Eu estava parado em frente à porta do Maurício, esperando que ele a abrisse.
- Entra. - ele disse assim que abriu a porta, com o seu sorriso lindo de sempre.
- Obrigado. - Assim que entrei no quarto vi o amigo dele, ele parecia ser um cara simpático.
- Lucas, este é o meu colega de quarto, David. David, este é o meu amigo, Lucas. - Sorri de forma amigável.
- É um prazer, Lucas. - ele disse apertando a minha mão.
- Igualmente.
- Vamos assistir Crepúsculo. Quer se juntar a nós? - Maurício o convidou, e ele fez uma careta.
- Ah, não, valeu. Já assisti Crepúsculo o suficiente. fui forçado a assistir por minhas irmãs. Vou jogar baralho com os caras, divirtam-se. - disse e saiu pela porta. Maurício me olhou com um sorriso.
- Ele é legal, só aquilo que dificulta. - notei que Maurício evita usar palavras inadequadas.
- Esta é a minha cama, fique à vontade. Vou tomar um banho rapidinho. - Ele saiu para o banheiro e eu me deitei, começando a ler uma fanfic sobre Lucemond. Sim, acredite. Eu shippo apenas fora do livro e da série, porque jamais aconteceria. É apenas um shipp que nunca se realizará, mas que amo.
Consegui terminar a fic, não era muito longa, mas muito boa. Então Maurício saiu do banheiro usando apenas um short moletom com a toalha no ombro. Ele tinha um corpo muito bonito, e claro que eu iria provocá-lo.
- Eita. - assobiei para ele. - que corpo lindo, hein. - Comecei a rir porque ele estava corando como um pimentão. - Ficou todo vermelho.
- Você é um saco. - ele disse emburrado, me fazendo rir ainda mais. Em seguida, jogou uma camisa na minha cara.
- Parei, desculpa. - me sentei na cama e abri o Prime Vídeo, ainda rindo, enquanto ele vestia um moletom. - Ah não, como vou elogiar seu tanquinho agora? - cruzei os braços.
- Depois eu mostro, até deixo você pegar. - ele disse de forma maliciosa. - Afasta para o lado.
- Que nojo. - fiz uma careta. - Não quero ter meu cabelo raspado pela sua namorada. - Ele fechou a cara e ficou sério. - Falei algo errado?
- Não, só... eu menti. - Olhei para ele confuso.
- Mentiu sobre o quê?
- Eu não tenho namorada, eu menti.
- E por que você mentiu?
- Porque ainda sinto falta dela. Antes de vir para cá, eu peguei ela me traindo com o meu melhor amigo. - Puxei-o para um abraço e ele deitou com a cabeça em minha barriga, abraçando-me.
- Que saco. Olha para mim. - pedi, e ele me olhou com os olhos marejados. - Maurício, eu te proíbo de chorar ou ficar triste por pessoas que não merecem suas lágrimas e muito menos seu sofrimento, entendido? - Ele confirmou com a cabeça. - Você é lindo, gentil, tem um sorriso encantador. Vai encontrar uma mulher que te ame na mesma intensidade. Como o príncipe que você merece.
- Se eu gostasse de homens, namoraria você. - Soltei uma risada baixa. - Você também merece um cara legal e daora.
- Vamos deixar essa tristeza de lado. - falei fazendo carinho na cabeça dele. Ele limpou os olhos e me olhou.
- Posso ter te conhecido há pouco tempo, mas você já é meu melhor amigo. - Meu coração se encheu de amor.
- Você também é o meu. Vamos assistir? - Ele balançou a cabeça confirmado.
Coloquei o filme, e ele continuou deitado. Ele me perguntou se poderia se deitar com a cabeça no meu corpo e me abraçar, e eu concordei, não havia nenhum problema.
- Você tem uns peitos grandes. - ele comentou depois de alguns minutos de filme, e soltei uma risada seca.
- Eu era um pouco gordinho quando era mais novo. Apesar de ter emagrecido, meus peitos continuaram. - respondi, focado no filme.
- Posso tocar? - ele pediu, olhando para mim, e levantei as sobrancelhas confuso.
- Não. - Por que diabos ele queria tocar no meu peito?
- Vai, por favor, deixa eu apertar. - pediu, de maneira manhosa.
- Cara, você é um pervertido. - falei, revirando os olhos. - Está bem.
Não demorou para ele enfiar as mãos por baixo da minha camisa e apertar. Eu era magro e forte devido à academia, mas meus peitos continuavam do mesmo tamanho. Alguém me disse uma vez que isso se devia a desequilíbrios hormonais.
A sensação das mãos dele no meio do meu peito me causava arrepios, e quando ele apertava, era ainda melhor. Até que consegui me concentrar no filme.
- Se continuar apertando, vou começar a duvidar da sua heterossexualidade. - Ele soltou uma risada.
Maurício ficou chocado quando disse que meus "crushes" de Crepúsculo eram Alice, o Carlisle e o pai da Bella, e não Edward ou Jacob. Ele concordou comigo em relação à Alice, afinal, a mulher era incrivelmente linda. Claro, meus sentimentos pelo Carlisle eram únicos, que homem, e o pai da Bella então...
Terminamos o primeiro filme e começamos o segundo, como eu disse, Maurício adorou e queria continuar assistindo os próximos filmes. Comemos todos os chocolates no primeiro filme, não deixamos nenhum para os próximos. Meu estoque de chocolate tinha acabado, já que eu não tinha trazido muitos. O amanhã era sexta, então no sábado eu daria um jeito de pedir ao tenente para ir à cidade mais próxima comprar chocolates e outras coisas pessoais. O coronel era difícil de se encontrar, na verdade, nunca o vi, ele deixava essas funções para os tenentes, aparentemente ficava apenas em seu escritório.
O quartel do exército onde estávamos ficava a 6/7 horas de distância de Los Angeles, no meio de uma floresta, e a cidade mais próxima ficava a uns 10 minutos de carro, verifiquei no GPS. Ainda bem que havia uma cidade próxima.
Terminamos o segundo filme tarde, já que ele não tinha treinamento na parte da manhã devido à chuva. O colega do Maurício já tinha voltado para o quarto. Fui ao banheiro, levei minha escova de dentes. Maurício fez o mesmo, e depois de nos escovarmos, deitamos. Fiquei na parede porque estava com medo de cair da cama.
Maurício se deitou e me abraçou. Fiz algumas brincadeiras com ele por causa disso, mas ele disse que era apenas carência, e que éramos amigos, então não havia problema.
Ainda não tinha conseguido dormir, até que ouvi barulhos frenéticos com as mãos e gemidos baixos. Pensei na hora no colega do Maurício e no que ele tinha me contado alguns dias atrás.
- Maurício... - sussurrei baixinho. - Maurício... - ele fez um "hum". - É isso que estou pensando?
- Sim. - ele falou suavemente no meu ouvido e soltou uma risada. Não consegui evitar e comecei a rir baixinho também. - Eu não estava brincando.
Depois de alguns minutos de risadas, adormeci. Sentindo o aconchego e o calor nos seus enormes braços de Maurício. Com o som da chuva lá fora e o cheiro da terra molhada espalhado pelo quarto. Sempre adorei esse cheiro. Dormi tranquilamente com o aroma entrando pelas minhas narinas.
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Um amor que floresce em silêncio - Romance Gay
Romans"Um Amor que Floresce em Silêncio" é uma história de amor entre os soldados Lucas e Derek, que compartilham um quarto no exército. Lucas, não convocado para treinamento militar, enfrenta suas próprias inseguranças e encontra refúgio numa clareira na...