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Falcão _
Duas semanas antes...

Tem gente que não tem medo de morrer mermo, eu fico de cara com um bagulho desse. Depois de 6 anos essa piranha aparece aqui como se nada tivesse acontecido, só pode ter esquecido do que fez e do ódio que eu tenho da cara dela, saiu daqui jurada de morte e ainda tem a coragem de voltar. Se tivesse voltado alguns meses depois do que aconteceu eu ainda era capaz de perdoar, amava essa mulher demais, mas hoje só sinto ódio.

Olho nos olhos dela e vejo apenas uma coisa... medo. E é bom ela ter mesmo. Desço o olhar pelo corpo dela e paro em um moleque agarrado nas pernas dela, nem tinha visto ele ali. Me encara feio metendo mó marra pra cima de mim, quase me faz rir com a coragem. Fecho o semblante pra ele fazendo o coitado se esconder mais atrás dela com medo.

Então ela agora é mãe. Seguiu mermo a vida, me deixou curioso agora, olho pra ela outra vez que continua com a merma cara desde que chegou.

Eu: Pra tu ter coragem de vim atrás de mim depois de tudo que rolou sabendo que tá jurada de morte, deve ser um bagulho muito importante né não? Abre o bico, o que tu quer? _ falo olhando pra ela vendo mesma engolir seco, a idiota tá morrendo de medo.

Yasmin: É importante sim _ fala baixo. Espero que ela continue a falar mas não acontece.

Eu: E tá esperando o que pra abrir a boca porra? Um cafezinho? Fala logo que não tenho o dia todo, ainda mais pra tu _ falo em um tom mais alto perdendo a paciência e louco pra mandar essa mandada meter o pé, não sei nem por que tô ouvindo ela.

Ela se abaixa segurando os ombros do moleque e sussurra alguma coisa que não consegui ouvir, ele acente e abre a porta saindo pra fora.

Yasmin: Eu tive um filho _ fala olhando pro chão.

Eu: Percebi, e o que eu tenho haver com isso caralho? se deu a buceta e pegou barriga o problema é teu, eu tenho mais o que fazer se não tiver nada pra falar mete o pé _ aponto pra porta.

Yasmin: Tu não tá me ouvindo Kevin.

Eu: Pra tu é Falcão, tem mais essa intimidade não, e tô ouvindo sim, não tô surdo nesse caralho _ falo alto me levantando e acendendo meu cigarro ficando nervoso por ver ela na minha frente outra vez.

Yasmin: Me escuta _ pede me olhando.

Eu: ENTÃO FALA PORRA _ grito perdendo a paciência e ela se encolhe me olhando com lágrimas nos olhos.

Yasmin: ELE É TEU FILHO _ grita me fazendo olhar pra ela _ Ouviu agora? _ pergunta me olhando com raiva.

Desvio o olhar olhando pro cigarro queimando na minha mão e começo a gargalhar. Essa porra só pode tá achando que eu sou idiota de acreditar em um bagulho maluco desse.

Yasmin: Qual a graça? _ pergunta nervosa.

Respiro fundo e tento me controlar parando de rir aos pouco e me sento na cadeira olhando pra ela.

Eu: A graça é tu achando que malandro é idiota de cair nessa tua ladainha _ dou um sorriso debochado pra ela que me olha com as sobrancelhas franzidas _ O que? Tu achou mermo que depois de ter fugido com um playboyzinho de merda, ter dado a buceta pra num sei quantos machos, ia voltar quase 7 anos depois falando que aquele menino é meu e eu ia mermo cair no teu papo? Só pode tá de brincadeira com a minha cara né? Tu não é tão idiota a esse ponto _ falo olhando nos olhos dela enquanto fumo a minha maconha pra ver se a brisa consegue me acalmar.

Yasmin: Tu me respeita _ disse entredentes apontando o dedo pra mim.

Eu: E tu sabe o que é isso pelo o menos? Tu é uma vagabunda desde sempre mas agora não me engana mais.

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