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Uᴍ ᴏʟʜᴀʀ ᴅɪғᴇʀᴇɴᴛᴇ

A casa de Haruchiyo é bem afastada do centro da cidade. Ele realmente não deve ter boas recordações daqui.

Permaneci no quarto o tempo inteiro, nele havia prateleiras com diversos livros que me chamaram a atenção. Peguei um deles sobre uma menina que se teletransportou para um mundo que era feito de muitas coisas mágicas. Ela era uma menina simples que queria continuar vivendo em um mundo diferente do seu, onde tudo era colorido e divertido, como as nuvens, os animais, as flores e as pessoas. Ela se agarrou na sua afirmação que aquele era um mundo bom, diferente da realidade que é cruel e cercado de ódio. Por essa razão, queria continuar na outra dimensão para sempre.

Mas quanto mais ela ficava na dimensão mágica, mais ela percebia que o ódio também estava presente por lá. E então ela concluiu que o problema na verdade não é o mundo, e sim as pessoas. A menina percebe que não importa onde ela esteja, sempre haverá tanto coisas boas como ruins, pois o que há em todo lugar, são pessoas com posicionamentos diferentes, causadoras de sofrimento e de problemas.

É uma excelente reflexão para nos lembrarmos de que onde há bem, haverá também o mal, e vice-versa.

Batidas na porta ecoaram pelo quarto interrompendo meus devaneios.

– Nisa, você está bem? – era a voz de Haruchiyo.

– Estou, aconteceu alguma coisa?

– Apenas vim conferir. – fez uma pausa. – Comece a se arrumar, quando estiver na hora, eu voltarei. – sua voz ficava mais abafada a cada palavra, como se estivesse se distanciando.

– Certo. – respondi, mesmo que ele provavelmente não estivesse por perto.

Fechei o livro e desci da cama, indo até onde eu deixei minha mochila e pegando o que eu iria usar. Não foi muito fácil enfiar um salto sem que ele marcasse na bolsa.

Deixei os demais acessórios em cima da cama e me dirigi até o banheiro, onde eu optei pelo banho mais rápido que é pelo chuveiro. Coloquei a temperatura da água um pouco quente e fiquei de baixo do chuveiro, inclinando um pouco a cabeça para não molhar os cabelos. Ao sentir o calor em meu corpo, foi como se todos os maus presságios estivessem sendo varridos pela água.

Finalizei o banho e me sequei com a toalha, logo saindo do banheiro. O vestido que eu vou usar não precisa de sutiã, então só vesti uma calcinha.

Tinha colocado na bolsa um vestido que eu mesma fiz. Ele é curto, de cor azul marinho e seu acabamento é de seda, as alças são um pouco grossas e há um decote em forma de coração. Na altura dos seios tem um corset que vai até a cintura e depois inicia a saia com leves pregas. O zíper é do lado direito abaixo do braço, uma forma bem mais prática para você mesmo puxar.

Coloquei um colar choker dourado minimalista, brincos de uma pedra azul semelhante ao vestido e uma pulseira com o mesmo designer do colar.

Dividi mechas do cabelo na parte de frente para fazer tranças e depois as amarrei uma na outra atrás da cabeça, deixando a franja solta. Fiz uma maquiagem básica e depois calcei um salto dourado, encerrando minha arrumação com borrifadas de perfume.

Exatamente ao terminar, ouvi batidas na porta novamente.

– Estou quase pronta. – falei, indo pegar a bolsa de ombro que eu trouxe. Ele é branca com alguns toques dourados.

– Vou te dar apenas mais 2 minutos. – sua voz era um pouco abafada por estar do outro lado.

Organizei as minhas coisas em seu devido lugar e então abri a porta.

ᴍᴏᴛɪᴏɴ ᴘɪᴄᴛᴜʀᴇ ꜱᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ (𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐)Onde histórias criam vida. Descubra agora