Dex

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JUDE

Falta 10 minutos para meio dia e meu horário de almoço daria início, então interfonei para minha secretária e ela logo entrou em meu escritório.

— senhora? — parou em frente minha mesa.

Jude —  eu vou para uma inauguração no hospital de Marc, me avise caso aconteça alguma coisa.

Peguei minhas coisas enquanto avisava ela que apenas concordava me olhando.

Jude — Você sabe se o Adam já foi ou ainda está aí?

— a secretaria dele disse que ele demorou pouco hoje, só assinou umas coisas e logo saiu.

A pontada estranha logou voltou dentro de mim, nunca me importei quando Adam saia, só que ultimamente ele quase não está em casa, as vezes está em seu apartamento, mas não quero atrapalhar sua vida íntima.

Jude — ah sim, obrigada.

Sai pelo elevador e mandei mensagem para Marc avisando que já estava saindo.

Quando chguei notei que o hospital realmente era grande igual Marc falou, vi muitos carros estacionados, mas nenhum deles era o de Adam.

Assim que entrei falei pra recepção para quê estava ali e segui pelo corredor que uma das recepcionistas indicou.

Passei pelos corredores olhando as salas até chegar em um corredor com decoração e várias pessoas ali.

Marc — Amadinha — veio ao meu encontro e nos abraçamos.

Jude — a decoração tá linda, parabéns! — ele sorrio agradecendo — eu saí agorinha da empresa e não vi o Adam, mas acho que ele deve ter passado em casa e já deve esta chegando.

Marc — não se preocupe, amadinha. Adam já chegou tem um tempo, deve estar por aí... - murmurei apenas um 'ah'.

O loiro falou que já já voltará só ia falar com a mãe dele. Aproveitei que ele saiu e segui pela porta que estava aberta, ela dava acesso a uma sala colorida e cheia de brinquedos.

Tinha algumas crianças brincando acompanhadas de pessoas que acho ser enfermeiros.

De longe vi o homem de corte militar, com seu terno azul escuro sentado em uma cadeira de plástico rosa ao lado de um menino de mais ou menos 7 a 9 anos com uma chupeta na boca.

Uma cena muita fofa.

Adam o ajudando a pintar. Eu ficaria ali os olhando por uma tarde toda, mas uma mulher se aproximou deles, e os vendo os três assim com um assunto tão íntimos e amigos, fiquei imaginando que daqui ah alguns meses vamos seguir nossa vida um sem o outro.

Sai atrás de Marc com o coração apertado, quase não consegui respirar.

Marc — te achei! — falou ao meu encontro e eu forcei um sorriso — mamãe queria me apresentar um amigo dela, eu entendi de primeira o que ela queria...

Jude — mal sabe ela por quem você é rendidinho  — levantei um sobrancelha o olhando de lado.

Marc — hm... mas ele não está tão interessado em mim. — andamos ate a comida.

Jude — talvez esta se fingindo!

Marc — acho que não... — ele colocou nosso suco — e você e Adam? Como estão?

Jude — não estamos. — ele me olhou se senho franzido — eu e Adam aprendemos a nos desenrolar, mas...

Marc — mas o que ?

Jude — ele tem a vida dele e eu a minha, é como se isso  fosse apenas um buraco no meio das nossas vidas. As empresas estão faturando muito depois do casamento. Está tudo as mil maravilhas nas empresas, nos negócios...

Marc — então não é um buraco, talvez seja uma ponte — murmura — mas e na sua vida? E vocês?

Jude — estamos vivendo cada dia acomodados. — suspirei e vi ele saindo da sala arrumando o palitor — nos acomodamos em uma vida de rotina remota. Acordamos, trabalhamos e dormindo. Creio que vai ser assim até o fim do contrato, e eu entendo. É só um contrato...

O loiro ficou pensativo e logo Adam chegou onde estávamos. Ele sorrio para mim e eu soltei um ar que nem sabia que ocupava meus pulmões.

Marc — acho que tá na hora de falar algumas coisas pra essa galera. Com licença. — ele saiu quase voando.

Adam — olá gnomo! Achei que não viria — ele me deu o beijo no topo da testa em comprimento e eu quase desfaleci ali.

Jude — o Marc me mataria — rimos.

Nos olhamos por um tempo e logo vejo seu olhar mudar para para um ar divertido. Adam agarrou minha mão e saiu me puxando para a sala que estava antes.

Jude — o que foi?? — questionei vendo ele me puxar todo empolgado.

O meu marido me levou até o garotinho que estava com ele antes, Adam me olhou com um brilho nos olhos que eu nunca tinha visto, parecia um garotinho feliz.

Adam — quero te apresentar uma pessoinha. Cole! — o garotinho olhou para cima.

Seu cabelo era preto e suas pupilas estavam dilatadas, mas ainda era notório os olhos azuis.

Adam — Cole essa é minha mulher,  Jude — falou para o garotinho.

Confesso que minha barriga gelou quando ele me chamou de " minha mulher ".

Cole — ela mutu bunita igual voxê dixe.

sorri achando muito fofo e abracei o braço de Adam e ele sorriu. O garotinho  deitou a cabeça para o lado me olhando curioso.

Cole — maixi ela não ten xifi igual voxê dixe.

Fechei a cara de bati no braço de Adam. Como ele diz isso a uma criança???

Adam — Você não viu pequeno? Ela cria chifre igual no desenho quando me bate. — falou como um segredo para o garotinho que sorriu.

Jude — tenho, Adam ? — Perguntei fazendo uma cara zangada e Adam sorriu amarelo.

Adam — lógico que não, você fica até mais bonita.  — ele deu uma corridinha para atrás do Cole.

Cole — eu xou piquenininho titi — falou o pequeno dando gargalhadas de cara de Adam.

Jude — tá vendo, Cole. Esse é seu amigo! Está te usando para não apanhar — falei passando a mão na bochecha dele.

Cole — maixi voxe naum pode bater no titi.

Jude — eu não bato animais, Cole. — falei me sentando na cadeira verde ao seu lado.

Vejo o homem atrás do garotinho ficar com uma cara pensativa e reviro os olhos.

Jude — o que desenha aí, querido? — me sentei mais perto dele.

Adam sentou do outro lado, na cadeira rosa que antes estava, pegou uma folha e um giz rabiscando algo.

Meu deus, uma criança atentada! Já sei o que fazer quando ele começar a me estressar.

Cole — titi, falou pla desenhar o que eu maix amo. Fix um lovete. — falou muito concentrado enquanto eu tentei entender.

Jude — um o quê?

Cole — lovete — ele falou simples e levantou a folha.

Um Sorvete...

Casados?Onde histórias criam vida. Descubra agora