📚Capítulo 9 - Lucas

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Depois de uma noite chata, acordei, Derek já tinha ido para o seu treinamento, graças a Deus, não estou afim de ver a cara dele. Não estou muito afim de ir hoje à floresta ler.

Os acontecimentos da noite anterior ainda nublam minha mente, a reação do Derek me deixou atordoado. Tomo banho, escovo os dentes e desço para tomar café.

Não há muita gente, já que a maioria está no treinamento, os poucos presentes são pessoas dispensadas do treinamento. Não estou com fome, então pego apenas um café com leite e me sento na mesa mais próxima. Pego meu celular e fico mexendo nas redes sociais até me cansar, termino o café e vou em direção à cozinha.

Apesar de faltar um pouco para eu trabalhar, quero entrar mais cedo para manter minha mente ocupada.

- O que faz aqui tão cedo, garoto? - exclamou uma das tias quando eu entro na cozinha.

- Vim trabalhar. - respondo de forma animada.

- Falta mais de 1 hora para você trabalhar... vá aproveitar seu tempo livre, filho. - a verdade é que eu não quero aproveitar o tempo livre, estou desanimado.

- Não estou muito afim... por favor, não me dispense, deixe-me ajudar vocês? - faço uma cara de manhoso e cachorro sem dono, e funcionou.

- Está bem. Antes, os meninos que nos ajudavam torciam para ir embora, já você parece que gosta de ajudar. - diz ela, com um sorrisinho.

- Depois da floresta, esse é meu refúgio. Gosto de cozinhar, de ajudar, e principalmente gosto de vocês. - eu realmente gostava delas, em pouco tempo.

- Também gostamos de você, você é um menino de ouro. - ela aperta minhas bochechas, o que me faz rir. - Vamos ao trabalho.

Depois de papear um pouco, começamos o trabalho. Eu estava preparando o frango para as tortas de frango, e eu amo torta de frango. O frango já estava desfiado; agora, eu estava temperando e fazendo o molho para ficar saboroso.

Como eu já sabia essa receita, elas me deixaram fazer. Ficaram observando porque eu fazia de maneira diferente, mas quando provaram o frango, elas amaram, fiquei radiante.

Enquanto eu estava fazendo o frango, a massa estava em uma panela que mexia sozinha. Minhas mãos ficaram felizes. Fui afinando as massas até fazer todas. Deu para fazer bastante tortas, espero muito que os soldados gostem, porque fiz com muito carinho.

Quando terminei, fui fazer a salada. Comecei a cortar as cebolas, depois o tomate, alface, cenoura... estava perdido em meus pensamentos. Não sinto pelo Derek nada além de raiva e ódio, mas não paro de pensar naquele beijo. Foi muito bom. Mas por que ele me beijou? Ele tinha acabado de falar que era hétero, e se ele se arrependeu do beijo, ele me falaria, porque tudo ficaria bem, e não fugiria como se tivesse cometido a pior atrocidade.

Mas se eu não me importava, por que não parava de pensar naquele momento na cozinha? Em pensar naquela boca, e principalmente naquele sorriso? Droga. Proíbo minha mente de pensar nele. Aquele beijo não existiu e nunca aconteceu!

Não quero encará-lo no almoço. Imagino que o Maurício vá se sentar com seus colegas e não quero atrapalhar, nem quero que ele se sinta na obrigação de se sentar comigo. Lembrei que combinei com ele, droga. Não vou mancar com ele.

Depois de um tempo preso em meus pensamentos, já tinha terminado as saladas. Fui verificar as tortas e elas já estavam prontas, comecei a retirá-las e colocá-las em uma enorme bandeja. O cheiro delas estava muito, muito bom. Cortei em pedaços para facilitar a vida dos soldados e me permiti pegar um pedaço para provar.

- Ei. - A tia me repreendeu sorrindo.

- Estou com fome, só para enganar o estômago até o almoço. - falei sorrindo de boca cheia. - Não é porque eu fiz, mas ficou muito bom. Provem.

Um amor que floresce em silêncio - Romance Gay Onde histórias criam vida. Descubra agora