Epílogo (Sky)

18 1 1
                                    


- Levas a escova de dentes? Calças? Camisolas? Meias? Cuecas?

Sou atacado por uma almofada que voa pelo quarto e me acerta na cara. A minha sorte é que foi uma almofada e nada mais sólido e pesado. No entanto, tenho que ser exageradamente dramático com a minha reação.

- Au! Teresa, acho que não consigo abrir o olho! Partiste-me o nariz, de certeza absoluta!

Levo com outra almofada. Mulheres violentas!

- Tu disseste que me querias ajudar! Não me estás a ajudar em nada! A única coisa que fizeste até agora é dar-me uma dor de cabeça!

Alguém está stressada. Também, se fosse eu a viajar para outro país e ficar lá durante seis meses da minha vida, seria igual.

Neste momento, a Teresa está deitada na sua cama com uma camisola a tapar-lhe a cara. Aproximo-me e deito-me em cima dela.

- Sky! Eu não consigo respirar – tenta avisar-me, a voz muito miudinha, o som com dificuldades em sair.

Levanto-me e fico suspenso sobre ela, usando os meus braços como apoio. Tiro-lhe a camisola da cara e afasto-lhe os caracóis.

- Nervosa? – pergunto.

- Não! Que ideia! – diz sarcasticamente. Ponho-lhe o cabelo de volta a tapar-lhe a cara.

- Não vás – tento a minha sorte.

- Tu sabes que isto será muito bom para o meu currículo e futuro. Obviamente que não é fácil e vou ter muitas saudades. Como é que vou sobreviver sem as raparigas?

- As raparigas!? E o teu namorado, não?

- Esse? Não é importante.

Ai é? Começo-lhe a fazer cócegas. Depois de uns bons minutos de sofrimento seguidos de muitos pedidos de desculpas e "estava a gozar", decido que ela já aprendeu a sua lição e paro, como a pessoa simpática que sou.

- Vou ter muitas saudades tuas – admite, abraçando-me.

- Também vou ter muitas saudades tuas – o que é que vou fazer agora que ela não vai estar aqui? O que é que faziam antes de a conhecer? Já nem sei. Parece um passado tão distante e, na verdade, ainda nem meio ano passou.

Aproximo a minha cara da dela até que os nossos lábios se tocam. Ao primeiro, é algo muito calmo e suave. Sem pressa. Só nós a aproveitar ao máximo o tempo e a tentar decorar este tipo de sensações para ficar na memória durante os próximos meses.

Até que começa a aquecer.

Quando damos por isso, ela já tem as suas mãos no meu cabelo, despenteando-o completamente e as suas pernas enroladas na minha cintura a puxar-me para baixo de modo a ficar colado a ela. Tudo isto provoca sons, que não me orgulho assim tanto, vindos de mim. Pelo menos não sou o único que os está a fazer.

De repente, ouve-se alguém a bater à porta com muita força.

- TERESA! ANDA! EU NÃO QUERO PERDER O AVIÃO PORQUE ALGUÉM ESTÁ CARENTE! SE FOR PRECISO, VOU SOZINHA! – grita a Ana, sempre tão amável.

Levanto-me, arranjo-me e pego na mala dela.

– Para que conste, tu és a carente aqui, ok? – digo, o que provoca um revirar de olhos da minha rapariga.

- Se te fizer sentir melhor contigo próprio, acredita no que tu quiseres.

Dirigimo-nos para o carro, que já se encontra cheio, com a Íris no banco de trás e a Ana e o namorado, o Charles, nos bancos da frente, com o carro pronta arrancar.

Os outros aparecem no aeroporto. Só vieram a Sofia, a Bia, o Justin, o Felix e o Peter. Os outros tinham coisas para fazer por isso despediram-se ontem.

A Bia já está a chorar enquanto abraça a Ana e a Teresa. A Sofia só se ri dela e depois também se despede das raparigas.

Quando finalmente chega a minha vez, abraço-a com toda a força do mundo possível. Não quero ficar longe dela. Será que se a abraçar com ainda mais força ela fica com falta de ar, desmaia e assim fica aqui? Eu sei. É uma ideia estupida. Mas para tempos de desespero são necessárias medidas desesperadas.

SEIS MESES! Nunca irei conseguir aguentar. Vou a sufocar. Não faz mal a ninguém experimentar (se calhar só à Teresa).

Ter de a ver afastar-se com a Ana dói muito. Não gosto do meu coração! Espero que aquilo que ela disse de telefonar todos os dias não era uma brincadeira! Vou levar muito a sério!

O Justin põe um braço volta dos meus ombros, dando umas palmadinhas reconfortantes.

- Vais ficar bem? Sem ela aqui?

- Não! Definitivamente, não! De certeza absoluta que não! Sem som....

- Já percebi! Não! Estou a ver que vais ser uma dor de cabeça a partir de agora. Pelo menos mais do que já és. Fica ciente que não vou ser eu a aturar-te!

- Se estivermos bem a ver, o Sam e o Chris vão podê-la ver mais cedo do que nós – lembra-se o Peter.

Espera! Ó MEU DEUS! COMO É QUE NÃO PENSEI NISSO ANTES?

- ÉS UM GÉNIO, PETER!

- Certo, eu sei.... Porquê?

- Felix, ainda tens a proposta de irmos ver o Chris e o Sam a competir na mesa?

- Sim. Porquê?

- Felix, adoro-te. A sério. Mas às vezes és um bocado lento – comenta o Justin.

Um segundo passa até que o Felix parece finalmente perceber o que eu estou a pensar.

Alemanha, aqui vou eu!


Se pensavas que a história entre o Sky e a Teresa tinha chegado ao fim, you're wrong. Ainda existe muito mais para ser contado.

Vejo-te no próximo livro!

Sweet Love (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora