Meias-Palavras.

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E eu já nem sei se tenho sido médico ou monstro

Já nem sei diferenciar-me entre mocinho e vilão

Nem acredito mais em meias-palavras

Vivendo com filosofias repletas de meios termos


Canso-me de tanta dualidade

De vagar entre extremidades

Sempre buscando um equilíbrio incomum

E a minha sede em busca de tantas verdades me torna, apenas, mais um homem comum


Meus acertos acompanham meus erros

Minhas lágrimas também exprimem felicidade

Minha melancolia também sorri

Meu ódio também carrega um ínfimo de amor


Tantas palavras bonitas

Tantas dúvidas sobre a vida

Tantas tardes de verão

Tantos latidos de um cão


Perdi-me

(Novamente)

Tento não citar Fernando Pessoa

Mas sua obra se desenha em minha mente


Inconscientemente

Todos precisam de uma frase para dedicar em seu epitáfio

Templo sagrado de sonhos íntimos

Museu daquilo que não se viveu


Rancor de obras não escritas

Frustração de dúvidas não esclarecidas

Sucintamente

Austero ataque cardíaco para corações descrentes

Adolescente: Sorrisos e LágrimasOnde histórias criam vida. Descubra agora