𝑷𝑨𝑪𝑰𝑭𝑰𝑪 𝑩𝑳𝑼𝑬 𝑬𝒀𝑬𝑺 | MINHO

▪︎ THE NINE ▪︎

Se você acha que eu fiquei horas olhando meus trapos tentando achar alguma coisa boa o suficiente, você está completamente certo.

Nunca fui do tipo que liga para aparências, mas hoje eu queria me sentir bonito.

E queria que uma certa outra pessoa me achasse bonito também...

Peguei a camiseta branca mais arrumadinha que eu tinha, a calça jeans com menos manchas e rasgos, o único coturno que não estava surrado e tcharam! Prontíssimo!

Sim, esse foi o meu máximo de esforço.

Olha... Eu já ouvi dizer que o nervosismo nos desperta diversos mecanismos de defesa... Acho que posso usar isso como desculpa para justificar os dez minutos que fiquei andando de um lado para o outro dentro de casa até ter coragem de sair.

Sinceramente não tem um motivo específico para me sentir tão... ansioso.

Bom, tirando o fato de que a pouco mais de um ano descobri que tinha sido sequestrado, aprisionado, testado e quase morto pelo menos umas três vezes, e agora do absoluto NADA, minha vida que por sua vez estava totalmente pacata, tinha virado de cabeça para baixo por causa de uma garota.

Nada demais tinha acontecido.

Quando finalmente consegui colocar meus pés fora de casa, senti o vento em meu rosto me despertar. Foi como uma onda gélida de conforto e segurança... A última vez que tinha me sentido assim foi ao escapar do laboratório da C.R.U.E.L...

balancei a cabeça em negação na tentativa de mandar esses pensamentos para longe, enchi meus pulmões com a brisa fria que me acompanhava e segui até o pátio.

Aparentemente eu havia demorado mais do que imaginava, o local da festa já estava lotado. Vi algumas pessoas nas mesas pegando lanches, algumas já dançavam envolta da banda improvisada, além de muita gente conversando nas redondezas

Sem querer me gabar, mas a decoração esteva impecável, mandei bem demais dessa vez. Eu e Rose....

Quando pensei na garota, automaticamente olhei em volta na tentativa de acha-la entre as pessoas, mas sem sinal das lindas madeixas douradas dela.

- Boa noite irmão! Fiquei sabendo que teve um trabalhinho extra hoje...- Escutei logo após de uma risada abafada.

Senti os braços fortes do dono da voz me abraçarem pelo pescoço. Thomas observou em volta assim como eu tinha feito a alguns segundos atrás, tendo uma noção do que estava acontecendo em volta.

- Pois é, acredita!? Oque achou da minha obra de arte? - ironizei enquanto andava com o garoto preso em meu pescoço até a mesa onde as bebidas estavam, procurando a bebida menos forte que tínhamos, só para começar.

- Ficou muito bom, Minho! Que outros talentos você esconde de nós, huh? - Thomas se encostou na mesa e pegou a mesma bebida que eu.

- Ah meu amigo, você nem imagina. Tem uma que eu chamo de "o soco mortal", posso te mostrar qualquer dia desses. - Arqueei a sobrancelha e beberiquei um pouco do líquido que a pouco estava na mesa.

Thomas arregalou o olhos surpresos e riu logo em seguida. - Acho que vou passar esse aí por agora! - Rimos - Onde está seu chaveirinho loiro? - Indagou franzindo as sobrancelhas.

- Também queria saber. A procurei a pouco, mas nem sinal dela. - Disse enquanto me dirigia a um tronco de árvore que estava no chão, sentando no mesmo. - Talvez tenhamos chegado muito cedo.

- Não se preocupe, logo ela aparece. Tente não sofrer de abstinência por quinze minutos, okay!? Estou preocupado com você, está muito apegado. - Thomas falou em um tom risonho, mas eu sabia que tinha um fundo de preocupação genuína também.