15 - Revelações Obscuras (POV FELIX)

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Sinceramente, eu não esperava que Gaby estaria viva, pelo menos um de nós conseguiu, em partes, salvar alguém. Lucy não salvou a irmã necessariamente, mas pelo menos teve mais uma chance de encontrá-la viva. Fico feliz por Lucy estar feliz. 

Depois daquele momento estranho, Lucy colocou o urso de pelúcia de Gaby debaixo do braço e queria voltar imediatamente para a casa de Greg. 

— Entendo que queira voltar, mas você precisa se recuperar do ferimento. — atentei, preocupado.

— Não, precisamos voltar! Eu estou bem! — Lucy me encarou determinada, parecendo sentir dor ao se mexer de forma abrupta sem querer.

— Pare de forçar. Já sabemos que Gaby está bem, então não há motivo para ficar se apressando se os outros estão seguros na casa. Sua casa até que não é tão ruim — comentei, olhando ao redor com curiosidade. 

— Tá, tudo bem — Lucy assentiu — Vamos ficar aqui por um ou dois dias. Depois voltamos. Não quero preocupá-los.

No total, ficamos alguns dias dentro daquela casa. A casa de Lucy era simples e ligeiramente escura devido às janelas. Parecia menor que a minha, mas era aconchegante. Durante esse tempo, tentei procurar algum aparelho eletrônico, mas a casa parecia ter sofrido algum tipo de limpeza total, já que não tinha mantimentos e aparelhos úteis para sobrevivência. Nossa sorte foi ter mantimentos de sobra em nossas mochilas. Lucy ficou boa parte do tempo de repouso no sofá da sala de estar, não se esforçando para o ferimento cicatrizar.

No último dia naquela casa, Lucy parecia melhor e me acordou cedo para irmos até a casa de Greg.

— Acorda, Felix — ela me acordou, jogando uma almofada no meu rosto enquanto eu dormia no sofá — Vamos logo, já estou melhor.

Depois que estava tudo pronto, com as vendas cobrindo novamente os olhos, saímos da casa em direção ao carro. Uma onda de alívio nos invadia ligeiramente. Quando olhei para Lucy, após fecharmos as portas do carro, ela sorria de uma forma encantadora. Nos encaramos.

— Desculpa, eu sei que você ainda está mal pela morte da Victoria, mas…

A interrompi rapidamente, com um gesto:

— Está se desculpando por estar alegre? Não, não precisa disso. Eu estou bem, e você tem todo o direito, aliás, fica muito mais gata sorrindo do que brava. 

Lucy franziu as sobrancelhas e desviou o olhar, parecendo irritada com meu comentário. O que eu poderia fazer? Eu adorava irritá-la — e era aquele o meu melhor método de me dispersar depois do que houve na minha casa.

— Vamos nessa, os outros devem estar preocupados com nossa suposta traição — disse Lucy, com uma expressão mais séria.

— Fica tranquila. Não ficamos fora nem por uma semana. Eles estão bem — respondi, confiante, ligando o carro.

Lucy pareceu menos tensa com minha resposta, acomodando-se no banco. Após o GPS calcular a rota, comecei a dirigir. O caminho percorreu silencioso, repleto de ansiedade e expectativas ao mesmo tempo. Lucy se mantinha atenta aos ruídos ao redor. Era um alívio finalmente retornar para casa.  O problema era que nem Lucy nem eu sabia que o pior estava por vir. 

Depois de meia hora, estávamos de volta, ansiosos para explicar tudo aos outros, contar que havia um esconderijo mais seguro em meio àquele apocalipse. 

Ao chegarmos à rua da casa de Greg, eu apertei o botão do controle do carro. Para nossa surpresa, o portão da garagem não fez barulho.

— Ele geralmente faz um som alto — observou Lucy.

𝗕𝗜𝗥𝗗 𝗕𝗢𝗫, a história não registradaOnde histórias criam vida. Descubra agora