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Rᴇᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ

5 ANOS ATRÁS

– Oi, você é o Haruchiyo-kun, certo?

– Sim, sou eu.

– Eu sou a Nisa, a menina que foi sorteada para fazer dupla com você. – sentei-me ao seu lado no banco. – Então... É um prazer conhecê-lo. – sorri gentilmente para o loiro.

– Igualmente. – ele não fez nenhum contato visual comigo desde que eu cheguei e só dava respostas curtas em cada pergunta que eu fazia.

Ele não deve ser de muitas palavras.

– Vamos debater sobre o nosso tema? – perguntei.

– Vamos.

Minhas mãos folheavam de páginas em páginas em busca do nosso tema para a apresentação da aula seguinte: Eletroquímica, até que a minha ação foi interrompida por um trio de garotos que se aproximaram de nós.

– Olha só, se não é a princesa. – um dos garotos que estavam entre eles possuía um estilo de cabelo mais distinto, algo parecido com um moicano. O garoto estava com uma expressão de zombação e desdém, enquanto apoiava um dos braços no ombro do Haruchiyo-kun. – Vai fazer dupla logo com a novata bonitona. – afastou-se do loiro e fez um gesto com a mão perto da boca, como se estivesse contando um segredo para os amigos, mas ele falou consideravelmente alto. – Quando eu vi eles dois juntos de longe, pensei que fosse duas garotinhas. – gargalhou junto dos dois patetas que estava com ele.

– Saiam daqui. – o loiro a minha frente falou calmamente.

– Como é? Tá se achando porque está com uma garota bonita na sua dupla, é, princesinha? – esbravejou.

Fiz um barulho com a garganta para que eles olhassem para mim.

– Não sei se você percebeu, mas eu estou bem aqui. – falei irônica.

– Mas é claro, como eu poderia deixar você passar despercebida? – ele me deu um olhar de baixo para cima extremamente desconfortável.

– Se você enaltece tanto a minha pessoa, peço que se retire. – desviei o olhar para trás dele. – Você e seus amiguinhos.

Ele levantou as mãos em rendição com uma feição de um provável divertimento.

– Calma, boneca, já estávamos de saída. –  foram para seus respectivos lugares.

Recostei-me na cadeira pendendo um pouco o pescoço para baixo e então revirei os olhos após esse acontecido.

– Me desculpe por isso. – Haruchiyo disse.
 
– O quê?! – endireitei-me. – Não, você não precisa se desculpar.

– Quase sempre eles enchem meu saco nas aulas e principalmente no intervalo, mas eu não me importo com isso. – pela primeira vez ele vez contato visual comigo e isso permaneceu até sua fala seguinte. – Só não queria que eles fizessem a mesma coisa com você, por isso me desculpo.

– Está tudo bem, não foi nada demais. – peguei o livro novamente. – E você não tem culpa por isso, então não precisa se desculpar. – os cantos de meus lábios subiram singelamente para cima.

A máscara em seu rosto não me permite ver muito bem sua expressão, então acho que por isso que ele fechou os olhos e assentiu com a cabeça para mim.
 

ᴍᴏᴛɪᴏɴ ᴘɪᴄᴛᴜʀᴇ ꜱᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ (𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐)Onde histórias criam vida. Descubra agora