Capítulo 09

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—— O que eu faço com este sentimento, mãe? —— Eloísa passava a mão pelo cabeça raspada do seu filho que estava chorando desde o momento que ela o encontrou encolhido na sua cama.

—— Tu precisas ter uma conversa franca com ele, filho. Só assim vocês terão paz e posso ver que ele realmente está arrependido do que fez —— Falou a mulher séria.

—— E se ele fizer de novo? Não quero sentir aquela dor de novo —— Questionou soluçando. André estava inseguro em acreditar que talvez Filipe tivesse mudado e não seria um cobarde que o abandonaria a primeira dificuldade que aparecesse.



—— Não saberás isso se não tentares, André. Vocês já conversaram sobre o Amal? —— Endireitou o turbante colorido que embelezava a sua cabeça.

—— Ele pediu para conhecê-lo —— Disse com amargura ao lembrar do Filipe pedindo para conhecer o seu filhote.

—— O que vou dizer pode parecer cruel mas, o homem é o pai da criança e mesmo que não mereça acho que tem o direito de conhecer o Amal. Eu sei muito bem pelo que você passou mas não adianta se torturar, dê uma chance para ele se redimir e quem sabe a sua felicidade seja completa —— André sentou-se para encarar a mãe que tinha um olhar sereno.

—— Eu sou feliz com vocês, não preciso dele para mais nada e além disso ele tem uma esposa —— Disse mais tentando convencer mais a si mesmo que a Eloísa.

—— O anel que tens no dedo diz o contrário, André. Você sempre olha para ele com tanto carinho que mostra o teu desejo em ter se casado com ele e eu sei que no fundo ainda queres isso —— André frustrado escondeu o rosto no travesseiro macio.

Olhou para o berço onde o seu maior tesouro dormia tranquilamente, a razão de ter se mantido forte durante todos aqueles anos, Amal, o seu filho, fruto do seu amor com Filipe.

Na manhã seguinte, Valentim acordou com uma dor de cabeça infernal por ter passado o dia anterior se embebedando com os seus amigos mais próximos que acabou esquecendo que a leitura do testamento de Isabella seria feito naquela manhã.

Caminhou a passos rápidos para poder chegar à sala onde iria tomar o café da manhã. Parou estupefato com a pessoa que estava sentada à mesa.

—— Você? —— André não deu atenção ao homem e continuou a alimentar o seu filho que estava sentado no colo.

—— Bom dia, duque Valentim —— Cumprimentou frio e o duque franziu o cenho ainda não acreditando no que via. Olhou para o filho que comia tranquilamente sentado em frente a André.


—— O que esse criado faz na minha mesa, Filipe?! —— Gritou batendo na mesa, algo que acabou assustando a criança a fazendo chorar.

—— Ele é o homem que eu amo e não grite na frente do meu filho —— Eloísa gostou da resposta do loiro porém André manteve indiferente a eles enquanto acalmava Amal.

—— Com quem você acha que está falando? Faz esse crioulo calar a boca ou eu mesmo faço! —— O gordinho trincou o maxilar contendo a sua vontade de responder, ele podia ser influente mas não chegava para enfrentar um duque e problemas para o seu filho era a última coisa que queria.


—— Olha a maneira como você fala com o meu neto, seu velho amargurado e pouco me importa se você é o duque ou o imperador da China, não vou permitir que fala assim com a minha família, não comigo aqui —— Eloísa interveio surpreendendo Filipe e André, alguns criados que observavam a cena já rezavam esperando que o pior acontecesse.

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