Capítulo 34 - Ataque no 13

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Antes da transmissão ser interrompido consigo ouvir claramente um som de dor, um grito vindo de Peeta. A sala fica um caos. Todos falam ao mesmo tempo e ninguém se escuta. 

- Calem a boca! - Haymitch berra. - Isso não é nenhum grande mistério! O garoto está dizendo que estamos a ponto de ser atacados. Aqui. No 13.

A única pessoa sensata e que parece ter compreendido o que Peeta quis dizer. 

- Como ele teria essa informação?

-  Por que a gente acreditaria nele?

- Como você sabe?

- Estão batendo nele enquanto a gente está aqui conversando. Do que mais vocês precisam? Katniss, me ajuda aqui por favor!

- Haymitch tem razão. Não sei onde Peeta conseguiu a informação. Nem mesmo se ela é verdadeira. Mas ele acredita que sim. E eles estão...

 - Você não o conhece - Haymitch diz a Coin. - Nós, sim. Coloque seu pessoal de prontidão.

- É claro, estamos preparados para tal cenário. Embora tenhamos décadas de apoio à suposição de que mais ataques diretos ao 13 seria contraproducente à causa da Capital. Mísseis nucleares liberariam radiação na atmosfera, com incalculáveis danos ao meio ambiente. Até mesmo um bombardeio rotineiro poderia estragar acentuadamente nossas instalações militares, as quais sei que eles têm esperança em reconquistar. E, é claro, esse tipo de atitude é um convite ao contra-ataque. É concebível que, devido à nossa aliança atual com os rebeldes, esses riscos possam ser vistos como aceitáveis. - Coin diz. 

- Você acha? - Haymitch pergunta.

- Acho, sim. De qualquer modo, vamos ingressar na instrução de treinamento de Nível Cinco de segurança - diz Coin. - Vamos dar início ao confinamento.

Vejo ela digitar algo rapidamente num teclado. 

Boggs guia Katniss, Finnick e eu para fora do Comando. Chegamos numa escadaria. Muitas pessoas descem, mas surpreendentemente ninguém grita nem nada do tipo. Meus pensamentos vão direto em Cora, preciso encontrá-la, mas é muito difícil tentar achá-la com tantas pessoas descendo às escadas. 

Demora alguns minutos para chegar no local onde todos estão sendo dirigidos. Boggs nos informa que temos que ficar na área da mesma letra do nosso compartimento. Assim que encontro a área onde vou ficar, corro para procurar por minha irmã. Felizmente logo a vejo, sentada em um dos beliches. Corro para abraçá-la. 

- O que aconteceu? - ela me pergunta, preocupada.

- Peeta. - eu digo. Ela me olha confusa. - Na transmissão da Capital de hoje, ele informou que o 13 provavelmente vai ser atacado. 

Sei que essa informação não vai tranquilizá-la, mas de nada iria adiantar se eu mentisse. 

A sirene que avisa sobre um possível ataque, para que as pessoas se dirijam a um local seguro, continua tocando. Cora e eu ficamos sentadas no beliche inferior, escutando a sirene e observando nosso entorno. Só agora vejo que Cora segura algo na sua mão. 

- O que é? - eu pergunto, apontando para a mão dela.

Quando ela abre a mão para me mostrar, meu coração para. Ela segura o coração de madeira que eu havia ganhado de Johanna na arena. Lágrimas se formam em meus olhos. Eu pego o objeto de sua mão e seguro forte. 

- Sabia que você iria querer ficar com ele. Ainda bem que estava no nosso compartimento quando a sirene começou a tocar. - ela diz.

- Obrigada. - minha voz sai fraca. 

A Vitoriosa do Distrito 10Onde histórias criam vida. Descubra agora