JISOO
Quando eu tomei consciência de que estava acordada, senti minha cabeça latejar e um enjoo vir forte.
Não aguentei e corri o mais rápido possível para o banheiro. Enquanto eu vomitava até minha alma, memórias de ontem à noite vieram à tona, uma atrás da outra.
Eu sentia minha garganta doer, mas a ânsia não passava e eu continuava colocando tudo para fora enquanto tudo o que aconteceu passava pela minha cabeça.
Quando consegui cessar o vômito, sentei ao lado do vaso sanitário e apoiei minha cabeça no meu braço. Eu estava relembrando de muita coisa, mas o que se destacava mais era Rosé.
Vou tentar explicar desde o começo, ok?
Eu nunca imaginei que gostaria de alguém romanticamente. Primeiro que eu me aproximei de Rosé apenas para ter sua amizade de volta, mas tudo saiu do controle quando ela começou a me fazer sentir coisas totalmente novas e diferentes. Algo que ela já fez quando éramos crianças, mas foram coisas inocentes.
Ela despertou a curiosidade, o desejo, a incerteza, a insegurança, entre várias outras coisas. Eu sabia identificar esses sentimentos agora, por causa da terapia. Minha psicóloga foi uma peça crucial nesse turbilhão de sentimentos e experiências novas.
Pensava muito como no começo, antes de me aproximar de verdade da Rosé, eu detestava romance, namoro ou a ideia de sair de casa. De sair do meu conforto, da minha rotina, dos meus hábitos.
Lembrei também de quando vi mamãe assistindo um Dorama de romance e pensei comigo mesma que era o pior gênero possível. Porque pessoas apaixonadas faziam loucuras sem sentido nenhum, em pró dos seus parceiros, mas agora cai na percepção que eu também fiz essas loucuras pela Rosé, e eu nem amava ela ainda.
O que eu faria caso o sentimento fosse ainda mais forte?
Me senti hipócrita por julgar as pessoas pelas ações delas, sem ao menos tentar entender o motivo por trás.
Mas obviamente, com essas mudanças, que apesar de me trazerem sensações boas, também trouxeram consequências. Como a maioria dos atos, não é mesmo?
Não era sempre, mas eu me sentia em constante alerta em não ter o conforto da previsibilidade, com medo das coisas saírem demais dos eixos. Domingo passado foi uma delas e ontem à noite também.
Quando pedi à Rosé e Lisa para irem lá para casa, sem planejar absolutamente nada, senti que foi a maior loucura que eu já fiz. Minha ansiedade aflorou na mesma hora que eu propus aquilo, mas não quis voltar atrás.
O dia não foi ruim, muito pelo contrário, mas não ter seguido quase nada do que eu geralmente seguia, me trouxe um desequilíbrio mental e eu nem percebi o quão irritada eu estava, mas quando tomei consciência, foi tarde demais.
Acordei no meio da madrugada, já me sentindo mal ao extremo e foi questão de segundos até eu ter uma crise, a qual eu não conseguia pensar direito.
Várias coisas se passavam pela minha cabeça, meu corpo tremia e suava, meu coração batia acelerado e forte contra o peito, e o choro ficou preso na garganta.
Eu só conseguia andar em círculos e mexer nos dedos, tentando ao máximo me distrair daquela enxurrada de pensamentos. Eram tantos que eu nem ao menos conseguia entendê-los para tentar decifrá-los. E eu estava tão absorta naquilo que eu só consegui perceber que era Rosé ali comigo quando sentamos no chão frente a frente, e eu pude ver seu rosto de perto.
Sua compreensão e paciência, mais uma vez, fizeram eu me sentir confortável com a sua presença.
Eu achava ela tão estupidamente perfeita. Ela era linda, talentosa, engraçada, bem humorada, inteligente, compreensiva, paciente... Acho que se eu continuasse listando todas as qualidades dela, iria ficar um bom tempo aqui.
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Basketball Girl
FanfictionJisoo era a jogadora de basquete número um da escola e Rosé apenas uma aluna comum que tinha uma paixão por Jisoo, assim como a maioria dos outros alunos. Ela sabia que Jisoo era conhecida por nunca ter se envolvido com alguém do colégio e por nunc...