Capítulo 12

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- ME LARGA! ME LARGA QUE EU VOU MATAR ELE! - Berrava Itadori Jin, enquanto era segurado pelos médicos para não voar no marido, Fushiguro Toji, que estava deitado na maca de hospital com a cabeça enfaixada.

- É EXATAMENTE POR ISSO QUE NÃO VAMOS TE LARGAR! - Uma enfermeira berrou de volta.

- Me sinto tão amado... - disse Toji, irônico, enquanto comia uma maçã.

- CALA A BOCA! - Berrou Jin. - Eu não acredito que você fez isso! POR QUE É QUE VOCÊ INVENTOU DE DANÇAR MICHAEL JACKSON NO BANHEIRO DEPOIS DO BANHO?! ISSO É PRATICAMENTE PEDIR PARA UM DESASTRE ACONTECER!

Toji deu uma última mordida na maçã e apontou o miolo para o marido.

- Você só está reclamando porque não viu o Moonwalk irado que eu mandei antes de escorregar. O próprio Michael Jackson teria se orgulhado.

Uma veia saltou na testa de Jin e ele começou a espernear e a chutar os médicos que o seguravam. Um médico começou a gritar, histérico.

- ALGUÉM TRAGA UM SEDATIVO PARA ESTE HOMEM, PELO AMOR DE DEUS!

...

- Tá mais calmo agora? - perguntou Toji, sorrindo para o marido deitado na cama ao lado.

Jin fungou e virou o rosto para o lado oposto a Toji.

- Ainda estou bravo com você. Você podia ter morrido, sabia?

- Vai ser preciso mais do que uma pancadinha pra me matar, querido - riu Toji. - Onde estão as crianças?

- Eu não podia entrar com elas no hospital, então as deixei com o meu pai. - Jin parou e refletiu um pouco. Então trocou um olhar assustado com Toji. - Talvez tenha sido má ideia.

- Talvez? - Toji abriu um sorriso tenso. - Teremos sorte se as crianças voltarem somente um pouco traumatizadas.

Jin assentiu com a cabeça e os dois encararam o teto branco do quarto.

...

- ESSE VELHO É LOUCO! - Berrava Choso, enquanto fazia Kechizu vomitar as aranhas venenosas que havia comido.

- A-aranha faz bem pra perna, onii-chan... - murmurou Kechizu, depois de vomitar todo o conteúdo de seu estômago.

- De onde você tirou isso?! - Eso perguntou, horrorizado.

- O vovô disse que formiga faz bem pra vista, então aranha faz bem pra perna! - disse Maki, sorrindo.

Choso soltou umas palavras um tanto quanto cabeludas e olhou ao redor, tentando encontrar a trilha por onde haviam seguido.

Após Jin deixá-los na casa de Itadori Wasuke, o velho de 60 anos decidiu que os "briguentos" (Maki e Eso), o "chorão" (Kechizu) e o com "cara de traficante" (Choso) iriam para a floresta colher frutinhas silvestres enquanto Megumi, Yuji e Mai (os mais fofos e a mais comportada) ficavam no chalé tomando chocolate quente.

- Vovô não bate bem da cabeça - refletiu Kechizu.

- Ele é só um velho rabugento - disse Maki. - Quem não bate bem da cabeça são os fodidos dos três clãs.

Choso, Eso e Kechizu assentiram com a cabeça, concordando, e então Choso olhou assustado para Maki.

- Você só tem três anos! Quem te ensinou essa palavra? - perguntou.

- Papai Toji! - disse Maki, sorrindo. - Quando estávamos no supermercado, ele chamou o cara do caixa de "fodido" e disse que ele não era diferente do pessoal do clã Zen'in.

Choso refletiu um pouco e então colocou a mão no ombro de Maki.

- Essa é uma palavra muito feia e você só deve usá-la quando estiver se referindo a um membro dos três clãs, ok?

Maki bateu continência e Choso abriu um sorriso.

- Vamos voltar para o chalé - falou. - Já colhemos frutinhas selvagens o suficiente.

- Quero tomar chocolate quente! - disse Kechizu, começando andar ao lado do irmão.

- Vamos pedir para o vovô, tudo bem? - disse Choso, sorrindo.

- Se aquele velho não tiver dado tudo pra Mai, pro Yuji e pro Megumi antes, né? - murmurou Eso.

...

Eles chegaram na porta do chalé e Wasuke a abriu, sorrindo ao ver as frutinhas vermelhas que eles carregavam.

- Ótimo! Entrem, entrem. Ainda tem bolo e chocolate quente! Vocês podem deixar as frutinhas na pia que eu vou fazer uma torta com elas mais tarde!

Eles andaram até a pia e jogaram as frutinhas em cima dela, e então correram para a mesa para comer. O bolo de cenoura com cobertura de chocolate ainda estava quentinho, como se tivesse acabado de sair do forno.

- Vovô, por que o senhor mandou a gente pra floresta? - perguntou Maki, enquanto Choso cortava o bolo para eles.

Wasuke, que lavava a louça, se virou para eles e disse:

- Os briguentos foram porque suas caras feias conseguem espantar os animais, o chorão foi porque tem que aprender a ser homem e o traficante foi porque ele deve conhecer umas ervas boas pra colocar na torta mais tarde.

Eles pararam de comer e olharam assustados para o avô.

- Então não foi porque o senhor odeia a gente? - perguntou Kechizu, sorrindo de orelha a orelha.

- Claro que não, moleque! - disse Wasuke, rindo. - Vocês são mais durões, então tem que aprender a se virar. A Mai-chan, o Megumi e o Yuji ainda são fraquinhos demais, então não vão fazer isso ainda. Então vocês tem que ficar fortes e cuidar daquele três, entenderam?

- Sim, senhor! - disseram Maki e Kechizu, rindo.

- Ótimo, porque, da próxima vez que vierem aqui, vocês vão ter que subir e descer a montanha sozinhos!

- SEU VELHO LOUCO! - berrou Eso.

...

Toji abriu os olhos. A escuridão do quarto o cumprimentou, fria e linda. Ele olhou para o lado, vendo Jin dormir tranquilamente. Os óculos dele estavam largados em algum lugar, e seu peito subia e descia devagarinho. Toji se sentou na cama e ficou o observando, pensativo.

Ele ficava mais bonito sem óculos. E quando dormia, parecia que os anos de cansaço e tensão acumulados desapareciam, lhe dando um ar mais tranquilo e vulnerável.

Toji engoliu em seco se levantou, caminhando até Jin. Ele parou ao lado da cama e se ajoelhou, sentindo seu coração bater como um louco dentro de seu peito.

- Jin - chamou-o, baixinho. - Jin?

- Hmm? - Jin murmurou, meio adormecido, meio acordado.

- Posso te beijar?

- Sim, sim... - Ele se virou na cama, sonolento. - Claro que pode.

Toji abriu um sorriso e se inclinou sobre Jin. Seus lábios se tocaram de maneira suave, nada mais que uma carícia, e Toji se afastou. Jin ainda estava meio adormecido, então não teve nenhuma reação, mas Toji não conseguia parar de sorrir.

- Acho que estou começando a me apaixonar por você - falou, baixinho. - Eu adoro quando você fica estressado. Eu adoro ver você rir. Eu adoro te ver envergonhado. Eu adoro ver você com as crianças. E, porra, não fique bravo, por favor, mas as vezes eu masturbo pensando em você.

Jin continuava dormindo. Toji deu uma risada baixa e se levantou.

- Estou feliz por ter me casado com você, Itadori Jin. Estou muito, muito feliz. Só espero que você sinta o mesmo.

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