Capítulo.O5

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Acordo novamente com o telefone tocando.
Minha cabeça dói e eu checo o horário para ver que são oito da manhã, eu só dormi por três horas.

- Oi mãe. - Digo sonolenta.

- Ny?! Espero que chegue antes das dez! E por favor, traga o pudim. - Ordena.

Eu desligo e resmungo enterrando o rosto no travesseiro, querendo dormir mais.
O problema é que prometi almoçar com a família hoje e fiquei encarregada de levar uma sobremesa.

Não vou perder muito tempo.
Eu logo levanto, como só algumas torradas e faço o pudim.
Tenho um hora. Eu me arrumo enquanto deixo ele no forno e no final tudo saiu bem.

Minha mãe me mandou chegar antes das dez porque sabia que eu ia me atrasar.
E aqui estou eu, quase meio dia!

Eu desço do carro e amarro o cabelo com um coque improvisado para não tocar nada no pudim, mas antes de pegá-lo, eu noto um pato fedorento correndo na minha direção como louco.

O que você quer, pato?
Consigo perceber que ele está vindo para cima e começo a fugir.

- Paaai! - Chamo desesperada. - Pai, socorro. PAPAII

Corro pelo gramado, em frente a área onde todo mundo corre para assistir.
Que porra!

- PAI, me ajuda! - Continuo gritando irritada e com medo. -

O pato me alcança e me derruba, mas meu pai me alcança ao mesmo tempo e salva minha pele.
Eu só não consigo superar o choque quando tampo o rosto e me encolho na grama chorando.

Alguém agarra minha cintura e acaricia tentando me acalmar, mas eu não respondo nada.
Meu coração ainda está acelerado. E de repente o medo se torna raiva desse pato, filho da puta.

Eu me ergo soluçando com o cabelo bagunçado na cara e a roupa suja com pedaços de grama. Ignorando totalmente a pessoa ao meu lado.
Cerro os punhos e esbravejo apontando para o pato na mão do meu pai.

- Juvenal, esse pato desgraçado! Ele me odeia. - Meu pai segura o pato em minha frente enquanto todos continuam olhando. - Da próxima vez que eu vir aqui isso não vai mais acontecer, porque eu vou matar esse diabo hoje mesmo!

- Ele é só um pato! - meu pai diz indignado.

- Um pato? Pai! Olha o que ele  fez comigo. - Eu me aponto. - Ele não é um pato normal. Você vai ficar do lado de quem?

- Já chega disso, você é uma bebê chorona - Meu avô chega de bengala ficando entre o pato e eu. - Mas esse pato temperamental tá mesmo precisando de uma lição!

Eu resmungo revirando os olhos e espero meu pai levar o pato para longe de mim.
Quando viro o rosto para olhar quem estava ao meu lado, fico ainda mais histérica.
Por que o Chase está aqui?

Viro o rosto indiferente como se ele fosse o culpado por isso.
Eu ligeiramente limpo minhas roupas e ajeito.

Corro até minha avó e abraço ela, fazendo um drama.
Parece que ela é a única que me atende!
Depois eu ajeito a postura e acabo com o show.

- Tá bom pessoal, eu morro de medo do Juvenal. Desculpem por isso! - Digo me fazendo de vítima.

Todos me consolam e meu primos voltam até o carro para pegar o pudim.

Eu analiso e percebo que os pais do Chase estão aqui. Eles são amigos do peito da minha família.
Fomos muito amigos na infância porque nossos pais também eram melhores amigos.

- Poisé, são anos de amizade! - Minha mãe diz abraçando a mãe de Chase.

Elas sempre sentam perto. Por isso eu fico perto do meu pai e, Chase perto de mim.

Qᥙᥱrιdᥲ ꧑ᥱᥣh᥆r ᥲ꧑ιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora