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Falcão _

Assim que me vê a recepcionista abaixa a cabeça pra não ter que me encarar, acho que ela aprendeu a lição. Continuo meu caminho em direção ao quarto que a morena está enquanto observo as pessoas cochichando ao me verem. Se tinha alguma dúvida se eu e a morena temos alguma coisa, agora não tem mais.

Paro na porta do quarto quando escuto risadas dentro do mesmo, e uma delas não é feminina, ou seja, não é da amiga da morena. Sinto meu coração palpitando e a raiva automaticamente tomando conta de mim assim que abro a porta e vejo o dono da risada.

Automaticamente meu semblante se fecha deixando claro que eu não estou gostando da situação que encontrei. A morena sentada com uma bandeja com comida, que presumo que seja sua janta, que tá sendo dada na boca pelo filho da puta do FP, que fica sério assim que me vê, mas que antes que eu chegasse aqui tava rindo a beça, com uma das mãos paradas na coxa dela por cima do lençol.

Olho especificamente pra sua mão, fazendo a morena perceber o problema que até então ela não se sentia incomodada, e tirar a mão dele dali.

Entro no quarto e fecha a porta.

Eu: Por que pararam de rir? Continua, a conversa parece que tava boa _ cruzo os braços diante do peito e olho pra cara dos dois que parecem não gostar muito da minha presença.

FP: Bom, eu acho melhor eu ir embora _ se levanta da cama e deixa um beijo na testa da morena _ Depois eu venho te ver Gabi _ ela assente com a cabeça e ele se afasta vindo na minha direção pra sair do quarto, mas eu impeço segurando firme em seu braço fazendo ele parar do meu lado.

Eu: Eu não vou repetir pra tu ficar longe dela _ falo baixo em seu ouvido.

FP: E eu também não vou repetir que só me afasto, se ela quiser _ responde no mesmo tom se soltando da minha mão e saindo do quarto.

Achei que minha conversa com ele a dias atrás tinha sido clara, mas pelo visto não foi, vou ter que resolver isso logo.

Me aproximo da maca em que minha menina está com a cara emburrada e parece estar brava, mas com certeza ela não tá com mais raiva que eu, paro ao seu lado ainda em pé com os braços cruzados e ela enfim me encara.

Morena: Que foi? Tá parecendo psicopata me olhando assim _ fala fazendo um bico sem perceber enquanto eu continuo sério.

Eu: O que ele tava fazendo aqui?

Morena: Veio me visitar ué, eu tenho amigos sabia? _ fala franzindo as sobrancelhas.

Eu: Amigo _ repito a palavra dando ênfase a ela. Não é possível que ela é tão inocente que não percebe as intenções dele, e eu ainda saio como errado em tentar afastar ele _ Amigo de cú é rola, só tu não percebe que ele quer outras coisas contigo, tu não é tão inocente assim _ falo rude, perdendo já a paciência.

Bufo saindo de perto dela e me sentando na poltrona ao lado da porta pegando meu celular.

Morena: Se você tem cisma com ele, o problema é todo seu, não quero saber, mas se fizer alguma coisa por causa desse seu ciúmes maluco, vai se ver comigo _ fala apontando o dedo na minha direção.

Levanto as sobrancelhas e continuo olhando calado pra ela que fala alguma coisa baixa o suficiente pra mim não ouvir e logo volta comer em silêncio.

Eu não queria ter que fazer isso, mas os dois não tá me dando opção, não vou esperar o azar bater na minha porta e acabar com uma amizade que eu já não sei se é tão verdadeira assim por coisas que eu tenho o poder de resolver.

Já que eu avisei e não me ouviu, vai ter consequências por que não é assim que as coisa funcionam, ele me conhece o suficiente pra saber que quando eu falo, eu cumpro e vão vai ser diferente agora, que vim de trairagem pro meu lado Blz, mas depois não reclama das consequências.

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