Capítulo 5

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Mais um final do dia, e mais um dia em que tenho que esperar que a Ana acabe a sua aula de natação. Como sempre, passo o meu tempo no ambiente pacifico da pastelaria.

Pacífico até ouvires a campainha da porta a tocar e a Bia aos guinchos e a correr para abraçar quem acabou de entrar. Guess Ana já chegou. Mas não veio sozinha.

Atrás dela observo um rapaz um par de anos mais velho, com um sorrisinho que mostra as suas covinhas na perfeição e com um look que parece o de ter acabado de tomar banho (ps: he looks really fit, just saying), com o seu cabelo castanho escuro encaracolado molhado. E ele parece adorar preto, tendo em conta que as calças, camisola, sapatilhas, mochila, tudo é preto.

E, de braço pousado ao longo dos ombros do convinhas, está outro rapaz, este mais alto, com um cabelo loiro mais longo, também com aspeto de ter acabado de sair do chuveiro. Fogo! Ao contrário do amigo, este já gosta de diversidade de cores na roupa. Usa uma camisola branca dos The Rolling Stones por baixo de um casaco de cabedal preto, umas calças de ganga azuis e umas sapatilhas brancas.

Tenho de admitir, que rapazes bonitos!

Os dois rapazes seguem a Ana, arrastam umas cadeiras doutra mesa e sentam-se na minha.

- Oi, Teresa – cumprimenta-me a Ana com um abraço – Não sei se tu já os conheceste, mas este é o Chris – e aponta para o covinhas – e o Sam – apontando, agora, para o cabelo longo. - Andam comigo na natação. Fazem parte da equipa do clube e estão a ajudar-me a melhorar a minha técnica.

- Ainda vais ficar melhor que nós – comenta o Chris - Olá, Teresa. Prazer em conhecer-te.

- Oi! – cumprimenta o Sam.

Dou-lhes um sorriso tímido e um olá um bocado baixinho (isto de ser social é complicado, don't judge me).

O Chris começa logo a fazer perguntas sobre mim, como, por exemplo, o que estudo ou se gosto de algum desporto (não sei como é que ele olha para mim e pensa que eu sou atlética – só para sair da cama já é difícil, quanto mais fazer algum tipo de desporto). Posso já dizer, este tipo é mesmo simpático e ainda bem que ele sabe fazer conversa. Eu sou mil vezes melhor a desenvolver um assunto do que pensar num. Quando me dão espaço para falar, eu não paro, o que de certo modo contradiz um bocadinho a minha personalidade introvertida, I guess.

Descobri que o Chris está a estudar ciência do desporto, no terceiro ano. O gajo é bom a tudo, pelo que consegui retirar da nossa conversa. Ele faz natação profissional, tendo, inclusive, ganho inúmeros prémios e medalhas em competições, tanto nacionais como internacionais. Além de ser um génio, segundo o Sam.

Já este está a estudar arte, no segundo ano (como nós). Mas, mesmo sendo a sua vocação as artes, também adora fazer e desporto e, tal como o covinhas, compete profissionalmente em natação.

Enquanto eu, Ana e o Chris conversamos, o Sam decidiu ir pedir comida à Bia.

Quando volta, senta-se e pousa as coisas na mesa tão rapidamente que pensei que era o flash. De seguida, entrelaça as duas mãos em cima da mesa, com os cotovelos a fazer de suporte e olha fixamente para mim e para a Ana. Até que, finalmente, quebra o silêncio:

- Vocês são amigas daquela rapariga, certo? - e faz sinal com a cabeça em direção ao balcão. Acenamos com a cabeça, o que parece fazer os olhos dele aumentarem. – Ainda bem. Assim vocês podem-me ajudar. Ela namora? Será muito estranho pedir-lhe o insta? Eu pareço fazer o estilo dela? Do que é que ela gosta? Como é que ela é? Têm de me dizer tudo o que sabem sobre ela!

Eu e a Ana olhamos uma para a outra com uma cara de completa confusão. Aquilo foram mesmo muitas perguntas. O meu cérebro não consegue acompanhar tanta informação em tão pouco tempo (e sim, continuo a achar-me inteligente).

- Não. Ela não namora. Mas também não está disponível, se é que me entendes – respondo-lhe, o que o faz ficar com um ar confuso (understandable) – É complicado.

Com isto a Ana começa a sua grande explicação sobre como a Bia está a falar com um gajo, como ela parece gostar mesmo dele, mas como não avançam para algo mais. Sinceramente, a Bia tem um gosto mesmo mau para rapazes. Não arranja um de jeito (sorry, but I gotta be honest, girl). Na minha opinião, ela está a perder tempo num caso perdido. Já anda nisto há dois anos. Repito, DOIS ANOS.

Se fosse, eu já o tinha deixado há muito mais tempo. Girl, you deserve way better. Mas ela confia e apega-se facilmente às pessoas. É o seu problema.

Quando a explicação acaba, o Sam parece um bocadinho desanimado, o que leva o covinhas a dar-lhe uma palmada nas costas – Não te desanimes, mano. Tens mais sorte na próxima vez.

É nesse momento que entra outro rapaz na pastelaria. Cabelo castanho, curto, puxado para trás de forma a mostrar os seus olhos castanhos lindos (gostava de ter pestanas como as dele), que consegui ver depois de ele ter tirado os óculos pretos que usava. Parece ser outro atleta, já que usa uma roupa desportiva, t-shirt justa e uns calções e umas sapatilhas nike pretas, que favorecem o seu corpo muito bem. Ele parece um modelo. Só me aparece desses agora. Prova disso, são os outros dois à minha frente.

O Sam levanta-se e dá um daqueles cumprimentos de gajos, em que dão um passa-bem e um tipo de abraço ao mesmo tempo. Os rapazes são muito esquisitos.

Quando chega à mesa, faz o mesmo com o Chris, que o acaba por o introduzir a mim e à Ana.

Chama-se Lewis, e está a estudar direito, já no terceiro ano (como o Chris). Ao que parece, os três tinham combinado irem jogar futebol com outros amigos (what can't they do?).

A pedido do Chris, este decidiu ficar um bocado a conversar, antes de irem jogar. E com pedido quero dizer que o covinhas prometeu pagar o quer que seja que o Lewis quisesse comer.

Por isso é que nos encontramos, neste momento, a ouvir o gajo a desabafar sobre como uma rapariga levou o livro que ele queria ler da biblioteca.

- E ela teve os nervos de dizer que o pegou primeiro! Pois, e eu vi-o primeiro! - parece estar mesmo frustrado com a situação. No entanto, duvido que esse argumento de "vi primeiro" resulte em tribunal, just saying.

- É só um livro, meu – comenta o Sam, o que o leva a ser o alvo de uns olhares homicidas do amigo. – Esquece que eu disse alguma coisa. – E levanta as mãos como se estivesse a ser apanhado pela polícia.

E, para evitar que a situação seguisse um certo caminho que poderia levar a que alguém (Lewis) fosse preso por homicidio, o Chris decidiu mudar de assunto:

- Então, Lewis, tu e o Sky já decidiram que cadeira vão escolher? – e depois vira-se para nós e explica – Eles têm de fazer uma cadeira extra e decidiram fazê-la em conjunto este semestre, mas ainda não escolheram uma – e abana a cabeça, como se estivesse desapontado.

- Ainda não. Estamos indecisos entre duas – responde o sujeito em questão. – Ainda temos mais uma semana até o prazo acabar, relaxa – e encolhe os ombros, como se não fosse um grande problema.

- Não te preocupes, mãe. Nós cá nos arranjamos.

- Ei, malta! O que acham desta sexta irmos à discoteca? Abriu agora uma nova, acho que se chama Zoom. O que me dizem? Alinham? – pergunta um Sam mais animado, enquanto larga o telemóvel, a que estava apegado nos últimos minutos.

-Ya. Why not. – confirma o Chris e o Lewis acena com a cabeça.

Com isto o Sam virasse para mim e para a Ana – E vocês? Podem trazer mais amigos, se quiserem. – Tenho a impressão de ser uma indireta para convidar uma certa pessoa, but ok.

- Conta connosco! – diz a Ana, entusiasmada (obrigada por me teres pedido a opinião).

De seguida levanta-se e vai contar à Bia, o que leva a se ouvir uns guinchos de entusiasmo.

Apetecia-me ir? Não. Vou ter que ir na mesma? Sim. Se não for, tenho quase a certeza que serei arrastada por duas raparigas que precisam mesmo de aprender a diminuir o volume da voz. Estou, por este caminho, a perder a minha capacidade auditiva 10x mais rápido que o normal. Ainda vou ficar como a Íris.

Próximo capítulo...

Sweet Love (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora