Capítulo 06

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—— A baronesa chegou, filho —— André virou o rosto para encarar a única pessoa que ainda não havia o decepcionado.


Isabella caminhou a passos precisos até o gordinho que estava ofegante e transpirando, baixou os olhos para encontrar o ventre volumoso onde crescia o fruto do amor entre André e Filipe.


—— Trouxe a parteira da família —— Disse a baronesa limpando o suor da sua testa. O gestante estava deitado no colchão fino que causava um imenso desconforto para as suas costas mas nada se comparava àquela dor abaixo do seu ventre.


A mulher de idade organizou tudo com a ajuda da baronesa e Eloísa. A parteira se posicionou entre as pernas do gordinho enquanto a mãe de André e Isabella seguravam a sua mão, o encorajando.


—— Ahhh! —— Gritou seguindo as instruções da parteira. As lágrimas molhando o seu rosto e os gritos agonizantes de André partiram o coração das duas mas elas sabiam que era por um bem maior.



—— Eu… não… vou conseguir —— Disse ofegante e a sua mãe apertou a sua mão com força.



—— Só mais um pouco e você consegue, meu filho —— A mulher disse encorajando o seu filho que respirou fundo e empurrou o mais forte que conseguia até o choro alto preencher o quarto.




—— É um menino —— Exclamou a parteira segurando o bebê chorando em plenos pulmões, a parteira deitou o bebê no peito de André que começou a chorar.



Os nove meses que passou esperando ansiosamente para segurar o seu maior tesouro nos braços e a razão de não ter desistido da sua vida quando perdeu o amor da sua vida.


—— Olha mãe, é o meu bebê —— Disse beijando o topo da cabeça do bebê. Eloísa e Isabella ficaram encantadas com a cena que choraram acompanhado André.

—— Sim, meu filho, é seu —— Eloísa respondeu quando notou que André estava caindo no sono e ajudou a parteira limpar tudo.




No dia seguinte, André estava alimentando porém revoltado com o pedido da baronesa que insistia em levá-lo consigo de volta para a mansão dos D'Ávila.



—— Escute, eu não sei o que o meu sobrinho fez mas ele precisa saber que você está bem ou pelo menos conhecer a criança —— Isabella tentou convencer o gordinho.



—— Aquele homem está morto para mim, baronesa —— Disse fazendo Eloísa e Isabella suspirarem, elas sabiam que André ainda amava Filipe, as noites que chorava em silêncio e o anel no seu dedo mostravam isso.



—— Não posso te obrigar a voltar —— A baronesa sentou-se no colchão onde André estava parcialmente deitado e aproximou-se do pequeno Amal que mamava com vontade.



Por ser recém-nascido tinha a pele mais branca que baunilha, a sua pequena cabeça preenchida por alguns fios negros, o nariz fino, lábios grossos como de André e olhos castanhos encaravam o gordinho.




—— Ele não puxou nada do pai —— Comentou tocando a bochecha gordinha do bebê.


—— Seria injusto eu o carregar por nove meses e ele sair uma cópia do pai —— Respondeu André fazendo a baronesa gargalhar. O homem negro suspirou profundamente antes de continuar.


—— Obrigado por tudo, baronesa. Sem você eu não sei o que seria de nós —— Agradeceu com um sorriso leve.



—— Tu sabes que eu faço por amor. O que farás agora, André? Já pensou na minha proposta? —— Perguntou ansiosa, ela desejava oferecer uma oportunidade melhor para o gordinho, assim como o tirou da sua antiga casa e arranjou uma nova para ele e a sua mãe, a baronesa queria dar algo maior.




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