Baile de Primavera pt. 2

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Esquecer de tudo no beijo com Harry é como mergulhar em um oceano de tranquilidade, onde as preocupações se dissolvem e o mundo exterior desaparece. Cada contato é uma suave borracha que apaga as ansiedades, deixando apenas a doce memória de tudo que já vivera com ele.

A menina que antes se comunicava com o vizinho por plaquinhas na janela, ou o visitava na casa dos tios horrorosos agora o beijava. Tudo que ela vinha querendo todos esses anos. É incrível como as coisas podem demorar para acontecer, mas se são destinadas, acontecem cedo ou tarde.

Mas algo fincava o seu coração. Ela ouvia a voz de Cedrico em sua cabeça. O sentimento de culpa ao trair alguém é como carregar um fardo pesado, uma sombra que obscurece os momentos de prazer, criando um conflito interno entre o desejo e a consciência, transformando um beijo em uma amarga dualidade das emoções.

— Meu Deus, me perdoe, S/n... — falou ele culpado ao se afastar levemente do beijo.

— Harry, nós não devíamos estar fazendo isso. — disse S/n preocupada. — Imagine quando Cho descobrir...

— Sobre isso, eu preciso te contar algo. — ele murmurou sem graça — Eu e Cho na verdade decidimos fingir namorar depois que você e Cedrico começaram a sair juntos, para que... talvez vocês nos quisessem, sentissem algo por nós, não sei. Falando alto assim parece ser tão idiota.

— Meu Deus, Harry, você é muito idiota, porque tudo isso? — ela perguntou inconformada enquanto segurava seu rosto

— Porque eu te amo, desde a primeira vez que te vi. Desde quando você me salvou das mãos do Duda na escolinha, e a partir daquele momento, você me salva todos os dias, em todos os sentidos.

— Eu quero muito te beijar agora, isso é tão errado. — respondeu S/n encantada com o que Harry acabara de falar, principalmente sentindo as mãos dele se agarrarem mais fortemente em sua cintura.

— Quase esqueci... eu não podia deixar passar a oportunidade de te dar uma flor essa noite. Não pude comprar nada para ninguém desconfiar, mas eu sei exatamente onde as flores estão. — ele falou pegando a mão de S/n novamente e guiando-a — Vem comigo.

Ele a levou a um lugar um pouco mais afastado do jardim em que o evento ocorria, mas ainda era um caminho florido. Ele parou no meio e se agachou recolheu algumas flores, S/n não consegui quais eram pois Harry estava na frente. Porém quando ele se levantou, deu para ver claramente quais flores eram, e eram várias delas. Lírios, todos muito belos. Ele então as entregou.

— Lírios! São minhas flores favoritas. — comentou S/n dando um sorriso enorme, e corando as bochechas.

— Eu sei. — ele deu uma piscadela — Eu te amo tanto quanto amo essas flores, e eu amo elas. Eles me lembram da minha mãe, Lily, o nome dela significa lírio em inglês.

—  Isso é lindo... — respondeu ela emocionada.

— Eu fiz uma carta pra você também, mas esqueci ela no meu casaco lá no dormitório.

—  Espera, não foi você que escreveu essa carta? — perguntou S/n confusa pegando a carta anônima da bolsinha.

—Não, eu nunca escrevi essa carta. É triste demais. — Harry perguntou confuso, olhando-a nos olhos.

— E calma aí, você tinha me falado que você e Cho fingiram um namoro DEPOIS de mim e Cedrico?

Ele assentiu positivamente com a cabeça. E foi nesse momento que ela soube: foi Draco Malfoy. Ele lhe mentiu sobre o namoro deles. E ela tinha outra certeza: fora Malfoy que escreva a carta anônima.

Ela correu de volta para o jardim do evento, passou entre a multidão, procurando o loiro dentre as dezenas de estudantes no evento. Harry sem entender nada apenas a seguiu, confuso e desesperado e chamando seu nome.

De repente, ela avistou os cabelos loiros do garoto. Ele olhava-a com uma expressão de que poderia desabar a qualquer hora.

— Foi você não foi!? Você quem me escreveu essa carta; mentiu que Harry estava namorando com Cho; você me fez passar por tanta confusão. Eu quase perdi meus dois melhores amigos. Porque!? — ela gritou com ele na frente de todos, com lágrimas em seus olhos.

— Eu não quis fazer com que passasses por isso. — ele respondeu friamente mas claramente com um nó na garganta — Eu... eu fiz porque eu te amo.

— Isso não é amor! — replicou S/n.

— Por favor, me desculpe S/n. — pediu Draco — Eu venho amando você há muito tempo, e eu não consegui lidar com o fato de você amar o Potter ao invés de mim.

Harry ia se pôr na frente de S/n e provavelmente dar uma bela surra em Malfoy, porém ela o deteve.

— Todos os dias eu via vocês, e desejava que ele fosse eu. — confessou ele.

— Me desculpe Malfoy. Eu não sinto o mesmo. Eu posso te perdoar, mas por favor não atrapalhe nosso caminho.  — ela estendeu a mão a ele — Amigos?

— S/n o que você tá fazendo?! Ele quase nos fez separar um do outro. — perguntou Harry inconformado.

Malfoy não pegou na mão dela, mas lhe deu um abraço. Ele aparentava realmente estar triste, podia-se ver algumas lágrimas caindo de seus olhos, mas ele tentava esconder.

— Todos merecem uma segunda chance. Eu também preciso ser perdoada por alguém. — disse S/n a Harry, porém ela olhava em direção ao banheiro em que se encontrava Cho e Cedrico. — Malfoy, eu preciso ir. Nos falamos mais tarde.

Ele andou com Harry de volta à mesa onde o resto do pessoal estava, inclusive Cho e Cedrico.
Cho olhou para Harry e fez um "joinha" com a mão como se perguntasse se tudo deu certo, e ele respondeu com gesto positivamente de volta, aparentemente só S/n viu essa cena icônica.

— S/n, onde você foi? Te procurei por toda parte!— Cedrico perguntou — Eu ouvi um tumulto vindo da pista de dança, fiquei preocupado.

— Na real, eu estava nesse tumulto. — respondeu S/n sem graça coçando a nuca — Precisamos conversar.

Ela guiou ele até uma distância considerável do público. Então, ela contou o mais delicadamente possível tudo havia acontecido. Cedrico ouviu atentamente tudo calado, isso preocupava a garota. Mas ele apenas falou:

— Bem, eu confesso que não esperava por essa. E também não posso dizer que não estou um pouco chateado. Mas acho que também não ando sendo sincero com você, nem comigo mesmo. Acho que me perdi muito nos meus sentimentos quando você disse naquela festa que Cho estava namorando Harry, eu acho que nós dois estávamos suprindo a falta daqueles que a gente realmente ama. E nesse caminho, acho que acabei gostando de você também.

— Eu sinto a mesma coisa, de verdade, eu te acho um cavalheiro, você sempre me tratou também. Eu realmente gosto de você, mas não do jeito como eu pensava. — ela confessou — Eu nunca esqueci Harry.

— Eu nunca esqueci Cho. — ele disse — Mas foi bom o tempo com você, eu não esquecerei.

— Então é essa a hora que te digo: "estou terminando com você Cedrico Digorry!"? — ela brincou.

Ele riu junto dela.

— Esse é o nosso fim. — ele falou amigavelmente — Amigos?

— Amigos. — ela respondeu sorrindo à Cedrico.

Eles voltaram a mesa, os 4 amigos aguardavam ansiosos e preocupados eles retornarem. Harry olhou-a com um olhar pedindo confirmação, e S/n apenas respondeu com um sorriso. Então eles se encontraram, ignorando tudo a volta, ele segurando sua cintura e a beijando.

Já Cedrico, correu à Cho e conversou com ela sobre alguma coisa que S/n não conseguiu prestar atenção, mas logo depois, viu Cho dando um selinho nele.

Hermione e Rony apenas nos olhavam de boca aberta, desacreditados com que estavam vendo. Os coitados não faziam ideia do que estava acontecendo, mas depois da euforia, nós explicamos à eles.

𝑳𝒐𝒏𝒅𝒐𝒏 𝑩𝒐𝒚 - hp & s/nOnde histórias criam vida. Descubra agora