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Sᴀɴɢᴜᴇ ᴘᴏʀ sᴀɴɢᴜᴇ

Entreabri meus olhos, sentindo uma estranha dormência tomar conta de meu corpo. Estendi-me para tentar sair dessa sensação tão desconfortável. Quando abri totalmente os olhos, observei o diferente ambiente em volta. Me levantei no pulo e senti uma leveza tomar conta de mim, parecia que nem estava mais na terra. Era como se eu estivesse em uma zona de desconhecimento e incerteza total.

– Com licença.

Uma voz surgiu me sobressaltando.

- Desculpe. - disse a mulher com uma aparência desajeitada e cansada. - Trouxe água para você. - ela andava segurando uma bandeja com uma jarra e um copo até a cômoda ao lado da cama em que estava sentada. - Aqui. - pôs o líquido da jarra no copo e me ofereceu.

Eu fiquei um pouco receosa de aceitar, mas acabei cedendo e o peguei. Com isso, ela me mostrou um sorriso minimalista, e então eu disse:

- Obrigada. - retribuí seu sorriso.

A mulher fez uma breve reverência para mim.

- Vou avisar ao chefe que você acordou. - ao escutar a palavra "chefe", meu sorriso desmanchou. - Por favor, não saia daqui. - a mulher saiu por uma das portas de vidro que havia ali.

Eu estava num cômodo em formato de cubo, com "paredes" de vidro transparente ao redor, expondo tudo de dentro do lugar para o exterior.

Me levantei para observar lá fora através da transparência do vidro. Era um lugar com paredes escuras e sem vida. Era praticamente vazio, quase sem móveis.

Som de passos me fizeram virar a cabeça para trás, onde dois homens se aproximaram de mim. Não eram os mesmos de mais cedo.

- Temos um assunto para tratar, - um homem de roupas pretas e cabelos brancos indagou. - Hyogara Nisa.

Fiquei completamente confusa... Como assim Hyogara?

- Acho que houve um engano. - pronunciei um pouco receosa.

- E por quê? - ele arqueou uma sobrancelha em dúvida.

- Meu sobrenome é Hanazawa, não Hyogara. Não devo ser a pessoa que procura.

- Você é, sim. Com certeza você é. - o de cabelos brancos pegou um iPad que estava nas mãos do outro cara que se mantinha calado desde o início. Então, ele se aproximou de mim, com sua expressão fechada e sem emoção. Seus olhos me olhavam de maneira fria e distante. Após isso, ele abaixa o olhar até o eletrônico e começa a lê-lo. - Você cursa Moda na Universidade Harayoko; trabalha numa loja de conveniência por 5 dias da semana; sua cor preferida é verde; tem 21 anos; nasceu no dia 7 de outubro, ou seja, ainda fará 22 esse ano; mede 1,62cm... - iria abrir a boca para protestar, mas ele me interrompeu e voltou a falar. - Você tem uma prima chamada Nanako e uma avó chamada Himari. O nome de sua falecida mãe era Hanazawa Aya, e seu nome é de fato, Hanazawa Nisa.

Ele tinha conhecimento detalhado sobre a minha vida, até mesmo sabe a minha altura, que nem eu própria sabia.

- Por que tem tudo isso aí? - perguntei espantada.

- Isso não importa, vamos logo ao que interessa. - devolveu o aparelho para o moreno ao seu lado, o qual possuía uma enorme cicatriz em seu rosto, mais especificamente em seu olho esquerdo. - Tá dispensado, Kakucho.

O moreno que teve o nome revelado, foi embora, deixando apenas eu e o de cabelos brancos.

- E o que interessa?

- Quero lhe propor um contrato. Se você aceitar, posso te conceder um desejo, dependendo do que seja.

- Esse é um ponto positivo, certo? - ele assentiu com a cabeça. - E o que é o ponto negativo?

ᴍᴏᴛɪᴏɴ ᴘɪᴄᴛᴜʀᴇ ꜱᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ (𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐)Onde histórias criam vida. Descubra agora