro rodeou a cintura do maior com as suas pernas.
—— Eu amo-te —— Declarou Filipe, iniciando um beijo delicado antes de dar estocadas profundas e firmes, André arranhou as costas impecavelmente brancas amando a sensação de ter o seu ponto mais sensível.
—— Está vindo… Filipe! —— O maior aumentou o ritmo das estocadas até preencher o interior do namorado e logo de seguida André gozou no peito de ambos.
O André foi o primeiro a fazer o banho e após vestindo sentou-se na cama esperando o seu namorado sair do banho.
Olhou ao redor, a cama era simples e mal conseguia aguentar os dois de tão velha que era. Os seus aposentos não eram diferentes dos outros criados que ali ficavam com a exceção de que ele havia se apaixonado pelo filho do seu amo, o duque Valentim.
André sobressaltou-se quando sentiu alguém envolvendo o seu corpo porém relaxou logo que percebeu quem era.
—— O que te incomoda? —— Filipe perguntou beijando o seu rosto.
—— O duque volta amanhã da sua viagem —— Comentou tristonho e apertou o tecido fino da sua roupa, ele sabia que Filipe não mais viria passar a noite consigo mas o que ele esperava que o filho do duque fizesse.
—— Eu irei conversar com o seu pai sobre nós, não fica assim. —— O homem gordinho ergueu-se chateado e afastou-se de Filipe.
—— Não posso perder esse trabalho, Filipe, eu tenho a certeza que ele vai me mandar embora assim que descobrir sobre nós —— Filipe suspirou diante a declaração do menor.
Quando ia respondendo, foram interrompidos com alguém batendo a porta e Filipe revirou os olhos ao saber exactamente quem era. O gordinho alisou a roupa velha antes de correr para atender a porta.
—— Bom dia, meu amor! —— Filipe se controlou para não revirar os olhos ou socar aquele homem que estava cortejando André mesmo sabendo que ele estava comprometido.
—— Octávio! —— Chamou num tom receoso, ele sabia que Filipe não gostava nem um pouco quando o homem vinha no seu quarto toda manhã alegando sentir saudades.
—— Eu sei, o senhor Filipe não gosta que eu chegue aqui mas ele não precisa saber —— Octávio rodeou a cintura do gordinho e escondeu o rosto no seu pescoço porém o menor tentou se afastar.
—— Talvez você entenda as coisas depois de eu partir a sua cara —— Filipe tinha a testa franzida e nem se importou em esconder o seu dorso nu repleto pelas marcas na sua pele.
—— Senhor Filipe —— Octávio mostrou o sorriso mais falso que conseguia porém manteve os seus braços ao redor do gordinho.
Octávio era um dos muitos criados que trabalhavam na mansão do duque Valentim, Octávio tinha a mesma altura de Filipe, o corpo musculoso e forte com a exceção da pele negra igual de André.
—— Senhor Filipe, a baronesa procura por si —— André cutucou levemente a barriga de Octávio que contragosto o soltou.
—— Diga a ela que estou vindo —— Disse num tom autoritário que Octávio não gostava nem um pouco porém não tinha escolha se não obedecer e afastou-se do casal.
—— Não fique assim, Filipe, você sabe que sem ele eu não estaria aqui —— André disse após fechar a porta e voltar para ele.
—— E vocês terem sido namorados não tem nada a ver, não é? —— O homem gordinho ergueu uma sobrancelha não gostando da fala de Filipe, ele havia sim, se deitado com Octávio mas isso foi há anos e eles nunca namoraram.
—— Não deixe a baronesa esperando, senhor Filipe —— O filho do duque puxou os fios dourados em frustração, ele sabia que André estava chateado.
André saiu dos seus aposentos irritado, os seus olhos estavam ardendo porém ele recusou a chorar por uma coisa tão trivial.
Como qualquer criado da mansão dos D'Ávila, André ficava numa casota próxima a mansão, era feita de palha e bambu mas era melhor que a sua antiga casa e possuía alimento e roupa limpa mesmo que velha.
Adentrou a mansão e como sempre fazia, recolheu toda a roupa suja e a colocou num cesto para poder ir lavá-la.
—— Essa raiva tem nome? —— André levou quando escutou a voz feminina serena porém firme de Isabella, a baronesa.
—— Baronesa! Desculpe, eu estava quase saindo —— A mulher que trajava um vestido feito dos melhores tecidos da cidade, um colar de pérolas em volta do pescoço, brincos discretos e uma maquiagem leve no rosto, sorriu quando notou o nervosismo em André.
—— Calma, André, só quero alguém para conversar —— O gordinho pousou a cesta de roupa quando sentiu uma tontura e enjoou forte, ele cobriu a boca.
—— Oh céus! Sente-se um pouco, querido —— Isabella correu para servir um pouco de água para André que a recebeu, ele vinha sentindo os enjoou há semanas.
Isabella não era tola, ela havia notado que André vinha ganhando mais peso, a sua pele ficando oleosa e tinha as mudanças de humor que o seu sobrinho tonto não percebia o motivo.
—— O Filipe sabe? —— André ficou tenso com a pergunta da baronesa, ele não queria trazer problemas para o namorado por isso escondeu a gravidez.
—— Eu ainda não contei para ele. Não conte para ele, por favor —— Disse desesperado. André sabia que o duque iria mandá-lo embora se descobrisse sobre o relacionamento entre ele e o seu filho, corria o risco de ir a forca ou pior, a sua mãe sofreria.
—— Tu precisas contar para ele e eu cuido do meu irmão, nada irá acontecer à você —— A baronesa disse séria.
—— Não sei, baronesa. O duque é um homem difícil e ele me odeia mas vou contar ao Filipe quando me sentir pronto —— Comentou ficando em pé, levou a cesta de roupa suja e despediu-se da baronesa.
André andou às pressas até chegar a parte onde lavava a roupa, deixou cesta de roupa suja do lado e sentou-se no chão tentando assimilar o que aconteceu.
—— Não demorar até ele encontrar alguém da sua classe social e esquecer que você existiu —— Octávio disse parando na frente do gordinho.
—— O Filipe não faria isso comigo, Octávio —— O homem gordinho ergueu o rosto para encarar o mais alto, ele ainda sentia-se enjoado e não ficar em pé era uma péssima ideia no momento.
—— Pois eu tenho a certeza que faria. O pai dele tem influências e pode destruir num estalar de dedos assim que descobrir que você tem um caso com o filho dele, André —— Octávio trincou o maxilar irritado.
—— Ele é filho de um D'Ávila, uma pessoa com poder e riquezas, e você não passa de um criado pobre que depende das migalhas que ganha aqui para sobreviver e tem a sua mãe doente. Achas mesmo que ele vai aceitar que um nobre como o Filipe se misture com um aldeão filho de camponeses?—— Disse duramente.
—— E depois? Achas que não sei disso? Eu sei que me apaixonar por ele era errado mas não pude evitar, não escolhi o amar, simplesmente aconteceu —— Gritou levantando-se e dobrou as mangas da sua camisa antes de mergulhar a roupa na água.
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Rebirth
RomanceEm um reino de apaixonante aristocracia, Filipe, herdeiro do prestigiado duque, encontra amor proibido nos braços de André, o humilde criado de seu pai. Nesse romance clandestino, a paixão floresce, mas um mal-entendido trágico os afasta. Cinco anos...