Capítulo 10

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Toji abriu a porta de casa e Choso, Eso e Kechizu entraram correndo. Toji entrou, fechou a porta e se virou para os três garotos com as mãos na cintura.

- O que foi que eu falei sobre atearem fogo no quintal da senhora Sanka?!

Os três se entreolharam e abaixaram a cabeça.

- Desculpe, papai - falaram.

Toji suspirou e coçou a cabeça.

- Tudo bem, só não façam isso de novo. Vocês tem sorte de que ela tem demência e eu consegui convecê-la de que a grama sempre foi daquele jeito e... - Toji arregalou os olhos e pensou um pouco. - Meu Deus, o que eu me tornei? Eu enganei uma pobre velhinha doente!

Eso soltou uma risada baixa e Choso e Kechizu o olharam com expressões assustadas. Eso imediatamente parou de rir ao ver uma aura escura rodear Toji.

- De castigo. - Toji disse num sussurro letal. - Os três. Três semanas sem poder ver tevê. Já para o quarto.

Eles abriram a boca para reclamar, mas Toji lançou-lhes um olhar ameaçador e eles logo trataram de obedecer.

Toji suspirou baixinho e coçou a cabeça.

- Quando será que o Jin vai voltar?

...

"- Uma casa nova? - perguntou Toji, mordendo seu picolé.

Jin, que terminava de trocar de roupa pois já tinha sido liberado para ir para casa, olhou para Toji e sorriu.

- Precisamos de uma casa nova. A atual não daria conta de todos nós, mesmo que estivesse inteira. Depois do que aconteceu, precisamos urgentemente de uma casa nova. Tem que ter, pelo menos, seis quartos. Um para a Maki e a Mai, um para os bebês, um para Choso, Eso e Kechizu, um para você, um para mim e um quarto de hóspedes.

- Se dormirmos no mesmo quarto, só vamos precisar de uma casa com cinco quartos - disse Toji, terminando seu picolé.

O rosto de Jin ficou vermelho e ele soltou uma risadinha.

- Talvez nem devêssemos chamar de casa, e sim de creche. Temos crianças demais.

- Está arrependido? - Toji perguntou, jogando e acertando o picolé direto na lata de lixo no outro lado do quarto.

- Não. - Jin abriu um sorriso. - Eu sempre quis ter uma família grande. Graças a você, Toji-san, meu sonho virou realidade. Obrigado.

- Compense-me escolhendo uma vizinhança onde não exista nenhuma "Karen". Os vídeos na internet onde essas mulheres aparecem já são o suficiente para me dar nos nervos. Se eu encontrar uma na vida real...

- Você não vai fazer nada, pois ela pode chamar a polícia e alegar que você a agrediu.

Toji o encarou, sério.

- Nesses últimos meses eu invadi propriedade privada, violei túmulos, roubei, sequestrei duas crianças, cometi fraude e agredi um número bem grande de pessoas. Eu praticamente gabaritei a porra do Código Penal. Agredir uma Karen irritante é o de menos.

Jin soltou uma risada alta e colocou a mão sobre a boca, os ombros tremendo levemente. Ao ver aquilo, Toji sentiu como se florzinhas coloridas brotassem em seu estômago. Ele desviou o rosto para o outro lado e disse:

- Eu vi um anúncio de vendas... Tem uma casa, mais pra perto da floresta, que está à venda. A oferta é boa. Ela precisa ser reformada, então não podemos nos mudar agora, agora. Enquanto isso, você e eu podemos dividir um quarto com o Megumi e o Yuji. As meninas ficam no quarto dos bebês e os meninos ficam no meu quarto.

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