Capítulo.14

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Eu sei que ele também está perplexo e assustado, mas quando o olho, ele tenta transparecer calmo.
Chase tenta me manter tranquila também.

- Any. - Ele diz baixo, entre dentes. - Sei que está nervosa, mas preciso que feche os vidros, dê a ré e saia daqui o mais rápido possível. Você consegue!

Ele acaricia onde sua mão repousa.
Não posso fraquejar agora. Preciso mesmo fazer isso se quero que fique tudo bem.

Eu olho o retrovisor e não espero mais nenhum segundo.
Antes que os bandidos cheguem ao carro, eu dou a ré.
De forma irresponsável, eu apenas vou o mais rápido que posso até o fim da rua chegando à esquina.

- Abaixa! - Chase grita. - Puta que pariu!

Nesse momento o vidro do parabrisas se quebra com o choque de duas balas.
Minha respiração falha, mas eu continuo. Eu puxo o freio de mão para fazer a curva e continuo numa velocidade absurda quando percebo que estamos sendo seguidos.

Quero chorar, mas preciso estar concentrada.
A experiência é terrivelmente sufocante, desviar de tantos obstáculos em uma rua tão estreita.
Além disso, sem reduzir a velocidade, até sair desse lugar e parar de ser seguida.

Eu dirijo nesse ritmo até encontrar um estacionamento.
Meu corpo tremia como uma vara verde. A adrenalina estava nas alturas, e ainda me sentia desesperada.

Meus olhos já embaçados encontraram os de Chase, também amedrontado, mas me examinando preocupado.
Eu simplesmente me jogo nele em um abraço, me rendendo ao choro.

- Tudo bem. Você foi muito bem! - Ele retribui o abraço acariciando meu cabelo. -

- Que merda foi essa? - De repente um sorriso involuntário e nervoso se forma em meu rosto. -

- Você tá rindo? - Ele se afasta olhando meu rosto. E começa a rir também, desacreditado. - Nossa, onde você aprendeu a dirigir assim? Foi incrível!

Eu volto de vagar ao meu lugar, secando as lágrimas. E nós dois rimos com a situação.
Assim que os ânimos se acalmam, eu ligo para que Stella venha nos buscar.

Quando finalmente chegamos em casa, pensei que apesar desse terrível aconfecido, não posso me deixar abalar, logo hoje...
Hoje é um dia para se comemorar, e mesmo que tenhamos tido esse imprevisto, não quero estragar ainda mais o dia.

Minha amiga Stella procura namorar caras ricos, com realidades elevadas.
Por isso, não fiquei tão surpresa quando entrei na casa extravagante e fui levada aos fundos, no deque da piscina, com um quiosque e mesa de bar. Uma vista lindíssima e bem privilegiada da praia.

Porém mesmo que e a vista é um deslumbre, eu ainda estou super ansiosa pelo que houve, então eu entro de novo e subo até um dos quartos.
Estou me sentindo muito culpada. Eu fecho a porta e bato com a cabeça de leve, mantendo a testa ali.

Quero me divertir, mas acabei de sair de um assalto/ tiroteio, o vidro do meu carro está destruído. Posso simplesmente fingir que nada aconteceu?
Eu sinto as lágrimas invadindo minha vista, mas um barulho atrás de mim me assusta e eu viro rapidamente.

- Any? - Chase se aproxima curioso.

- O que faz aqui? - Franzo a sobrancelha, perguntando com a mesma curiosidade.

- Precisava de um tempo sozinho depois dessa loucura. - Ele coça a nuca. - Mas e você, não tá se sentindo bem?

- Isso foi intenso. Eu quero muito ficar calma e curtir essa noite... - Respondo tensa.

Chase pensa por um segundo e no outro, senta na cama e dá tapinhas ao seu lado para que eu me sente.
Eu sento um pouco voltada para ele, e nossos joelhos se tocam. Suas mãos sobem acariciando meu cabelo e ele sorri.

Qᥙᥱrιdᥲ ꧑ᥱᥣh᥆r ᥲ꧑ιgᥲOnde histórias criam vida. Descubra agora