Conquista. 1/2

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Após a morte misteriosa da última domadora do dragão Balerion, nenhum outro foi corajoso o suficiente para tentar domá-lo, porém, não era segredo para ninguém que Viserys sempre cavalgava e vistoriava áreas onde populares diziam ter visto o enorme dragão se aninhar.
Essa história já se repetia por meses e o jovem não estava disposto a desistir, inclusive, já havia visto o dragão em uma dessas excursões, mas, a enorme besta não se alegrou com a visita e obrigou Viserys a se afastar.
Desde que Jaehaerys anunciou o noivado de Viserys e Aemma, Maera passou a ignorar a existência do sobrinho, porém, sempre observava de longe as tentativas falhas do rapaz em busca do dragão mais antigo da família.
A princesa tinha uma única certeza dentro de si: Ele nunca seria digno.
Balerion foi montado pelo Conquistador Aegon, por Maegor o Cruel e por Aerea, e o que eles tinham em comum? Coragem, vontades e motivações. E se Viserys não tinha coragem para protestar contra se casar com uma criança, como ele teria coragem para domar o Terror Negro?
Este noivado não havia irritado somente Maera, a notícia corria rápido, rápido o suficiente para Fé Militante se reerguer e rápido o suficiente para Dorne se enfurecer. "Fomos domados por monstros, Dorne não concorda com exploração de crianças." Essa mensagem se espalhava por toda Westeros através de corvos.
O Reino estava novamente em alerta após anos de paz.

Vaegon adormecia em seus aposentos quando sentia o instinto a flor da pele, fazendo-o acordar em um susto. Ao abrir os olhos, a primeira coisa que via era Maera vestida em trajes de montaria.

— Pelos Sete Infernos. Você enlouqueceu? - O platinado questionava com resquícios de sonolência e irritação.
— Você já viu um dragão de perto? - Ela questionava ignorando o desconforto do irmão.
— Sim, estou montado nele agora mesmo, não está vendo? - A voz rouca do homem respondia com ironia, fazendo a princesa revirar os olhos no mesmo instante.
— Vamos passear, por favor? Quero lhe mostrar algo. - Ela se sentava na beirada da cama, franzindo levemente as sobrancelhas em uma expressão carente.
—... Inferno. - Vaegon disse secamente, não conseguia ignorar aquela expressão da garota. Então o homem levantava para se vestir com as primeiras peças que encontrava.

Assim como não era grande fã de dragões, também não era grande fã de cavalos. Quando percebia que a irmã estava o guiando para o estábulo, algo em si pareceu o alertar do perigo.

— Para quê cavalos? Poderíamos muito bem passear pelos arredores do castelo. - Ele disse parando de andar, os olhos violetas estavam repousados sobre a figura feminina da irmã que era apenas iluminada pela lua cheia.
— Eu conheço tudo por aqui como a palma de minha mão. Vem, por favor, você não vai se arrepender.  - Ela falava enquanto o olhava nos olhos.
— No mesmo cavalo. - Ouvir isso fez a princesa ficar confusa inicialmente, para logo após soltar uma leve risada.
— Você está brincando. Andará atrás de mim como uma donzela? - Questionava de maneira provocativa.
— Sim, uma bela donzela. - Ele respondia com um sorriso minúsculo nos lábios, como se estivesse rindo da própria piada.

No fim não era uma piada, realmente Maera havia montado no garanhão que tinha desde criança e Vaegon... Bem, Vaegon estava abraçado a cintura da irmã como uma donzela assustada. A diferença de altura de ambos era praticamente gritante, o que tornava a situação ainda mais divertida.
O homem se manteve inexpressivo nos primeiros minutos, mas, os minutos começaram a querer virar horas e isso estava o intrigando. A floresta ficava cada vez mais densa e Maera parecia concentrada demais para o gosto dele.

— O que você está fazendo? Você enlouqueceu? Está me sequestrando? - A pergunta saiu em um tom brincalhão, mas, tinha um fundo de preocupação.
— Estamos passeando. - Maera calmamente respondia.
— Está na hora do lobo, a luz do luar é praticamente inexistente, se pessoas comuns nos virem certamente não serão amigáveis. Você tem ideia do quanto vale nossas cabeças platinadas agora que nosso pai fez o favor de irritar Dorne? - Ele falava de maneira acelerada e óbvia.
— Provavelmente muito. - Respondia despreocupada. — Canibal não deixaria nada acontecer comigo.

O Sangue Do Meu SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora