Capítulo.13

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Pensei que podia curtir um pouco mais o tempo em família e acabei perdendo o horário.
Stella está me ligando, mas eu nem fui para casa ainda.

- Amiga? Eu passei na sua casa mais cedo, mas você não tava... Por que não respondeu minhas mensagens? - Stella pergunta nervosa.

- Nossa, desculpa. Eu nem comecei me arrumar ainda...

- ANYSSA! - Ela grita no telefone. - O Maicon quer passar na casa da mãe dele, então estamos com muita pressa! Se arruma rápido.

- Não Stella, você sabe que não funciona assim. Detesto me arrumar rápido. - Respondo. - Vocês podem ir na frente, eu vou depois.

- NÃO. Tá maluca!? Eu quero te matar Anyssa. - Sua voz continua alterada. - Eu não posso deixar você ir sozinha. Você pode se perder ou ser assaltada naquela vila perto do condomínio do Maicon.

Puta que pariu. Eu sou muito idiota. Não quero me arrumar as pressas, mas sei que ela não vai me deixar ir sozinha.
Então fudeu! Eu quero muito ir, mas o jeito é dizer que não vou... Não quero estragar o ano novo da Stella também.

- Desculpa, mas acho melhor deixar pra próxima então... - Digo tristonha.

- NADA DISSO, PIRANHA. - Stella surta. - Traz o Chase, se você vier com ele é menos perigoso. Por favor, eu quero você aqui.

- Acho que ele deve ter compromisso. - Digo pensativa.

Isso não vai dar certo.
Stella tem o namorado, eu com certeza vou ficar com o médico gatão. Não sei se é uma boa ideia levar o Chase.
No entanto, é minha única saída...

- Vou perguntar pra ele, qualquer coisa te aviso. Até logo! - Eu desligo.

Eu corro para a sala mas não encontro Chase, então subo as escadas correndo em direção ao quarto do velho.
Graças a Deus eu o acho.

- Oi, você descansou bem? - Pergunto ao avô que acena com a cabeça. Então eu me aproximo. - Chase, onde você vai passar o réveillon?

- Acho que esse ano é justo que eu passe aqui. - Ele me olha. - Por quê?

- Eu ia te convidar pra sair comigo, mas você tem razão... - Digo desanimada.

- Vocês vão! - O velho afirma. - Podem ir se arrumando, seja onde for, eu quero que vocês se divirtam muito.

Chase me olha com um leve sorriso de lado.
Eu considero como um sim e já aviso a Stella.
Depois de alguns minutos a gente se despede do pessoal e vamos para a casa de Chase.
Ele guarda o carro e já entramos para decidir a roupa dele.

- Chase, pode se arrumar lá em casa. Pega algumas opções que você gosta e a gente decide juntos okay? - Eu sugiro apressada.

Ele acena com a cabeça e faz o que eu mando. Fomos com meu carro até em casa.
E ao chegar, eu já coloco uma música entrando no clima. Acho que, pode ser como se arrumar com uma amiga. Né?

- Infelizmente eu só tenho um banheiro. Acho melhor você tomar banho primeiro, por que eu demoro mais. E enquanto você está no banheiro eu arrumo minha roupa.

Ele concorda mais uma vez e anda até o banheiro.
Minha mente começa a se acalmar, mas não demora muito tempo até que Chase comece me chamar.

- O que você quer? - Digo tirando minha última peça de roupa e vestindo o roupão.

- Vem aqui, é sério! - Sua voz sai alta de dentro do banheiro.

É melhor que não seja nenhuma brincadeira!
Não tô a fim de lidar com as gracinhas dele agora.
Eu abro a porta repentinamente mas no mesmo momento eu cubro o viro o rosto e ponho as mãos na frente.

- Chase?! - Digo afobada e um pouco brava.

- Me ajuda, é sério! - Sua voz amedrontada me chama a atenção. Ele aponta para a parede ao meu lado. - Olha...

Havia uma rã perto das toalhas.
O espaço do banheiro não era tão grande e ele precisaria passar pela rã se quisesse sair dali.

- É só uma rã! - Digo menosprezando seu medo. - É sério isso?

- Sim! Eu não quero saber se "é só uma rã". Tira esse treco daqui! - Ele insiste.

Eu observo incrédula, mas é bem difícil ignorar o fato dele estar pelado.
Meus olhos caem lá em baixo por um acaso e eu desvio o olhar me sentindo ferver.

- Pega essa toalha! - Eu puxo a toalha e jogo nele nervosa. -

E pego a rã com a mão e levo até a janela, colocando ela para rua.
Depois, observo de braços cruzados a menininha sair do banheiro com os olhos arregalados.

- Medroso... - Resmungo, debochando.

- É tudo culpa sua! - Ele diz bravo, sentando na cama.

E eu penso me dando conta de que é verdade.
Quando éramos criança, eu coloquei um sapo na cama dele enquanto ele dormia.
E já coloquei um na mochila também. Não achei que fosse dar ruim.

Eu solto um sorrisinho e ando até suas roupas.
São todas bonitas, mas seria fofo se fossemos combinando.

Sei que Stella e Maicon vão de verde. Então como eu vou de branco, Chase também devia ir.
Quero dizer... Só porque somos amigos e eu acho legal.

Ele se troca e volta com o look pronto.
A meia branca na canela, o tênis Nike, bermuda na mesma cor e a... Camisa, branca no corpo com os botões todos errados.

Eu me aproximo e abro onde precisava. Meus olhos estão na altura do peito tatuado, agora exposto, então não pude evitar olhar.

- Suas tatuagens têm um significado ou você só fez o que deu na telha? - Pergunto terminando de abotoar.

- Todas têm um significado, se você quiser, um dia eu posso te mostrar e contar sobre elas. - Ele abaixa a cabeça me olhando.

O jeito como ele me olha e fala, faz parecer que não é um simples tour pelas tatuagens.
Logo percebo que estou perto de mais, e me afasto sem jeito e olhando ao redor.

Certo... Ele já se arrumou, agora preciso fazer o mesmo.
Lavo o cabelo e tomo um belo banho relaxado.
Meu look gira em torno do meu cropped tomara que caia, com brilho. A mini saia de tecido confortável, meus brincos compridos de pedras brilhantes e o salto na mesma pegada, com a cordinha que amarra no tornozelo.

Eu seco o cabelo e ensino Chase a fazer cachos nas pontas do meu cabelo enquanto faço a maquiagem.
E em alguns minutos estamos batendo fotos em frente ao espelho.

No caminho, eu pensei: "Tudo correu bem. Melhor do que eu imaginava."
Porém, ao que parece, nunca se pode dizer isso! Porque, quando você se surpreende e tem certeza que tudo vai dar certo, o universo te prega uma peça e prova o total contrário.

Estávamos perto do nosso destino, mas em uma parte da cidade, precisamos passar por uma vila um pouco... Violenta.
Stella já sabia desse lugar, por isso ficou tão preocupada.
Entretanto, eu ainda não tinha vindo aqui e realmente paro o carro quando nos abordam.

São apenas crianças então não pude imaginar o pior.
De repente, eu senti o aperto de Chase em minha coxa.
Ele se comunica comigo pelo olhar. Posso ver alguns moços se aproximando. Eu começo a surtar quando percebo que estão armados.

Eu não devia, mas me sinto desesperada.
E se... Esse for meu fim?
Além disso, meti até o Chase nessa roubada. Nesse momento, eu não consigo olhá-lo, mas ainda sinto seu aperto no mesmo lugar.
Não sei como ele se sente, mas eu... Eu não faço ideia do que fazer!

Qᥙᥱrιdᥲ ꧑ᥱᥣh᥆r ᥲ꧑ιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora