Estrada Desleal

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Cato

Fuhrman sai do elevador batendo os pés. Eu cruzo os braços e assisto o show: ela começa a rasgar o vestido ainda na sala, gritando como se estivessem enfiando espadas no seu estômago. Empurra os avoxes no caminho e derruba cada um dos copos nas bandejas, gritando com eles, rosnando até desaparecer no quarto.

- Uou – balanço as mãos e rio, olhando para Brutus e Enobaria. Ela é muito mais cheia de coisinhas com a Clove, mas ri também.

- Você deveria ir lá – Brutus me aponta enquanto cai no sofá. – Falar com a garotinha. Ou ela vai ficar rouca.

- Vai nada – Enobaria passa a língua nos dentes. Isso deve sangrar às vezes. – Deixa ela. Se você for lá, bonitinho, vai ser pior.

Fico em silêncio para ouvir as coisas se quebrando no quarto. Quando ela para o chilique, meu parceiro Thresh já acabou de grunhir com o coloridinho. Evergreen é a "garota em chamas".

- Sério isso? – rio e me viro para Brutus, jogando meu braço no encosto do sofá.

A brasinha demora a falar e eu estou rindo; ela poderia vomitar a qualquer momento. De nervoso.

- Vocês viram essa porra?!

Fuhrman acabou de chegar, descalça e quase sem roupa.

- Cozido de carneiro?! Puta que pariu, pro inferno com o cozido de carneiro! – eu adoro esse show particular. Ela está toda nervosinha, cerrando os dentes e apontando para a carinha de boa moça da 12.

- Qual é, cravinho! Senta aqui, olha, traz um lencinho pra chorar com a gente.

- Escuta aqui, seu pervertido – nem se eu quisesse iria parar de rir. Cravinho está quase agarrando minha cara com sua mãozinha de bebê. – Você pode ficar aí achando que ela é só um amontoadinho de poeira preta do inferno, mas ela não está chorando e essa porra começa amanhã.

Eu olho bem pra esses olhos de gato dela. Ela está se preocupando com uma 12. Clove se senta ao meu lado e respira; calminha.

- Olha bem pra mim, Cat Cato: eles estão comprando essa história com o fogo. Gente pobre vende. Você precisa dar um jeito de colocar a gente nisso – ela sussurra.

Sério isso? Quer esconder coisas de Brutus e Enobaria? Esperta.

- E eu é que tenho que mexer com isso, é? – continuo assistindo a entrevista. Essa 12 rodopiando é melhor que Clove cheia de planinhos doentes.

- Você vai manter a coisa com a Glimmer?

- Você está com tanto medinho assim, meu amor? Relaxa, bebê. Cato vai manter os caras grandes do outro lado da linha.

Fuhrman se afasta, agora que estou passando a mão nela.

- Eu não sei por que inferno você me aliou com esse imprestável – ela fala pra Enobaria, passando ao seu lado até a mesa.

- Ah, é. Fui eu mesma que forcei essa parceria.

Quando Clove volta, Evergreen já encheu o saco com essa de ser agradável. O foguinho masculino entra, cabelo lambido e tudo.

- Ah. Esse cara tem um cabelo legal – ela traça uma montanha com a colher do sorvete que está tomando. – Enobaria, quanto ele tirou?

- Oito.

- Ele é bonzinho. O que acha? – ela se vira pra mim, colocando uma colher de sorvete na minha boca. Clove é ridícula por voltar com essa idiotice.

- Ridículo. Patético.

- Ele pode carregar as coisas! Ele tem um oito, ele lança pesos maiores que eu.

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