Madrugada Singela

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Então o homem deitou-se sobre os resquícios da relva.
A fim de descansar ali mesmo, deparou-se com uma serenata desengonçada de grilos. Os grilos meliantes cantavam sem cessar, às letras eram desconexas, entretanto, havia um ritmo animado traçado sobre estas.
O homem que queria aproveitar aquele ambiente caloroso, teve de aceitar a situação.
A alternativa era apenas conformar-se com a festança dos grilos e pregar os olhos sem murmurar; não valia apena perder seu precioso sono por grilos-cantadores-infundados.

"Gostaria de saber se todas às noites são singulares.
Um dia eu gostaria de descansar sentido-me parte de algum lugar".

Às vezes o homem parava e pensava se estava mesmo conectado ao mundo, ou se o mundo era apenas uma ilusão realista. Eu também pensava sobre este ocorrido.

"Vi naquelas mãos, bordados escritos 'esperança', busquei nos quatro cantos da Terra e não achei algo que pudesse responder com veracidade minhas dúvidas. Apenas eu e minhas lamentações angustiadas; era apenas eu e um poço vasto, não conseguia ver seu fim, era escuro, gélido, e vazio, como minhas convicções junto a meu âmago.
Então vi-me sentado em uma 'French Chair, notei sobre minha face, gotículas que formavam um caminho reto até o fim de meu rosto: eram molhadas, e não paravam de cair; sentia envolvido em meu peito, uma sensação indescritível.
Lembro-me de ter sido um notívago que buscava na frieza de uma madrugada sutil, decifrar a harmonia tórrida de minha alma.
São pensamentos, pensamentos que vem e vão todos os dias; o'que digo é estritamente sem sentido, poderia soar pejorativo para os que ouvem uma melodia mais concreta que a que possuo. Busquei conectar essas ideia como microfibrilas, mas estas preferem continuar desconexas. No fim, talvez seja de meu querer, compreender a mim mesmo, de maneira com que eu possa conviver em constante... "

O forasteiro de uma perna só Onde histórias criam vida. Descubra agora