Capítulo 11

1.2K 217 55
                                    

Jin estacionou o carro. Choso, sentado no banco do passageiro, olhou para o banco de trás, onde Maki, Mai, Eso, Kechizu, Megumi e Yuji estavam sentados, os dois últimos nas cadeirinhas de bebês.

- Parem de brincar! Nós já chegamos! - disse Choso e Eso e Maki, imediatamente, pararam de trocar soquinhos.

- O carro que o papai Toji comprou é tão cheiroso! - disse Kechizu, sorrindo.

- Todo carro novo cheira bem! Mas assim que pirralhinhos como você começarem a peidar aqui, o cheiro bom vai embora! - disse Eso, rindo.

Kechizu corou e inflou as bochechas.

- Eu não peido! Quem peida é você, onii-chan! Eu mal consigo dormir de noite porque o quarto fica com cheiro de ovo podre!

Eso boquiabriu-se de horror e mostrou o dedo do meio para o irmão mais novo. Kechizu começou a gritar que Eso havia feito um gesto feio e Megumi começou a chorar.

- PAREM COM ISSO! ESTÃO ASSUSTANDO O MEGUMI! - berrou Choso, e todos se calaram.

- Desculpa, Megumi... - murmurou Kechizu, fazendo carinho na cabeça do bebê. Megumi fungou e soltou um muxoxo, as bochechas e o narizinho vermelhos por conta do choro.

Jin se virou para os filhos e abriu um sorriso.

- Você é muito responsável, Choso - elogiou, e o menino corou levemente, sorrindo.

- Só imito o que o papai Toji faz quando o Eso e a Maki começam a brigar - falou. - Ele sempre grita e manda eles ficarem de mãos dadas, virados para a parede.

Jin soltou uma risada baixa e abriu a porta do carro.

- É o seguinte: Maki, Mai, Eso e Kechizu, vocês não podem sair de perto de mim ou do Choso. Se virem alguma coisa que lhes chamou a atenção, peçam para ir olhar e o Choso irá com vocês. E nunca, em hipótese alguma, aceitem coisas de estranhos, entenderam?

Eles assentiram com a cabeça e Jin abriu um sorriso. Ele pegou Megumi e Yuji nos braços e os colocou no carrinho de bebê que ambos compartilhavam. Choso segurou a mão de Maki, que estava agarrada com Mai, e de Kechizu; e então eles começaram a andar pelo estacionamento.

- O que vamos comprar, papai? - perguntou Mai.

- Vamos comprar roupas para vocês - disse Jin. - E eu também preciso comprar algumas coisas para casa.

- Podemos comprar sorvete? - perguntou Eso.

- Não. Vocês comeram cinco litros de sorvete da última vez. Vão ficar com cáries se continuar assim, e ir no dentista custa muito.

- Mas o papai Toji tem dinheiro! - disse Kechizu. - Ele comete fraude fiscal!

Duas senhorinhas que passavam por perto olharam horrorizadas para eles.

O rosto de Jin esquentou e ele tentou a todo custo não cair no choro.

- Seu pai não faz isso, querido - falou. - Ele trabalha com outras coisas, lembra?

- Assassinato? - perguntou Eso.

- Tráfico de drogas? - indagou Maki.

- Tráfico humano! - disse Mai.

Jin sentiu seu coração errar uma batida e ele abriu a boca para perguntar de onde eles haviam tirado aquilo quando Choso o cortou:

- Claro que não! - falou Choso, rindo. - Ele organiza uma rede de prostituição cujo verdadeiro objetivo é dominação mundial! As mulheres vão oferecer seus serviços a homens no poder, então eles são drogados e forçados a revelar todos os segredos de Estado! E no dia seguinte, eles não se lembram de nada!

Jin ficou pálido e começou a chorar.

- O que eu fiz para merecer isso? - murmurou.

...

Jin colocou outra roupinha de bebê fofa dentro da sacola de compras e Maki e Mai se aproximaram dele, ambas segurando as peças que tinham escolhido.

- Já terminaram? - ele perguntou, sorrindo. - Então, vamos para o caixa.

- Não vamos para o provador? - perguntou Maki.

Jin balançou a cabeça para os lados.

- Não posso entrar no provador feminino com vocês, e vocês não podem entrar no lado masculino, então vamos para casa experimentar as roupas lá. Se houver algum problema, nós voltamos outro dia e trocamos as peças.

Maki e Mai balançaram as cabeças em concordância e Jin olhou ao redor. Choso pegava uma calça jeans e Eso tentava não deixar muito evidente seu interesse por uma camiseta cor-de-rosa das Winx, e Kechizu...

- Kechizu? - chamou Jin. - Kechizu, cadê você? Choso, você viu seu irmão?

Choso olhou para o pai, empalidecendo.

- N-não... Ele disse que ia atrás da Maki-chan e da Mai-chan.

- A última vez que a gente viu ele, ele tava indo pro provador masculino! - disse Maki.

- Sozinho?! - exclamou Jin, assustado. Ele largou as compras e pegou o carrinho de bebê. - Eso, venha aqui! Choso, fique de olho nos seus irmãos! Eu volto logo!

Jin saiu correndo na direção do provador masculino e entrou, gritando o nome do filho e batendo e abrindo todas as portas para ver se tinha alguém dentro.

- Papai!

Jin se virou e entrou correndo em uma cabine, encontrando Kechizu com os braços  e a cabeça presos/entalados dentro de uma camiseta azul.

- Kechizu! - Jin se ajoelhou na frente dele e o ajudou a tirar a camiseta. - Kechizu, o que aconteceu? Por que você saiu de perto de mim e dos seus irmãos?

- Eu vi uma camiseta bonita e quis experimentar, mas, quando eu percebi, não tinha ninguém por perto. - O garoto fez um beicinho e abaixou a cabeça. - O Eso-onii-chan vai rir de mim agora.

Jin suspirou e abraçou o garoto.

- Nunca mais suma desse jeito, ok? - falou. - Se alguma coisa acontecesse com você, eu não sei o que faria...

Kechizu piscou e abraçou o pai, sorrindo com as bochechas meio coradas.

- Ah, papai! Meu dente caiu! - ele se afastou um pouco de Jin e ergueu a mão, mostrando um dente. - Acha que a Fada do Dente vai me dar uma moeda? Acho que eu prefiro ganhar um doce, já que não sei contar dinheiro, mas não ligo de ganhar uma moeda também!

Jin segurou o dentinho na palma de sua mão e soltou uma risada.

- Acho que a Fada do Dente pode te dar um pirulito também, já que é seu primeiro dentinho - falou.

Kechizu riu, contente, e Jin o ajudou a se vestir. Os dois saíram do provador e andaram até onde Choso esperava com Eso, Maki, Mai, Megumi e Yuji. Choso estava segurando o celular de Jin contra a orelha com uma expressão assustada, e assim que viu o pai, empalideceu.

- O que foi? - perguntou Jin, preocupado.

Choso começou a chorar.

- Papai Toji tá no hospital...

Casamento por ConveniênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora