𝟖

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Eᴜ ᴇsᴛᴏᴜ ᴀǫᴜɪ ᴘᴏʀ ᴠᴏᴄᴇ̂

Vozes ecoaram em meus ouvidos, mas eu sou incapaz de compreender o que estão dizendo.

Abri os olhos com as pálpebras trêmulas devido à intensa luz do lugar. Sentia meu corpo pesado igual uma rocha imersa no mar.

- Nisa? - Haruchiyo apareceu no meu campo de visão.

- Onde estou? - sentei-me na cama, fazendo um som de dor sair dos meus lábios.

- Não faça muitos movimentos, o ferimento na sua coxa foi profundo.

Após ele dizer isso, eu abaixei um pouco o cobertor para ver minha perna e acabei por lembrar-me de tudo o que aconteceu.

- Estamos no hospital. - ele revelou.

O olhei sem saber o que dizer.

- Você está se sentindo melhor? - levei meu olhar até Rindou.

- Eu... Não sei dizer...

Os dois ficaram um tempo quietos, mas Rindou cortou o silêncio.

- Bem, eu já tenho que ir. Te desejo melhoras, Nisa.

- Obrigada.

Ele acenou com a cabeça e foi embora.

- Nisa.

Ouvi o homem ao meu lado me chamar, no entanto, eu não consigo olhar para ele.

- Você quer ficar sozinha?

O fitei, mas nada disse.

- Eu posso sair se você quiser. - afirmou o de cabelo rosa.

Virei minha cabeça e olhei para minhas mãos trepidas que estavam unidas uma na outra.

- Eu posso te pedir uma coisa? - indaguei.

- Claro, o que é?

- Entre em contato com a Nana e diga que eu estou aqui.

- Quer que eu chame sua prima?

- Sim.

- Você não tinha dito que não queria envolver ela nisso?

- Sim, mas como posso esconder isso dela? Eu não quero mais enchê-la de mentiras, a Nana é muito importante pra mim. - suspirei. - Devo revelar a verdade para ela de uma vez por todas.

- Se é o que você quer... - ele se levantou, indo até a porta e girou a maçaneta prestes a sair.

- Haruchiyo. - o chamei, com os olhos fixos nos minhas mãos sobre o lençol que cobria minhas pernas.

- Hum?

- Obrigada por cuidar de mim.

Mesmo não fazendo contato visual com ele, pude sentir seus olhos em mim.

ᴍᴏᴛɪᴏɴ ᴘɪᴄᴛᴜʀᴇ ꜱᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ (𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐)Onde histórias criam vida. Descubra agora