Meu jantar vira fumaça

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A notícia do incidente no banheiro se espalhou na mesma hora. Aonde quer que nós fôssemos, os campistas apontavam para Percy e murmuravam algo sobre água de vaso sanitário. Ou talvez apenas olhassem para Annabeth, que ainda estava bastante encharcada.

Ela nos mostrou mais alguns lugares: a oficina de metais (onde as crianças forjavam as próprias espadas), a sala de artes e ofícios (onde os sátiros jateavam com areia uma estátua gigante de um home-bode) e a parede para escalada, que na verdade consistia em duas paredes que se sacudiam

violentamente, deixavam cair rochas, espalhavam lava e colidiam uma com a outra se a gente não chegasse ao topo bem depressa. Finalmente retornamos ao lado de canoagem, de onde a trilha levava de volta aos chalés.

- Tenho treinamento - disse Annabeth secamente. - O jantar é às sete e meia. Você só tem de seguir o pessoal do chalé até o refeitório.

- Annabeth, desculpe pelos sanitários.

- Não importa.

- Não foi minha culpa. Murmurou Percy 

Ela o olhou com ar cético e me dei conta de que tinha sido sua culpa. Ele havia feito a água jorrar no banheiro. Não entendia como. Mas os vasos tinham respondido a ele. Era como se ele fosse um dos canos.

- Vocês precisam falar com o Oráculo - disse Hanna.

- Quem?

- Não quem. O quê. O Oráculo. Vou pedir a Quíron.

Olhei para o lago, desejando que alguém me desse uma resposta direta pelo menos uma vez.

Eu não esperava que alguém estivesse olhando de volta para mim do fundo, portanto meu coração deu um pulo quando notei duas meninas adolescente sentadas de pernas cruzadas na base do píer, cerca de seis metros abaixo. Vestiam jeans e camisetas verdes cintilantes, e os cabelos castanhos flutuavam soltos em volta dos ombros enquanto peixinhos passavam por entre eles. Elas

sorriram e acenaram como se eu fosse uma amiga há muito tempo perdida.

Eu não sabia que outra coisa fazer. Acenei de volta.

- Não as encoraje - advertiu Annabeth. - 

-As náiades são flertadoras incontroláveis. Começou Hanna.

- Náiades - repetiu Percy, completamente estupefado. 

- Já chega. Quero ir para casa agora. Reclamou Percy e eu concordei com ele e Annabeth franziu as sobrancelhas.

- Você não percebem? Vocês estão em casa. Este é o único lugar na terra seguro para crianças como nós.

- Você quer dizer crianças mentalmente perturbadas? Perguntei.

- Eu quero dizer não-humanas. Não totalmente humanas, de qualquer modo. Meio humanas.

- Meio humanos e meio o quê? Indaguei novamente.

- Não se lembra Sky, o que eu disse no carro? Acho que você sabe. Interroga Hanna.

Eu não queria admitir, mas sabia, sim. Senti um formigamento nos membros, uma sensação que às vezes me tomava quando minha mãe falava sobre meu pai.

- Deuses - disse eu. - Meio deuses.

Annabeth assentiu.

- O pai de vocês, não está morto. Ele é um dos olimpianos.

- Isso é... loucura.

- Será? Qual é a coisa mais comum que os deuses faziam nas velhas histórias? Eles andavam por aí se apaixonando por seres humanos e tendo filhos com eles. Você pensa que eles mudaram

Os olimpianos e o ladrão de raiosOnde histórias criam vida. Descubra agora