Se eu fosse Marx
Escreveria que o natal é mais uma invenção do capitalismo
Para nos conformarmos com o consumismo
Para abraçar as grandes corporações
Que não estão nem aí para o significado natalino
Se eu fosse justo
Não julgaria Judas por ser traíra
Nem o Pinóquio
Por contar mentiras
Eu seria menos incomplacente com as circunstâncias da vida
A neve
A qual nunca vi
Me lembra de muito
Os sorrisos sem cores
Dos corações sem amores
Nesta época do ano
Relembro dos postais tão doces de SP
Da solidão de becos tão vazios
Quanto o vazio que é
Amar você
Mas quer saber?
Só por hoje
Que se dane o amor
Em todas as suas esferas filosóficas
Que servem apenas para contar histórias catastróficas
Neste natal
Eu queria que o papai Noel existisse
E que tomasse vinho e cachaça
Fizesse fumaça
Conversasse sobre esquisitices
Infelizmente
O bom velhinho vai continuar existindo apenas nos corações das crianças
Nas luzes dos piscas-piscas
Das ilusões populares
Que criamos para fingir de falsas alegrias
Mais tarde
Ao abrir as cortinas do quarto
E sentir sede devido à ressaca
Vou relembrar destas memórias quase que emolduradas
"Um homem ingrato e um natal de mágoas"
Nem carvão recebi este ano
Minhas meias estão todas furadas
Não ganhei doces, nem abraços, nem palavras
Decerto que talvez não tenha me comportado
Mas tudo bem, afinal, não é meu o aniversário
Sou refém somente de minhas próprias ações
Viva à ação de graças!
Viva à ação que graças à solidariedade e resiliência movem o mundo
Se a vida é uma longa-metragem de filme escasso
Faça valer cada segundo
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Adolescente: Sorrisos e Lágrimas
PoetryToda complexidade exprimida pela intensidade em poemas e poesias, escritas de forma dolorosa/feliz, por um simples/complicado Adolescente.