ᴍᴏᴛɪᴏɴ ᴘɪᴄᴛᴜʀᴇ ꜱᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ (𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐)

𝟗

Bᴏᴍ ᴏᴜ Rᴜɪᴍ?

— O que esse cara está fazendo aqui?! Você conhece ele, Nisa? — Mitsuya perguntou, exasperado.

— Como...? — intercalei meu olhar entre os dois homens.

— O responda, Nisa. — Haruchiyo deu passos lentos até minha direção.

— O que você está fazendo? — sussurrei para ele, o olhando enraivecida.

— Nisa, o que é isso? Como você o conhece? Ele não é flor que se cheire. — Takashi fitava com desdém o de cabelo rosa, e o mesmo o encarava com uma expressão descontraída.

— E-eu... — gaguejei, sem saber o que falar. — Por que diz isso, Takashi?

— É, Takashi, por que diz isso? — Haruchiyo questionou em tom de escárnio.

— Ele faz parte de uma das gangues mais perigosas do Japão, Nisa! — o moreno declarou, mas nenhum som saiu de minha boca. — Por que não diz nada? Você sabe disso?

— Takashi... Não é porque eu quero, bem... Se acalme, eu posso te explicar.

— Me acalmar? Esse cara é um dos responsáveis pelo Mikey ter virado o que é hoje em dia!

Eu arregalei os olhos diante da revelação.

— Mikey? Você conhece o Mikey?

Mitsuya estava prestes a falar, mas Haruchiyo interveio.

— Não sou responsável por nada, ele quem escolheu seu próprio caminho.

O moreno riu cinicamente.

— Como você explica a mudança repentina dele, então?

— Aí é que você se engana... Mikey não teve uma mudança repentina, ele sempre foi assim. É a verdadeira face dele.

— Dá pra vocês me explicarem o que está acontecendo? — eu perguntei e os dois olharam para mim.

— Eu quem deveria perguntar. — Takashi falou.

Suspirei raivosamente.

— Tudo culpa sua, Haruchiyo!

O dito cujo apenas me deu um sorriso ladino.

Quis socar sua cara, o maldito estava fazendo isso de propósito.

— Eu explico... A minha situação, tá bem? — dirigi-me para o moreno.

— Vá se sentar, Nisa, pode deixar que eu explico pra ele. — disse o causador da discórdia.

— Não! Eu quem vou falar. — respondi de maneira firme.

— Apenas se sente no banco, não seja teimosa.

Depois de muita insistência, eu acabei cedendo. Me sentei na ponta do banco de trás do carro, com a porta aberta e as pernas para fora.

Eu disse tudo o que tinha pra dizer para Mitsuya e ele fez o mesmo.

— Puta merda, Nisa! Sério que o Mikey te forçou a tudo isso?

— Infelizmente, sim...

Mitsuya passou a mão pelo rosto, ele aparentava não acreditar no que tinha ouvido.

— E então quer dizer que o Mikey que você conhecia... Era uma pessoa boa? — indaguei para ele.

— Mikey era um dos meus melhores amigos... — ele suspirou. — Aquilo tudo afetou a saúde mental dele... Ele nunca foi de se abrir.