Capítulo.O2

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Chase me ajuda até chegar no meu apartamento, como se eu não fosse capaz de fazer isso.

- Eu tenho um kit de primeiros socorros bem ali... - Digo apontando para o armário.

- Kit de primeiros socorros? - Pergunta indignado. - Você vai é tomar banho. Olha o seu estado!

Ambos olhamos para minhas roupas sujas por causa da bebida.
Eu sinto o desconforto sentindo meu peito sujo e melado onde fui molhada.

- Você não vai dar banho em mim! - Digo recuando, um pouco exaltada.

- E você acha que eu sou o quê? Sua mãe? - Diz erguendo a sobrancelha. - Você deve saber como toma banho, eu não preciso te ajudar. - Ele pausa a fala e lança um olhar malvado. - A menos que queira!

Chase diz de forma maliciosa e eu viro o rosto com as bochechas queimando.
Por que ele é assim?

- Você não mudou nada. Para de dizer bobagens - Eu resmungo indo em direção ao quarto.

Ele me segue.
Tento deixa-lo a vontade, mas na verdade não sei porquê ainda está aqui.

Eu logo termino de tomar banho e saio de roupão.
Encontro Chase olhando pela sacada com o kit ao seu lado.

- Chase, fecha essa porta, vou ficar resfriada! - Sinto-me a vontade para lhe repreender.

Chase se vira surpreso e obedece.
Eu sento na cama e espero ele se aproximar e sentar na minha frente com o kit em mãos.
Estendo o braço e observo enquanto ele cuida do ferimento com delicadeza.

- Obrigada! - Eu agradeço o olhando entre os cílios, pensativa. - Chase, eu posso perguntar... Sei que parece repentino mas, por que você não se despediu de mim, naquele dia?

Um pequeno flashback me lembra do dia em que Chase embarcou naquele avião. Sete anos atrás...
Nós havíamos tido uma pequena discussão, mas eu ainda amava muito ele e não ia permitir que uma discussão boba acabasse com nossa amizade de infância.

Mas ele não pensava o mesmo. Chase não me esperou...

- Eu chorei e me isolei por muito tempo. - Confesso de cabeça baixa, num tom magoado. - Eu senti muito a sua falta.

Eu com certeza estou falando merda. E pode ser o álcool, mas ainda sim é ridículo.
Porém, Chase permanece em silêncio.
Ele acaricia meu rosto com os dedos e repousa a mão em meu rosto. Fazendo-me olhá-lo.

Eu penso a cabeça para o lado, sobre sua mão.
De repente, parece que minha pergunta deu início a um tipo de clima inexplicavelmente íntimo.
Eu viro o rosto sentindo meus lábios tocarem sua mão, mantendo contato visual eu a beijo.

Em um segundo, ele se inclina para perto até seu perfume invadir minhas narinas.
E meus olhos caem imediatamente para sua boca semiaberta.

Ele acaba totalmente com o espaço entre nossas bocas.
Seus dedos adentram meus cabelos enquanto me puxa para perto.
O beijo é tão gostoso que me hipnotiza. E eu só continuo sem me questionar.

É intenso. Cheio de desejo e ao mesmo tempo num ritmo calmo.
Como se eu estivesse cheia de saudade, mesmo que nunca o tenha feito.

Eu viro a cabeça para o lado, retomando meu ar.
Mas sinto sua respiração ofegante em meu rosto.
Eu lentamente viro o rosto tocando nossos narizes e encaro seus olhos, sentindo sua mão recuar do meu pescoço.

- nossa, desculpa... - Ele se afasta repentinamente e fica de pé.

- Pelo quê? - Questiono ficando de frente para ele. - Por me abandonar, ou por aparecer de repente e me beijar?

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