𝟏𝟎

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A ᴇsᴄᴏʟʜᴀ

Voltando-me para trás, notei a presença de Kokonoi parada atrás de mim. Sua expressão denotava preocupação. Ele me seguiu quando vim para o lado de fora.

— O que você está planejando fazer? — ele perguntou, sua voz cortando o ar.

Inspirei profundamente, o meu coração palpitava mais rápido do que o normal enquanto tentava manter o equilíbrio. Eu compreendia que não podia permitir que minhas emoções tomassem conta, não quando a vida de Nana está em jogo; no entanto, era impossível me acalmar quando pensava na situação em que ela se encontrava.

— Eles estão com a Nana. — disse, com a voz ligeiramente trêmula.

— Você não pode fazer nada, não agora.

— E o que eu faço?! Eu quero tirá-la desse lugar. — coloquei as mãos na minha cabeça, que pulsava em preocupação. — Ela é boa, é gentil! Ela não fez nada para merecer isso...

— Respire. Respire fundo. — ele instruiu, observando meu peito se mover descontroladamente para cima e para baixo enquanto eu falava. — Nós vamos recuperá-la. Eu vou te ajudar, mas agora não é o momento certo. Pode ser uma armadilha, nós não estamos preparados e infelizmente há outro ponto negativo.

— Que ponto negativo?

— Isso não envolve a Bonten, então o processo de quem vai ajudar é voluntário, porém... não se preocupe, você tem a mim e ao Sanzu, pelo menos.

— Eu não entendo... Ele já não poderia ter acabado com tudo isso? Ele quer que eu vá para ele por vontade própria? Nana não tem nada a ver com isso. Por que ele está fazendo isso? O que ele pretende fazer com ela? — eu andava de um lado pro outro sentindo uma formigação em minha perna, lutando internamente com minha ansiedade e respirando fundo para firmar as mãos trêmulas.

— Não faço idéia, mas de uma coisa eu sei, não adianta se precipitar. Vamos pensar com calma como poderíamos ajudar sua prima. — colocou a mão no meu ombro, me reconfortando do seu jeito. — Eu não conheço Chozen, mas pelo que eu ouvi falar, ele dá valor a família. Acho que ele não faria mal a sua prima; provavelmente está a usando como isca, apesar de tudo isso ser estranho. Bem, mais um vez... eu não conheço Chozen, mas isso não parece algo que ele faria.

— E quem mais faria isso? Eu tenho tanta gente me marcando assim?

— Isso é de se afirmar, visto que você agora tem ligação com a Bonten. Quem está com sua prima, pode ser um cara qualquer de uma gangue qualquer.

— Por que? Não faria mais sentido o meu pai? — zombei, rolando os olhos.

— Sinceramente, não acho que tenha sido ele. Talvez um de seus capangas rebeldes?

— Se Chozen desse valor a família, ele já teria me encontrado a muito tempo.

— Possa ter um motivo por trás disso.

— De que lado você está? Parece até um admirador de Chozen.

— Realmente, acho suas táticas bem precisas, e por isso, não acredito que ele seja o culpado.

O encarei com desconfiança, arqueando uma das sobrancelas. Pela sua expressão, o platinado compreendeu que eu queria uma resposta para minha dúvida.

— Devo dizer que você é uma pessoa por quem eu me disponibilizaria para ajudar, porém, tente não ficar tão convencida disso. — Kokonoi revelou.

— Não se preocupe, eu não penso dessa forma. Nossas realidades são muito distintas.

— Tem razão, você é uma pobre assalariada e eu ganho dinheiro traficando drogas e... outros derivados.

ᴍᴏᴛɪᴏɴ ᴘɪᴄᴛᴜʀᴇ ꜱᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ (𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐)Onde histórias criam vida. Descubra agora