Uma paixão adolescente mal acabada, assunto más terminados, ambas as partes se distanciam; Mas por uma armadilha do destino, seis anos depois irão se reencontrar. Estariam maduras o suficiente para enfrentar tais obstáculos posto pelo destino?
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"Sorrisos começam nos olhos".
Ah, o meu sorriso começou em olhar castanho chocolate, o melhor olhar para ser admirado.
Nasci órfã de mãe, meu pai se dobrava em dois para cuidar de uma criança incapaz, mesmo assim só ajudou na sobrevivência, digamos que a vivência foi pro ralo. Mas tudo bem, eu o entendo, não conseguir olhar com amor pra sua filha que tem o mesmo rosto que o amor da sua vida, esse amor que foi tirado de si a força, é compreensível. Eu o agradeço por tudo mesmo.
Era uma tardezinha de uma quinta feira, já estava no final da aula quando a professora anunciava a apresentação da tão querida turma de crianças catarrentas, onde todos os pais presentes choravam vendo o motivo do seu orgulho cantando músicas imbecis mas que se tornava a melhor poesia saindo da boca daqueles pequenos anjinhos, todos reunidos na arquibancada enquanto as crianças estavam no palco. Soltava um suspiro ao ouvir aquela notícia, eu já sabia que meu pai não teria tempo, ainda mais em um sábado.
Sábado era tão rotineiro e sem graça, eu mesmo criança aprendi a me virar assim como meu pai aprendeu a se virar como pai solo. Acordava às nove, preparava meu próprio café, fazia as tarefas da escola e da casa, depois de acabar preparava meu almoço e ficava na janela vendo todos brincarem em ciclo de amigos enquanto eu esperava meu pai. As vezes eu queria me aproximar e fazer alguma amizade, mas nunca conseguia, a vergonha era sempre maior, por isso minha infância e adolescência foi solitária, até ela aparecer.
Eu sempre ficava vendo os meus colegas de classe ensaiando para a tal apresentação dos pais e mestres, eu nem me esforçava para me mover da minha cadeira, eu sabia que de qualquer forma eu não iria para essa mini comemoração, lá no fundo eu queria ir, mas não importava, era só mais uma apresentação besta que eu perderia. Eu só queria que o sinal batesse para eu ir pro meu cantinho comer minhas frutas, enquanto ouvia aqueles catarrentos falarem mal de mim como sempre.
Mas especificamente naquele dia foi diferente, havia um rosto novo na área, eu nem me importava com quem entrava ou saia daquela escola, mas aquela menina não tinha nem como passar despercebida, sua beleza era de se invejar! Assim que tocou o sinal muitos sairam para comer e poucas pessoas ficaram naquela sala, a menina nova que não parava de me olhar e Jayze & Companhia.
Jayze era insuportável, simplesmente por não saber seguir com a sua própria vida, sem contar aqueles outros dois babões dele. Nunca entendi o por que de Jayze não me deixar em paz, mas parece que aquilo era o hobbie dele, então com o tempo fui me acostumando, já que não adiantava falar com ninguém, meu pai era muito ocupado para se preocupar com coisas da minha vida acadêmica.
Era mais um dia comum, Jayze começava com suas gracinhas de mal gosto sobre eu sempre levar frutas; " deve pegar as frutas estragadas da feira para comer " essa era sua principal tática, ele sempre gostou de brincar com a questão financeira. Eu sabia esconder meu segredo a sete chaves, graças a Deus era só com questões financeiras que ele tinha ciência. Fiquei calada apenas ouvindo sem contar argumentar, até aquela garota se intrometer, ela fez com Jayze o que eu nunca tive coragem de fazer.
