Einstein uma vez disse que fazer o mesmo
De novo
E de novo
E de novo
Esperando algo novo
É insanidade
Nos tornamos escravos da insanidade
Filhos de uma rotina caprichosa que não basta ser de segunda a sexta
E os finais de semana são exatamente iguais aos feriados
E a gente se conformou a viver esses dias iguais
Para não chorar
Quando a montanha-russa nos leva lá para baixo
A gente vendeu a esperança de algo novo
Sem nem precisar acessar o Mercado Livre
E a existência do mercado
Por consequência do papel e seu uso ingrato
Nos impediu de sermos livres
Para valorizar o livre mercado
Schopenhauer uma vez murmurou que a vida é a ânsia de ter
E o tédio de possuir
Em constância
E nada há
Se não a própria natureza humana
Para justificar essa circunstância
Somos seres egoístas
Em busca de salvação
(Alguns não)
Somos rodovias
Que nós mesmos construímos
Somente para dirigir em contramão
Somos um problema sem solução
Um cálculo sem equação
Somos expectativas criadas sem sustentação
E corremos injustificavelmente
Em busca de um objetivo
Para descobrir, enfim, que os nossos esforços foram em vão
Dostoiévski uma vez escreveu que ao encarar o abismo da própria alma
E perceber que os demônios eram realidade
Sorriu
Pois pedir ajuda tornou-se um ato de coragem
E aquele silêncio ensurdecedor
Foi substituído pelas vozes doces ou graves que ecoam por entre as ruas da cidade
A construção social
É precedida pela sociedade
O ser-humano necessita dessa expressividade
As adversidades fazem parte da maturidade
"Se entender" é mais que uma simples atividade escolar
Compreender as lágrimas que chora vai muito além de ser um componente curricular
Por isso
Autoconhecimento não é o nome de um livro
Talvez seja interpretar que a vida não precisa de um significado
Ou sentido
E que mal há nisto?
Viva, antes de significar a existência
E independentemente da penitência
Do sofrimento
Dos julgamentos
Da queda que deixou uma cicatriz
Ou até das amarras de um sistema matriz
Lembre-se: é necessário imaginar Sísifo feliz
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Adolescente: Sorrisos e Lágrimas
PoetryToda complexidade exprimida pela intensidade em poemas e poesias, escritas de forma dolorosa/feliz, por um simples/complicado Adolescente.