Capítulo 9

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- A biblioteca vai fechar! – avisa a bibliotecária.

Eu sei o que estás à espera, e não, isto já não é a primeira sessão de explicações. É para aí a quinta (mas quem está a contar?).

Não. Eu estou a ser uma pessoa completamente normal, se não contarmos com a minha capacidade de não parar de falar (não estou nada nervosa por estar na sua presença, porque é que haverias de achar isso?).

Como esperado, ele é um amor de pessoa. Está sempre atento, sempre a ouvir-me com todo o foco (daí que eu estou constantemente a ter falhas respiratórias). Não tenho queixa nenhuma dele (vou acusá-lo de tentativa de homicídio, though).

Ele, na última sessão, até me deu um croissant de nuttela que tinha comprado antes de ter vindo. E tu sabes que ele é perfeito quando te dá comida! De graça!

- Eu tinha combinado com o Lewis encontrarmo-nos na pastelaria. Queres vir?

- É assim, o turno da Bia era agora, por isso why not?

Ele sorri-me. AAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!!!!!!

Acalma-te, Teresa. Foi só um sorriso. Ele já o fez montes de vezes. Por este andar era esperado já te teres habituado.

O Sky começa a arrumar o material, põe a mochila às costas e ajuda-me a guardar as minhas coisas – É melhor irmos, antes que o Lewis comece a queixar-se de eu demorar muito tempo – e ri-se – Aquele gajo adora irritar uma pessoa.

Estávamos agora a passar pela porta de entrada do edifício, quando, do nada, o Sky tira-me a mochila dos ombros e põe no seu.

Não sei como reagir, por isso só fico parada, especada a olhar para ele com incredulidade.

- O quê? Vais ficar aí parada?

Qual é a razão lógica dele estar a fazer isto? Eu já estou a sofrer de insuficiência respiratória e de pressão arterial muito alta. Não preciso que isso piore.

STOP BEING PERFECT!!!!

Caminhamos mais um bocado, até que eu decido quebrar o silêncio. Não estava a ser esquisito. No entanto, sinto necessidade de falar. Ainda pensa que eu sou desinteressante (o que não está muito longe da verdade)

- Estava aqui a pensar ... tu estás sempre a falar de como gostas de basebol. Porque é que não decidiste tornar-te jogador profissional? Eu ouvi dizer, pelo Chris, que a universidade está ligada a centros de desporto e que incluí basebol.

Durante as últimas sessões, temos estado a falar (duh), e agora já sei algumas coisas sobre ele e vice-versa. Provavelmente ele sabe mais de mim do que o contrário.

Além de ele me estar sempre a fazer perguntas sobre a minha vida, eu também não sei quando parar de falar. Mas acho que isso não é um problema para ele, ou pelo menos está sempre com um sorriso nos lábios quando falo e risse da maioria das coisas que digo (principalmente da minha má sorte).

- Eu ainda joguei um bocadinho, quando era mais novo. Só que num jogo lesionei-me, e tive que ficar um tempo parado a recuperar. Quando voltei a jogar, magoei-me outra vez, e o médico aconselhou-me a parar de jogar definitivamente, com medo que não recuperasse da próxima vez.

- Isso é triste.

- Eu lembro-me de ter chorado tanto – ri-se – Como esse sonho já não podia alcançar, comecei a pensar no que eu quereria para o meu futuro. Como adoro ver séries hospitalares decidi apostar em medicina.

Fico a olhar incredulamente para ele. A razão é por gostar de ver séries? Ok ... Not going to judge.

Ele começa-se a rir. Muito.

- Estava a gozar. Devias ter visto a tua cara! – e continua a rir-se. De mim! Parvo! – A verdade é que, como passei muito tempo no hospital, pelas lesões, comecei a ganhar curiosidade. Por isso estudei muito e entrei no curso. E não me arrependo nada de o ter feito. Ajudar as pessoas é algo que me faz genuinamente feliz, além de ser uma carreira com um futuro praticamente certo.

E com isto chegamos à pastelaria. O Sky abre a porta e deixa-me entrar primeiro (i mean, que cavalheiro).

A primeira coisa que ouço é um suspiro muito, muito profundo. Alguém não está muito bem-disposto.

- E porque é que haveria de acreditar que isso é verdade?

- Se calhar porque é o que está escrito em todos os livros? – eu reconheço essa voz...

- Parai de gritar um com o outro, por favor! – diz uma Bia frustrada (o que é raro). Mas percebo logo o porquê.

A Sofia e o Lewis, como sempre, estão a meter-se um com o outro. Honestamente, nunca ouvi sair nada de bom da boca de um dos dois para o outro. Nunca os irei compreender.

- É por isso que desisti de estudar. Faz-me mal à saúde mental – intrometesse o Sam. E ouve-se um pequeno "mesmo" da Bia.

- Ou, se calhar é porque tens uma pedra em vez de cérebro – retorqui o Lewis (coitado do rapaz).

- Desde quando é que ele se tornou em ti? – comenta a Sofia.

A Bia começasse a rir, provavelmente por não ser direcionado para ela (acontecimento raro).

- Ri-te, ri-te. Mas não és muito diferente - SOFIA! O que é que a rapariga te fez para sofrer estes tipos de ataque?

Ah! É tão bom estar rodeado pelos meus amigos tão fantásticos e simpáticos. Não podia ter pedido melhor na vida. Consegue-se sentir o amor até do outro lado da cidade.

- Devíamos ter ido para outro lado – sussurra-me o Sky.

- Acho que ainda não reparam em nós. Esta é a nossa grande oportunidade de sair sem sermos vistos – sussurro de volta.

- Oi! Ainda bem que já chegaram. Querem comer alguma coisa? – Bia, eu adoro-te com todo o meu coração, mas agora não foi a altura certa.

Mas, já que está a oferecer, why not?

- És tu que pagas? – tenta o Sky a sua sorte, o que resulta em levar com uma toalha na cara.

- Eu não ando a trabalhar como uma maluca para vocês conseguirem comida de graça. Queres, ou pagas ou vais lavar a loiça. Escolhe.

Mensagem recebida. Devíamos mesmo ter ido a outro sítio.


Próximo capítulo...

Sweet Love (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora