Diário de bordo: a prometida

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{casa de Shanks, o ruivo}

Conheciam-se desde criança e as formalidades, aquelas tolas formalidades formadas por status sociais que nenhum daqueles homens levava em consideração quando sozinhos, sempre havia sido deixado de lado

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Conheciam-se desde criança e as formalidades, aquelas tolas formalidades formadas por status sociais que nenhum daqueles homens levava em consideração quando sozinhos, sempre havia sido deixado de lado. Ao menos até àquela reunião em que as vozes dos amigos e leais foram caladas por fatos concretos apresentados pela voz do povo, popularmente chamados de anciões: Capitão Shanks, conhecido como O Ruivo, precisava se casar.

Shanks era uma lenda na região portuária, cuja influência era capaz de dobrar grandes líderes e o nome, de assombrar a própria Marinha. Mas não era apenas de lenda que este homem vivia, era também rico, demasiadamente rico, suas propriedades avaliadas em bilhões de barras de ouro, porém solitário.

Ocorre que havia se tornado distante e solitário, recluso em sua própria fortaleza e o seu verdadeiro amor, a navegação, deixado de lado – desde a última vez que o navio havia saído do Porto e ele vislumbrou a pior faceta do amor, àquela que destruiu o melhor amigo Dracule Mihawk após a morte da amada em seus braços, optou apenas por afastar-se das pessoas, temeroso de que aquele mal um dia se abatesse sobre ele. E com isso, a brutalidade e grosseria tornaram seus qualificadores e ele passar a ser chamado de fera.

Já era tarde da noite quando Benn Beckman, o perdedor daquela partida de jokenpô, empurrou com brutalidade as portas pesadas de madeira trabalhada da residência de Shanks – como alegado inicialmente, entre eles tolas formalidades não possuíam espaço, portanto em momento algum preocupou-se com a carranca do amigo ou com a simples e idiota possibilidade de encontra-lo desnudo em um momento habitual de conforto, embora uma prece sincera escapou de seus lábios para que tal visão jamais viesse a lhe ocorrer de fato.

E para sua felicidade, e alívio, Shanks estava vestido, arrancando um suspiro de Beckman em puro alívio. O ruivo, vestido um largo calção negro e uma regata branca que deixava exposto seus músculos sobressalentes, baixou o jornal de notícias diárias à mesa de refeições, juntando-o a xícara de café fumegante que parecia ainda intocada; a bela casa de dois andares era espaçosa excessivamente, bem iluminada em decorrência das inúmeras janelas que a adornavam e encontrava-se silenciosa até àquele momento de modo que a interrupção do amigo fez com que um barulhento eco oco ecoasse pelo ambiente, reverberando-se.

— Bom dia para você também, Benn —

A voz rouca, arrastada, sonolenta, de Shanks denotava zombaria e uma provocação amistosa. Também era saudosa aos ouvidos de Benn que, verdade seja finalmente comentada, fazia meses não a ouvia; era óbvio que ele sabia que aquela reclusão era fruto da culpa que ele carregava consigo por tê-la matado e fadado o amigo a solidão e não havia nada que pudesse ser feito. Nada, ao menos, até àquele momento.

— Não veio roubar meu café, não é? Porque só tem esse aqui... —

Continuou o ruivo, sacudindo displicentemente a xícara de café apenas para corroborar com suas palavras.

Meu capitão - Imagine Shanks, O RuivoOnde histórias criam vida. Descubra agora