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Falcão _

Deixo a moto na garagem e entro com meu filho pendurado no pescoço fungando pra caralho, e isso já suficiente pra mim ter vontade de caçar aquela filha da puta e ensinar ela como que se bate. Mas o que é dela tá guardado e eu tô só juntando os bagulho que ela tá fazendo, tá achando que não tô vendo, tô só esperando a hora certa e quando ela menos esperar pego ela na reta.

Deixa só eu resolver o que preciso pra ela vê só.

Seguro o Benicio em um braço e guardo a chave da moto no bolso da bermuda. Empurro a porta abrindo e escuto uma música vindo da cozinha onde provavelmente dona Ana tá fazendo alguma comida, sigo pra lá e ela está cantando baixinho o seu sagrado pagode, mas com o choro do Benicio ela volta pra realidade e nota a gente na cozinha.

Ana: O meu Deus por que esse anjinho tá chorando? _ pergunta sr aproximando e passando a mão pelas costas dele fazendo carinho.

Eu: A outra lá falou um tanto de merda pro moleque e tava batendo nele ainda _ ela me olha assustada balançando a cabeça em negação _ Tô nun ódio dela que se aparecer na minha frente agora eu mato.

Me sento na cadeira com ele ainda agorrado comigo igual um macaquinho pendurado.

Eu: Para de chorar pô, o pai já não tá aqui contigo? _ ele concorda _ Então para de chorar cara, não gosto de ver tu assim não, já passou_ faço carinho no cabelo cortado dele que eu levei na barbearia comigo esses dia e tá na régua. Ele levanta a cabeça e enxuga as lágrimas com o rostinho todo vermelho.

Ana: Eu vou fazer aquele bolo de chocolate que tu gosta, vai comer? _ fala olhando pra ele que sorri na hora fazendo nós dois rirmos também _ E vai me ajudar? _ ele concorda rápido com a cabeça todo empolgado.

Eu: Ele vai ajudar sim mas primeiro vai tomar um banho e bater um lero comigo, bora lá no quarto _ ponho ele no chão e ele vem me seguindo atrás em direção ao quarto, depois que ele entra fecho a porta e tiro o tênis deixando no canto e jogando as coisas por cima da cama menos a arma que eu guardo na mesinha do lado da cama.

Me sento e ele pula sentando do meu lado de cabeça baixa mechendo com os dedos.

Eu: Tá de cabeça baixa por causa de que?_ pergunto e ele não responde _ Tô falando com tu Benicio_ falo mais firme fazendo ele me olhar com os olhinhos cheios de água me fazendo sentir um merda.

Benicio: O senhor vai brigar comigo não vai? _ pergunta com voz de choro.

Eu: Eu tenho algum motivo pra brigar contigo?

Benicio: Eu tava chorando _ diz com a voz baixa.

Eu: E daí? Todo mundo chora, por que você não pode? _ ele me olhou estranho e fiquei esperando ele falar alguma coisa mas como não aconteceu eu mermo falei _ O pai falou pra tu parar de chorar por que eu não gosto de te ver triste cara, não significa que você não possa chorar, claro que pode pô.

Benicio: Mas a mamãe fala que homem de verdade não pode chorar, que é coisa de menininha _ fala me olhando esperando uma reação, que eu vou ter, mas longe dele, pra não assustar.

Me levanto da cama e vou pra janela respirar, pra não ir atrás daquela puta dos infernos por que ela só tá merecendo que eu mate ela bem lentamente agora, porra se ela não tivesse trago o meu filho pra cá, o que ela teria fazendo com o menino? Gosto nem de imaginar.

Meu sangue ferve por que não tá mexendo com qualquer um pô, é meu filho, meu sangue pô, e onde o sangue dele pingar o dos inimigos vão jorar, o meu se precisar, dou minha vida, mas no meu moleque ninguém vai tocar.

E nem das minhas outras crias que eu tenho certeza serem minhas, mais tarde vou tirar essa história a limpo mas primeiro tenho que resolver aqui que meu menor tá precisando de mim.

MORENA Onde histórias criam vida. Descubra agora