Toji abriu a porta de casa e Choso, Eso e Kechizu entraram correndo. Toji entrou, fechou a porta e se virou para os três garotos com as mãos na cintura.
- O que foi que eu falei sobre atearem fogo no quintal da senhora Sanka?!
Os três se entreolharam e abaixaram a cabeça.
- Desculpe, papai - falaram.
Toji suspirou e coçou a cabeça.
- Tudo bem, só não façam isso de novo. Vocês tem sorte de que ela tem demência e eu consegui convecê-la de que a grama sempre foi daquele jeito e... - Toji arregalou os olhos e pensou um pouco. - Meu Deus, o que eu me tornei? Eu enganei uma pobre velhinha doente!
Eso soltou uma risada baixa e Choso e Kechizu o olharam com expressões assustadas. Eso imediatamente parou de rir ao ver uma aura escura rodear Toji.
- De castigo. - Toji disse num sussurro letal. - Os três. Três semanas sem poder ver tevê. Já para o quarto.
Eles abriram a boca para reclamar, mas Toji lançou-lhes um olhar ameaçador e eles logo trataram de obedecer.
Toji suspirou baixinho e coçou a cabeça.
- Quando será que o Jin vai voltar?
...
"- Uma casa nova? - perguntou Toji, mordendo seu picolé.
Jin, que terminava de trocar de roupa pois já tinha sido liberado para ir para casa, olhou para Toji e sorriu.
- Precisamos de uma casa nova. A atual não daria conta de todos nós, mesmo que estivesse inteira. Depois do que aconteceu, precisamos urgentemente de uma casa nova. Tem que ter, pelo menos, seis quartos. Um para a Maki e a Mai, um para os bebês, um para Choso, Eso e Kechizu, um para você, um para mim e um quarto de hóspedes.
- Se dormirmos no mesmo quarto, só vamos precisar de uma casa com cinco quartos - disse Toji, terminando seu picolé.
O rosto de Jin ficou vermelho e ele soltou uma risadinha.
- Talvez nem devêssemos chamar de casa, e sim de creche. Temos crianças demais.
- Está arrependido? - Toji perguntou, jogando e acertando o picolé direto na lata de lixo no outro lado do quarto.
- Não. - Jin abriu um sorriso. - Eu sempre quis ter uma família grande. Graças a você, Toji-san, meu sonho virou realidade. Obrigado.
- Compense-me escolhendo uma vizinhança onde não exista nenhuma "Karen". Os vídeos na internet onde essas mulheres aparecem já são o suficiente para me dar nos nervos. Se eu encontrar uma na vida real...
- Você não vai fazer nada, pois ela pode chamar a polícia e alegar que você a agrediu.
Toji o encarou, sério.
- Nesses últimos meses eu invadi propriedade privada, violei túmulos, roubei, sequestrei duas crianças, cometi fraude e agredi um número bem grande de pessoas. Eu praticamente gabaritei a porra do Código Penal. Agredir uma Karen irritante é o de menos.
Jin soltou uma risada alta e colocou a mão sobre a boca, os ombros tremendo levemente. Ao ver aquilo, Toji sentiu como se florzinhas coloridas brotassem em seu estômago. Ele desviou o rosto para o outro lado e disse:
- Eu vi um anúncio de vendas... Tem uma casa, mais pra perto da floresta, que está à venda. A oferta é boa. Ela precisa ser reformada, então não podemos nos mudar agora, agora. Enquanto isso, você e eu podemos dividir um quarto com o Megumi e o Yuji. As meninas ficam no quarto dos bebês e os meninos ficam no meu quarto.
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Casamento por Conveniência
Fiksi PenggemarE se Fushiguro Toji, depois de morrer em Shibuya, acordasse no dia do enterro de sua primeira esposa? O que fazer agora, quando seu filho é, de novo, um bebê de um ano e seis meses? A resposta é óbvia: case-se com um cara desconhecido que conheceu n...