Capítulo 13 - Conhecendo Annie

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Damos uma volta pela Capital enquanto conversamos. Finnick nos conta sobre uma outra vitoriosa do Distrito 4, Annie Cresta, dizendo que ela veio junto com ele para a festa do vitorioso desse ano. Imagino se é ela quem eu tinha ouvido no fundo da ligação no outro dia. 

Voltamos para o prédio dos vitoriosos. No elevador nós três ficamos em silêncio. Finnick se despede quando paramos no quarto andar. 

- Apesar de eu querer muito continuar da onde paramos, - Johanna diz assim que Finnick sai. - acho que ainda precisamos conversar melhor, não acha?

- É. - eu respondo. Precisamos mesmo conversar melhor sobre tudo. 

Concordamos silenciosamente em ir para o meu apartamento. Ao chegarmos lá, eu abro a porta e deixo Johanna passar. Fecho a porta e me sento ao seu lado em um dos sofás da sala.

Eu falo primeiro. - Sabe, conversei com algumas pessoas antes de ligar desesperadamente para Finnick e pedir ajuda. 

Ela ri. - Com quem você conversou? 

- Com minha irmã e minha mentora. - eu respondo. Conto absolutamente tudo para ela, sem medo de ser completamente sincera. Observo que nas partes em que menciono Cora seu olhar parece mudar, parece um olhar de saudade por alguma coisa, por alguém. 

- Sua irmã é bem esperta para alguém de 12 anos. - é a primeira coisa que ela diz. Ela pausa, parecendo refletir no que falar. - E ela está certa. Eu tenho medo. Com o Finnick eu já tinha medo de me aproximar, medo de eu eventualmente perder alguém importante para mim. Com você, Daphne, é pior ainda. - ela segura meu rosto com uma de suas mãos, olhando em meus olhos. - Não só por medo de perder uma amiga e também das coisas terem escalado muito rápido, mas medo de me entregar para o que eu sinto por você, medo de qualquer coisa acontecer com você. 

Eu sorrio para ela, pondo minha mão em cima da sua. - Jo, - ela sorri com o apelido que eu acabo de chamá-la. - Eu não posso realmente entender o que aconteceu com sua família, o que você sente em relação a tudo isso, mas você não pode viver deixando o medo guiar você. Além do mais, eu sou uma vitoriosa também, e sem querer me gabar uma das favoritas da Capital, - eu rio com o que acabo de dizer. - eu não acho que ninguém tem coragem de fazer qualquer coisa comigo que possa ter repercussão pública. 

Ela assente com a cabeça, parecendo concordar com o que eu digo. 

- Johanna. - eu digo e ela me olha nos olhos, esperando eu continuar. - Quem você perdeu? - minha voz sai fraca devido ao assunto ser algo delicado para ela. 

Ela desvia o olhar e olha para baixo. Vejo lágrimas se formarem em seus olhos. 

- Meu pai, minha mãe e meu irmão mais novo. - ela responde, voz igualmente fraca. 

Eu deixo as lágrimas que acabam de se formar em meus olhos escorrerem. Penso em como deve ter sido dolorido chegar em casa e ver que toda sua família morreu, penso em como deve ter sido não ter tido tempo de se despedir deles. Nem sei a idade de seu irmão, mas imaginá-lo me faz lembrar de Cora e como eu me sentiria se a perdesse. 

- Eu sinto muito. - eu consigo dizer. Encosto minha testa na dela. Lágrimas caem de nossos olhos. 

Eu a puxo pelo pescoço e a abraço, um abraço forte e apertado. Ela me abraça de volta na mesma intensidade. 

Ficamos o que parece ser uma eternidade abraçadas, e eu ainda poderia ficar mais um pouco assim. Quando começamos a nos afastar seu olhar para em meus lábios e ela me beija. 

O beijo começa a ficar mais intenso, mas somos interrompidas por uma ligação. Eu congelo, já tendo ideia do que pode ser. Eu hesitantemente atendo o telefone e confirmo meu medo: estou sendo requisitada para "entreter" alguém da Capital. 

A Vitoriosa do Distrito 10Onde histórias criam vida. Descubra agora