Capítulo 15

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Gostar de alguém e saber que essa pessoa está com outra é o pior sentimento que podes imaginar. Dói! Muito!

E o pior de tudo? Se essa pessoa se tornou numa parte essencial da tua vida e do teu círculo social. Para além de o ter de ver durante as aulas de microeconomia, de frequentarmos a mesma universidade, o que significa passarmos um pelo outro nos corredores, ele também faz parte no meu grupo de amigos.

Não sei como, do nada passamos de sermos só cinco raparigas para andarmos sempre com oito outros rapazes atrás de nós. E, porque o universo adora-me tanto, um desses rapazes tinha der ser só o amor da minha vida ... que nunca vai acontecer... porque está apaixonado por outra.

Tenho de lhe dar os louros. Ela era uma rapariga, pelo que consegui observar, lindíssima, parecia ser simpática e, o mais importante de tudo, fazia-o feliz. Ele quando estava com ela, não parava de sorrir e de rir.

Não. Não a vi com ele só uma vez. No final da semana encontrei-os no que suponho ter sido um date num café perto da universidade. E sábado vi-os a entrar no supermercado, ela de braço agarrado ao dele.

Dói.

Como podes suspeitar, as aulas de micro foram uma tortura. A minha sorte é que ele e o Lewis chegam sempre um bocadinho atrasados, uns dias mais que outros, pois as suas aulas anteriores são numas salas mais longe. Como chegam atrasados, a sala já está cheia e raramente se conseguem sentar perto de nós.

No entanto, como o diabo que ele é, o rapaz sorri-me sempre que entra sala adentro.

Como é que é suposto esquecê-lo se só um simples sorriso dele me faz sentir tanto?

A vida é tão injusta. Mesmo sabendo que nunca iria acontecer, sempre imaginei em como iria conhecer a pessoa perfeita para mim e viveria feliz para sempre.

Em vez disso, estou aqui, na minha cama a comer gelado a ver um episódio de friends porque é melhor rir para não chorar. Não consigo acreditar que quem eu pensava ser o meu príncipe encantado é o de outra pessoa.

A minha depressão emocional é interrompida por alguém a bater-me à porta.

- Teresa, os outros estão a pensar ir a um bar à noite. E tu também vais, ok? Eu vou dizer que vais. Sabes? Não custa nada pegares no telemóvel e veres as mensagens.

- Eu não vou, Aninhas.

- Ah?! Outra vez? Porquê? Não te sentes bem?

- Só não me apetece sair.

- Olha que se calhar estás doente. Por acaso, já tinha reparado que esta semana tens andado muito em baixo. Queres que eu vá contigo ao hospital?

- Não é nada disso. Eu não estou doente. Só me sinto um bocado em baixo.

- Em baixo? Queres falar sobre isso? Tu sabes que me podes contar tudo. Eu prometo que não conto nada a ninguém. Eu posso ser muito coscuvilheira, mas é só com os assuntos das outras pessoas, não daqueles das que eu adoro.

- Não te preocupes. Amanhã já me devo sentir melhor.

Porque é que não lhe contei? Não é por não confiar nem por não sentir confortável com ela. É só que, às vezes precisamos de um tempinho a sós para pensarmos e refletirmos sobre a nossa vida.

Nunca tive de lidar com uma situação destas. Claro que já tive crush por outros rapazes, mas nunca estive assim tão certa com os meus sentimentos como estou com o Sky. Nunca gostei tanto de alguém como gosto dele.

A verdade é que tenho andado muito distante e diferente, como a Ana já reparou. Não sei como lidar com os meus sentimentos. Mas, como lhe disse, isto vai passar e tudo voltará ao normal. Não vou deixar uma má experiência com o amor arruinar-me os meus dias.

...

Não melhorei.

Passaram-se exatamente duas semanas. Tenho literalmente ignorado o rapaz. Ele manda-me mensagem, eu não só não respondo como desativei as notificações, para evitar ter ataques cardíacos sempre que via o nome dele no meu telemóvel. Quando o vejo a vir na minha direção em público faço de conta que não o vi e vou na direção oposta.

As outras também já reparam nisto e já tiveram uma conversa comigo, estilo interrogatório (também não sabem fazer de outra forma, fogo). Com todo o seu amor, chamaram de burra mais de uma milésima de vezes, tentaram arranjar razões para ele estar com uma rapariga, sem ser o facto de estarem a namorar e ainda me tentaram pressionar a contar-lhe a verdade. O que nunca vai acontecer.

Acho que não estou a esconder a minha tristeza muito bem. Chegou ao ponto de os outros rapazes me mandarem mensagem a perguntar se estou bem, o que se passa e que têm saudades de me ver. Infelizmente, ignorar o Sky também significa ignorar os outros. Não é a minha culpa que eles estejam sempre apegados uns aos outros como cola.

Até o Lewis me mandou mensagem a perguntar se eu estava bem. Cutie. Ele pode não gostar de mostrar que se importa com os outros, mas a verdade é que ele é uma das pessoas mais queridas à face da terra.

Tudo isto faz me sentir ainda pior. Eu não os quero ignorar de propósito, a eles e ao Sky. Só acho que preciso de um tempo afastada dele para reagrupar os meus sentimentos.

Se quero continuar a ser sua amiga tenho de ter a certeza que o que sinto por ele é passageira. Tenho a certeza que nunca conseguiria agir normalmente na sua presença se continuar a gostar dele com a intensidade que tenho neste momento.

Preciso de espaço. Nada mais.

Sendo essa a razão porque estou agora, sozinha no meu apartamento. Tanto a Ana como a íris foram sair com o resto do grupo, o que significa que tenho a televisão da sala e o sofá todo para mim. Comprei um balde de gelado e estou a devorá-lo enquanto vejo um reality show estupido. Por muito horrível que seja, tenho de admitir que o drama dá entretenimento.

Ouço a campainha a tocar, então levanto-me, calço as minhas pantufas pintainho super fofinhas, visto um casaco, para tentar parecer mais apresentável, para quem estiver à porta não achar que sou um alien ou algo do género.

Aproximo-me da porta, envolvo a maçaneta com uma das minhas mãos e rodo-a.

....

Nunca vais conseguir imaginar quem está à porta.


Próximo capítulo...

Sweet Love (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora